sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Crítica – O Mundo Sombrio de Sabrina


Análise Crítica – O Mundo Sombrio de Sabrina


Review – O Mundo Sombrio de Sabrina
A série O Mundo Sombrio de Sabrina faz pela famosa bruxinha adolescente o mesmo que Riverdale fez pelas histórias de Archie e seus amigos, reinventou-as sob um viés mais sombrio, ainda que mantendo seu ar de drama adolescente. Ambas séries são produzidas por Roberto Aguirre-Sacasa, responsável por reinventar esses personagens (tanto Archie quanto Sabrina) nos quadrinhos. A bruxa se sai melhor que a turma de Riverdale pela liberdade dada pela Netflix, não precisando lidar com questões de classificação indicativa que a série do Archie (visto que o canal CW é TV aberta nos EUA), permitindo que a narrativa realmente embarque em algo sombrio e violento.

Sabrina (Kiernan Shipka) é uma adolescente filha de um bruxo e uma humana que vive com as tias, Hilda (Lucy Davis) e Zelda (Miranda Otto), depois da morte dos pais. Prestes a completar dezesseis anos, ela deve passar por seu “Batismo Sombrio” para se juntar ao grupo de bruxas do qual sua família faz parte. A garota, no entanto, reluta em jurar sua lealdade ao Senhor da Trevas por não querer abrir mão de sua vida como humana e do namorado, Harvey (Ross Lynch).

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Crítica – Great News: 2ª Temporada

Análise Crítica – Great News: 2ª Temporada


Review – Great News: 2ª Temporada
Quando escrevi sobre a primeira temporada de Great News (bizarramente traduzido em português como Notícias em Grande), falei sobre como a série conseguia superar sua premissa banal e eventualmente encontrava uma identidade própria ao investir no absurdo. Pois longe dos problemas de personalidade do seu ano de estreia, Great News decola desde o início de sua segunda temporada.

A segunda temporada continua focada em Katie (Briga Heelan) e na relação complicada que ela tem com a mãe controladora, Carol (Andrea Martin), mas também repercute o breve envolvimento de Katie com Greg (Adam Campbell) na temporada anterior e o crescente clima entre os dois. Outra novidade na temporada é a breve participação de Tina Fey como a poderosa executiva Diana St. Tropez.

Assim como antes, a série mira seu alvo crítico nos noticiários televisivos e no modo como eles parecem mais preocupados em criar polêmicas do que efetivamente investigar e analisar os fatos. Também usa o humor para falar sobre tópicos atuais, como a questão do assédio no ambiente de trabalho no episódio em que Diana assedia os homens da redação, ou também dos limites do humor, questionando a ideia de que não faz sentido reclamar da “patrulha do politicamente correto” em um tempo no qual pessoas marcham nas ruas com símbolos nazistas. A temporada ainda faz piada com nosso apego a redes sociais e como esses meios são usados para construir um ideal falso de vida perfeita.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Lixo Extraordinário – A Guerra das Comidas


Análise Crítica – A Guerra das Comidas


Review - Foodfight!
Eu já assisti muitos filmes incrivelmente ruins nessa coluna, mas nenhum foi tão difícil de assistir quanto este A Guerra das Comidas, que muitas vezes aparece em listas de piores animações de todos os tempos. O filme teve uma produção conturbada e levou quase treze anos até ficar pronto.

A produção


O projeto começou em 1999, uma época em que longas animados com personagens tridimensionais ainda estavam dando seus primeiros passos (Toy Story saiu em 1995), visando um lançamento em 2003. O lançamento foi adiado quando os HDs contendo o material foram supostamente roubados no que o diretor Lawrence Kasanoff chamou de ato de “espionagem industrial”. Sério, o diretor alega que o sumiço do material foi um crime perpetrado por concorrentes (que ele nunca nomeou). Porque alguém roubaria uma pequena produtora e não Pixar, por exemplo, está além da minha compreensão.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Crítica – Bohemian Rhapsody


Análise Crítica – Bohemian Rhapsody


Review – Bohemian Rhapsody
Imagino que esteja bem claro que sou fã da banda Queen. O nome dessa página é inclusive uma referência à música que serve de título para Bohemian Rhapsody, filme biográfico sobre Freddie Mercury, o vocalista da banda. Assim, entrei bem empolgado para assisti-lo, mas o resultado, embora não chegue a ser negativo, fica abaixo do esperado.

