Nossa sessão de textos curtos vai
hoje falar de dois filmes que chegaram recentemente na Netflix, o documentário Para Sempre Chape e o drama Operação Final.
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
Drops – Para Sempre Chape e Operação Final
Labels:
Documentário,
Drops,
Suspense
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Crítica – Better Call Saul: 4ª Temporada
Depois do impactante desfecho da terceira temporada, o quarto ano de Better
Call Saul apontava para uma aproximação ainda maior de Jimmy do alter-ego
de Saul Goodman e foi exatamente isso que entregou, apesar dos arcos de outros
personagens terem deixado a desejar. A partir desse ponto, SPOILERS da
temporada são inevitáveis.
A trama começa com o funeral de
Chuck (Michael McKean), mostrando que Jimmy (Bob Odenkirk) demonstra não estar
abalado com a morte do irmão enquanto Kim (Rhea Seehorn) percebe que claramente
há algo errado com Jimmy, mas prefere dar a ele espaço para processar seu luto.
Mike (Jonathan Banks) continua trabalhando para Gus (Giancarlo Esposito) e
agora ajuda o traficante a construir um laboratório subterrâneo (aquele que
Walt usou em Breaking Bad).
A recusa de Jimmy em reconhecer
estar afetado pela morte do irmão, talvez por se sentir culpado pela piora dele
ao expor seu transtorno como algo meramente psicológico na temporada anterior,
acaba sendo um dos elementos que dá início ao afastamento entre ele e Kim. Tendo visto Breaking Bad, sabemos que a advogada não faz parte da vida de Saul
Goodman, então era uma questão de saber como a cisão entre eles não aconteceria
e, tal qual o conflito com Jimmy e Chuck, a série não decepciona no modo como
constrói isso de maneira crível.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 9 de outubro de 2018
Crítica – Nasce Uma Estrela
Eu estava empolgado pela nova
versão de Nasce Uma Estrela por conta
da presença de Lady Gaga no elenco, mas, ao mesmo tempo, me perguntava se havia
substância o suficiente para que essa história fosse contada uma quarta vez. A
primeira versão foi em 1937, a segunda em 1954, ambas no universo no cinema, e
foi a versão de 1976 estrelada por Barbra Streisand que deslocou a história
para o mundo da música, ambiente no qual a nova versão também se passa.
Jackson Maine (Bradley Cooper,
que também dirigiu o filme) é um astro da música cuja carreira está se
aproximando fim. Ele está perdendo a audição e se afundando em drogas, apenas
vivendo da fama de outrora. As coisas mudam quando ele conhece Ally (Lady
Gaga), uma cantora talentosa que reacende a paixão de Jack pela música. O
relacionamento de ambos evolui, mas os problemas de Jack com drogas vão
piorando à medida que a carreira de Ally deslancha.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
Crítica – Tudo Por Um Popstar
Todo mundo já foi jovem, já
idolatrou alguma banda ou artista pop que não era lá grande coisa, mas que
significava o mundo para si e para seus amigos quando tinha quatorze ou quinze
anos. Nesse sentido, Tudo Por Um Popstar
carrega consigo uma premissa com a qual é fácil se identificar, mas
lamentavelmente não consegue fazer nada interessante com ela.
A narrativa acompanha três amigas
Gabi (Maísa Silva), Manu (Klara Castanho) e Ritinha (Mel Maia) que estão
dispostas a qualquer coisa para ir ao show de sua banda favorita. Como os pais
delas não as deixam ir sozinhas, elas alistam a ajuda de Babette (Giovanna
Lancellotti), prima mais velha de Manu, para levá-las ao show. Assim, as
garotas começam sua viagem para tentar conhecer os ídolos, mas o caminho não
será fácil.
Essas histórias sobre
adolescentes viajando acabam sendo menos sobre o destino e mais sobre a jornada
em si, com os personagens amadurecendo ao precisaram lidar sozinhos com as
dificuldades e fortalecendo os laços de amizade uns com os outros. Esse filme
faz exatamente isso, deixando claro que é a amizade do trio principal a força
motriz da narrativa, o problema é que falta perrengue na jornada das garotas.
Falta a confusão e absurdo que normalmente se espera desse tipo de filme.
Labels:
Cinema Brasileiro,
Comédia,
Crítica
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
Crítica – Felicidade Por um Fio
Assim como aconteceu com o
recente Sexy Por Acidente, este Felicidade Por um Fio parte de uma
premissa bem intencionada e tem uma mensagem importante a passar, mas se perde
no meio do caminho ao aderir desnecessariamente a uma série de lugares-comuns
da comédia romântica.
