Ninguém sabia muita coisa sobre Operação Overlord quando o primeiro
trailer foi lançado. As prévias mostravam um filme situado na Segunda Guerra
Mundial com elementos de terror e sobrenatural. Mesmo com os trailers, era algo
cercado de mistério e, sinceramente, não sabia o que pensar. Assistindo o
filme, porém, encontrei uma competente mistura de O Resgate do Soldado Ryan (1998) e Resident Evil (2002) com pitadas dos recentes games da franquia Wolfenstein, que vai além de sua
roupagem de filme B ao construir uma metáfora sobre o custo humano (e
humanístico) da guerra.
A trama é relativamente simples:
às vésperas do desembarque das tropas aliadas na Normandia, um grupamento de
paraquedistas tem a missão de destruir uma torre de rádio para que as tropas
tenham apoio aéreo. A missão começa com problemas, o avião é abatido e boa
parte da tropa é morta, deixando um pequeno número de soldados para completar a
missão. Entre eles está Boyce (Jovan Adepo), que descobre que os alemães estão
fazendo misteriosas experiências no complexo militar no qual a torre está
localizada.
O filme consegue fazer muito em
termos de construção de suspense usando muito pouco. Se situando quase todo
dentro de uma casa na vila francesa controlada pelos nazistas. Ainda assim há
um constante e palpável senso de urgência e temor por conta da corrida contra o
tempo para terminar a missão, do fato dos personagens estarem em imensa
desvantagem em relação ao inimigo e pelo mistério do que realmente está
acontecendo nos laboratórios nazistas. O design
de som ajuda na atmosfera de suspense, seja sugerindo a constante presença de
tropas ao redor da casa em que os personagens estão escondendo, seja sugerindo
toda uma extensão de horrores dos laboratórios nazistas através dos gritos das
cobaias/vítimas.