O filme conta a vida de Freddie Mercury (Rami Malek) da juventude aos seus últimos dias, mostrando os principais sucessos dele e seus companheiros da banda Queen: Brian May (Gwilyn Lee), Roger Taylor (Ben Hardy) e John Deacon (Joseph Mazzello). A questão é que sua narrativa parece mais interessado em nos mostrar bastidores das gravações das músicas mais famosas da banda, como We Will Rock You ou Another One Bites The Dust, do que em entender quem são essas pessoas ou o que as move.

O início até aponta algumas questões sobre Freddie, sua insegurança em relação à própria aparência ou a vergonha que tem de seu passado como imigrante, mas tudo isso é pouco explorado porque o filme se movimenta muito rápido pela trajetória do músico. Mal uma ideia ou conflito é introduzido e ele já é resolvido porque a trama precisa pular alguns anos para nos mostrar o próximo grande hit do Queen. Desta forma, a película ganha um incômodo tom episódico, fragmentado demais para desenvolver os dramas ou conflitos daquelas pessoas, mais parecendo um grande verbete de Wikipédia. Funciona mais como uma grande trívia sobre a banda do que algo que nos fornece um entendimento profundo sobre eles.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Crítica – Johnny English 3.0

Análise Crítica – Johnny English 3.0


Review – Johnny English 3.0
O primeiro Johnny English (2003) era uma comédia simpática, sem grandes pretensões que servia como entretenimento descartável. Não imagino que ninguém esperava que oito anos depois seria lançada uma continuação em O Retorno de Johnny English (2011), que não tinha muito a fazer além de repetir tudo que o primeiro já tinha feito. Duvido muito que alguém saiu da sessão do segundo extremamente ansioso por um terceiro filme, mas agora, sete anos depois, foi exatamente isso que aconteceu neste Johnny English 3.0.

Na trama, o governo britânico tem seus sistemas atacados por hackers, comprometendo as identidades de todos os agentes secretos. Para resolver a questão, a primeira ministra (Emma Thompson) pede que usem agentes inativos, que não tiveram suas identidades expostas. Assim, Johnny English (Rowan Atkinson, famoso como o Mr. Bean) retorna à ativa ao lado de seu fiel escudeiro Bough (Ben Miller) para dar conta da ameaça.

São poucos os momentos realmente inspirados, como quando English acidentalmente incendeia um resort francês. Na maioria dos casos as gags de humor físico são bem previsíveis e conseguimos vê-las chegando a quilômetros de distância. Humor é subversão de expectativas, é pegar uma situação e virá-la ao avesso, mas como sabemos exatamente o que acontecerá em cada trapalhada de English, o humor não se efetiva e as risadas muitas vezes não chegam.

sábado, 27 de outubro de 2018

Crítica – Castlevania: 2ª Temporada


Análise Crítica – Castlevania: 2ª Temporada


Review – Castlevania: 2ª Temporada
A primeira temporada de Castlevania me pegou de surpresa ao servir como uma competente introdução do combate entre Drácula (Graham McTavish) e o resto da humanidade, ainda que excessivamente breve. A segunda temporada traz o dobro de episódios e um clímax intenso para a narrativa.

Depois dos eventos da temporada de estreia, o caçador de vampiros Trevor Belmont (Richard Armitage) se uniu ao meio-vampiro Alucard (James Callis) e à maga Sypha (Alejandra Reynoso) para deter Drácula. O trio parte em busca das ruínas da antiga mansão Belmont na esperança de encontrar algo que os ajude a deter o poderoso vampiro. Ao mesmo tempo, Drácula encontra atritos com os lordes vampiros sob seu comando, que temem que os planos do vilão para exterminar os humanos possam levá-los a morrer de fome.

Tal como a primeira temporada, seria possível dizer a série tem um fluxo relativamente lento, construindo cuidadosamente as motivações e relações entre os personagens de modo que quando o conflito chega já estamos suficientemente envolvidos com os personagens para nos importarmos com o que acontecer e compreendemos os riscos. Assim, a eventual guerra contra Drácula surge menos como uma necessidade do roteiro e mais como uma culminância das jornadas de todas aquelas pessoas.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Crítica – Marvel’s Spider-Man: O Assalto


Análise Crítica – Marvel’s Spider-Man: O Assalto


Review – Marvel’s Spider-Man: O Assalto
Spider-Man não é só o melhor é o melhor jogo do herói aracnídeo da Marvel em muito tempo, como também é um dos melhores games desse ano. Assim, estava bastante empolgado pela sua primeira expansão, O Assalto, mas apesar de manter a qualidade do jogo base, o conteúdo adicional faz pouco para acrescentar novidades à experiência.