Violet (Sanaa Lathan) é uma
mulher negra que foi ensinada desde pequena que deveria alisar os cabelos e ter
vergonha do aspecto natural de suas madeixas. Mesmo adulta, ela é obcecada em
manter os fios sob controle e seu namorado, Clint (Ricky Whittle, o Shadow Moon
de Deuses Americanos), nunca a viu
sem estar alisada. Violet está certa que sua vida está no rumo certo, sendo
bem-sucedida em seu trabalho como publicitária e feliz em sua relação, mas
quando Clint se recusa a pedi-la em casamento, Violet começa a repensar a vida
e a relação com sua aparência.
A narrativa é inicialmente
competente em mostrar os extremos em que Violet vai para manter seus cabelos e
como muito disso não só vem de sua criação, como também de toda a indústria
publicitária da qual ela faz parte e reproduz um padrão eurocêntrico que
concebe cabelos lisos como a norma e cabelos crespos como “cabelo ruim”. Há
também uma discussão sobre como o olhar da publicidade objetifica a mulher e que
isso vem do fato de ser um mundo predominantemente masculino, no qual são os
homens que decidem o que as mulheres devem querer ou qual aparência feminina
deve ser vendida como a mais desejável.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 4 de outubro de 2018
Crítica – O Que de Verdade Importa
Assim como aconteceu com o
recente Teu Mundo Não Cabe nos Meus Olhos,
este O Que De Verdade Importa me fez
levantar a questão: até que ponto as boas intenções de um filme devem ser
levadas em conta? Até que ponto essas intenções são o suficiente para suplantar
seus defeitos? Lançado no ano passado nos Estados Unidos, toda a arrecadação da
bilheteria por lá seria revertida para uma
ONG, criada pelo falecido ator Paul Newman, que cuida de crianças com doenças
terminais (aqui no Brasil a arrecadação irá para diferentes instituições que cuidam de crianças com câncer). Uma motivação nobre, mas que no caso de O Que De Verdade Importa (assim como Teu Mundo...) os equívocos e problemas são tantos que todas as suas
boas intenções não conseguem superá-las.
A trama é centrada em Alec
(Oliver Jackson-Cohen), um engenheiro cujos negócios não estão indo bem, tem um
problema com jogos de azar, dívidas acumuladas e não sabe o que fazer na vida.
Uma oportunidade de mudança surge quando um tio rico, Raymond (Jonathan Pryce)
lhe pede para se mudar para o Canadá e ir morar em uma casa que pertence à
família há gerações. Lá Alec descobre que ele, como muitos de seus ancestrais
possui um dom de curar as pessoas e ele precisa decidir se abraça esse dom ou o
rejeita, mas a chegada de uma garota com câncer Abigail (Kaitlyn Bernard)
pedindo ajuda pode mudar a decisão de Alec.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 3 de outubro de 2018
Crítica – Venom
Em um dado momento de Venom, o personagem-título se refere a
uma de suas vítimas como “um cocô ao vento”. A frase serve como um resumo do
próprio filme (e imagino que eu não serei o primeiro nem o último a fazer esse
paralelo): um produto ruim, vagando a esmo sem saber o que fazer com seus
personagens ou aonde quer levá-los.
A trama é centrada em Eddie Brock
(Tom Hardy), um repórter investigativo que comete que lhe custa seu emprego e
sua relação com a noiva, Anne Weying (Michelle Williams). Com a reputação
arruinada, ele continua a investigar a misteriosa Fundação Vida, presidida pelo
bilionário Carlton Drake (Riz Ahmed), e ao invadir o laboratório da instituição
Brock é infectado por um dos simbiontes que Drake guardava no local. Agora
Brock precisa lidar com o parasita e descobrir o propósito de Drake com as
criaturas.
Venom passa a sensação de algo feito antes do atual boom de filmes de super-heróis, tratando
tudo como uma mera desculpa para cenas de ação cheias de computação gráfica e
frases de efeito que deveriam ser engraçadinhas, mas muitas vezes são
vergonhosas. A narrativa em si é uma bagunça de inconsistências, personagens
mal desenvolvidos e motivações vagamente explicadas.
