Os irmãos Coen já dirigiram
filmes em muitos gêneros diferentes e até já realizaram obras difíceis de
subscrever a um único gênero como o caso de Fargo
(1996). Agora, com este A Balada de
Buster Scruggs eles se aventuram no western
em um “filme de antologia” que nada mais é que uma série de curtas montados
juntos. Sim, eles são unidos pela ambientação no velho oeste e também pelo tema
da morte irônica e inesperada, com os destinos dos personagens sofrendo
inesperadas reversões, mas ainda assim, são desconectados um do outro o
suficiente para poderem ter sido lançados em episódios no formato de minissérie
ao invés de colados juntos em um filme.
Como a maioria dos filmes que
conta múltiplas histórias, A Balada de
Buster Scruggs é irregular. Isso se dá tanto por conta de algumas tramas
funcionarem bem melhor que outras como pelas mudanças bruscas de tom ou pelo
fato da duração de algumas histórias ser muito maior do que as outras dando a
impressão que de se estende mais do que deveria. É um pouco difícil saltar do
humor excêntrico dos dois primeiros curtas, protagonizados por Tim Blake Nelson
e James Franco respectivamente, para a melancolia da história encabeçada por
Liam Neeson envolvendo um jovem sem pernas e sem braços.