Eu imaginei que a trama da expansão seria paralela à história principal, mas a verdade é que ela se passa depois da história, algo evidenciado pelas conversas entre Peter Parker e Miles Morales que repercutem uma das cenas pós-créditos do jogo base. A narrativa gira em torno de uma série de assaltos cometidos pela Gata Negra contra alvos das famílias mafiosas de Nova Iorque, atraindo a ira do gângster Cabeça de Martelo. A trama traz a mesma qualidade da narrativa do jogo base, explorando as relações de Peter com os diferentes personagens, principalmente como a presença da Gata Negra afeta seu relacionamento com Mary Jane.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Crítica – Riverdale: 2ªTemporada


Análise Crítica – Riverdale: 2ªTemporada


Review – Riverdale: 2ªTemporada
Quando escrevi sobre o ano de estreia de Riverdale, mencionei como a série tinha dificuldade em fazer a sombria trama de assassinato dialogar com as intrigas colegiais experimentadas pelos protagonistas adolescentes. Essa segunda temporada se sai melhor nesse aspecto, focando mais nos mistérios do que na vida estudantil dos personagens, mas ainda teve problemas com tramas que não funcionavam. A partir desse ponto, o texto contem SPOILERS.
                          
A narrativa começa no ponto em que a anterior terminou, com o pai de Archie (KJ Apa), Fred (Luke Perry) sendo baleado por um misterioso homem encapuzado que passa a ser chamado de Capuz Negro conforme mais pessoas da cidade são atacadas. O assassino parece ter algum fascínio por Betty (Lili Reinhart), ligando para ela e mandando mensagens criptografadas. Ao mesmo tempo, o pai de Veronica (Camila Mendes), Hiram (Mark Consuelos), retorna a Riverdale e começa a comprar propriedades na zona sul da cidade. Jughead (Cole Sprouse) desconfia dos planos do empresário e decide investigar o que está acontecendo.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Crítica – Podres de Ricos




A última vez que Hollywood produziu um filme estrelado por elenco asiático e com um diretor asiático foi em O Clube da Felicidade e da Sorte (1993) e só agora, vinte e cinco anos depois (mostrando como é um grupo subrepresentado), volta a fazer outro neste divertido Podres de Ricos. A questão da representatividade acaba dando personalidade ao que, de outro modo, seria algo relativamente derivativo.

A trama acompanha o casal Rachel (Constance Wu) e Nick (Henry Golding, que recentemente esteve em Um Pequeno Favor). O casal está a caminho de Singapura para o casamento de um amigo de Nick, que é nativo do local. Durante a viagem, Rachel descobre que a família de Nick é podre de rica e uma das mais tradicionais da elite asiática. Assim, apesar de também ser chinesa, Rachel enfrenta certa rejeição da sogra, Eleanor (Michelle Yeoh), que não a considera boa o bastante para Nick.

É uma comédia romântica com aquela estrutura bem típica de “conto de fada”, com uma mocinha levada a um mundo de luxo, mas sendo rejeitada pela família do amado por conta da origem humilde. O resultado disso poderia ser uma entediante coleção de clichês, mas o elenco é tão carismático e esse universo e ultra riqueza é tão bem construído que é difícil não se encantar.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Crítica- Halloween

Análise Crítica- Halloween


Review - HalloweenO diretor David Gordon Green se tornou famoso por seu trabalho em comédias como Segurando as Pontas (2008) e Sua Alteza (2011), mas nos últimos anos migrou para o drama com o bacana Joe (2013) e o recente O Que Te Faz Mais Forte. Agora ele entra no reino do terror com este Halloween, uma continuação do seminal terror de 1978 dirigido por John Carpenter. Tal como outros realizadores vindos da comédia, caso de Jordan Peele em Corra! (2017) ou John Krasinski em Um Lugar Silencioso (2018), os resultados obtidos por Green são surpreendentemente satisfatórios.

A trama ignora todas as outras continuações e considera apenas o original de 1978 em sua linha do tempo. O assassino Michael Myers está preso há décadas, mas ninguém conseguiu penetrar na sua mente para compreendê-lo. Enquanto isso Laurie Strode (Jamie Lee Curtis), a única sobrevivente de seu ataque em 1978, se tornou uma mulher solitária e paranoica, vivendo isolada em uma casa de campo, sempre se preparando para o retorno de Michael.