Labels:
Ação,
Aventura,
Crítica,
Ficção Científica,
Marvel
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Crítica – Papillon
A biografia de Henri “Papillon”
Charriere já tinha sido transformada em filme em 1973 com Papillon, estrelado por Steve McQueen e Dustin Hoffman. Agora, a
história de fuga e superação ganha uma nova versão cinematográfica, mas ela não
tem muito a dizer além do já era conhecido ou do que outros “filmes de prisão”
já fizeram.
Na trama, Henri “Papillon”
Charriere (Charlie Hunnam) é um ladrão acusado de um assassinato que não
cometeu. Ele é mandado para uma colônia penal na Guiana Francesa e lá conhece o
falsificador Louis Dega (Rami Malek), com quem acaba forjando uma amizade.
Apesar do cotidiano brutal da prisão, Henri nutre a esperança de que um dia
conseguirá fugir.
Filmes de prisão costumam ser
sobre resistência e superação dos obstáculos (físicos e metafóricos) que nos
encarceram, apresentando as possibilidades de triunfo da força de vontade. Papillon constrói a prisão como um lugar
sombrio e cinzento em oposição às exuberantes florestas que existem ao seu
redor. É um mundo sem cor, sem luz, implacável e feito para destruir o espírito
de qualquer um que ponha seus pés lá dentro.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
Crítica – Ponto Cego
Mostrando o cotidiano da vida em
Oakland, periferia de São Francisco, e abordando questões de desigualdade
racial, Ponto Cego soa quase como uma
versão da costa oeste dos Estados Unidos do seminal Faça a Coisa Certa (1989) de Spike Lee, entregando um conjunto
similar de personagens singulares e contundentes observações sobre as dinâmicas
sociais e raciais do seu país.
A narrativa é centrada em Collin (Daveed
Diggs), um ex-presidiário que está a três dias do fim de sua liberdade condicional
e tenta reconstruir a vida depois de seu tempo na prisão. Ele trabalha em uma
empresa de mudanças ao lado do melhor amigo, Miles (Rafael Casal), que tem um
temperamento explosivo. Um dia, Collin testemunha um policial branco atirando
em um homem negro desarmado e a visão irá assombrar o personagem pelos próximos
dias.
Com cores fortes e cenas que
parecem um sonho febril, a direção de Carlos Lopez Estrada é eficiente em nos
deixar imersos nos sentimentos de Collin, que se sente aprisionado mesmo estando
em liberdade, incapaz de se livrar da marca de ser um ex-presidiário. Há nele
um misto de insegurança e revolta pela situação em que se encontra, com tudo
sendo potencializado pela execução testemunhada por ele. Cada vez que vemos uma
viatura ou ouvimos uma sirene sentimos uma apreensão genuína por Collin,
temendo que ele se vítima de brutalidade policial mesmo sem ter feito nada de
criminoso.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
Lixo Extraordinário – Miami Connection
Miami Connection é daqueles filmes que é tão ruim, tão sem sentido
que acaba se tornando divertido de assistir. Se houvesse um mínimo de qualidade
seria algo genérico, esquecível e sem personalidade, mas é a ruindade que o
torna memorável.
A trama foca nos integrantes da
banda Dragon Sound, que são liderados por Mark (Y.K Kim) e praticam Tae-Kwon-Do
nas horas vagas. Um dos integrantes da banda, John (Vincent Hirsch), se envolve
com Jane (Kathy Collier), a irmã de Jeff (William Ergle), líder de uma gangue
de motoqueiros que trabalha junto com uma gangue de ninjas para traficar
cocaína na cidade. Jeff decide que a banda é uma ameaça e resolve eliminá-los.
Se vocês leram o parágrafo acima
com atenção, perceberão que há um salto lógico enorme na sequência de eventos.
Qual a razão de Jeff considerar a banda uma ameaça ao tráfico? Eles são só uma
banda que canta sobre amizade e acreditar nos próprios sonhos, nada do que eles
fazem representa uma ameaça para os negócios ou para Jane (na verdade, o fato
de Jeff ser um traficante tem mais potencial para por Jane em risco do que a
banda). Ah, você exclama, mas será que não é pelo risco da irmã contar para
eles sobre as atividades de Jeff? Bem, não, porque a Jane deixa claro em seus
diálogos que não sabe no que o irmão está envolvido, apenas que são coisas
sombrias. Então qual o motivo de Jeff querer tanto eliminar a banda? Bem, não
há um além da necessidade disso acontecer para mover a trama para frente.
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Ação,
Lixo Extraordinário
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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