terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Crítica - Roma


Análise Crítica - Roma


Review - Roma
O Roma do diretor mexicano Alfonso Cuarón não trata da capital italiana, pegando seu título da Colônia Roma, área de classe média da Cidade do México na qual o diretor cresceu. É, portanto, um trabalho que se pretende a algo memorialista, remetendo a experiências de infância do diretor e construindo uma sensação de estarmos acompanhando experiências cotidianas.

A história dessa família de classe média é contada sob a ótica de Cleo (Yalitza Aparicio) uma das empregadas dessa família de classe média cujos filhos dos patrões a consideram quase como uma segunda mãe. A trama acompanha o cotidiano dessa família bem como a vida de Cleo e as transformações que vão ocorrendo nesse núcleo familiar. Se inicialmente a trama parece romantizar excessivamente a relação de trabalho de Cleo com a família que a emprega, em sua segunda metade esse incômodo é atenuado quando a trama passa a ser sobre a solidão feminina, com tanto Cleo e a patroa abandonadas pelos respectivos companheiros não tendo o apoio de mais ninguém exceto uma da outra.  

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Crítica – South Park: 22ª Temporada


Análise Crítica – South Park: 22ª Temporada


Review – South Park: 22ª TemporadaA vigésima segunda temporada de South Park começou abordando o polêmico tema dos tiroteios em escolas. A escolha criou controvérsia antes mesmo do episódio ser exibido, com muita gente questionando como a série faria comédia em cima de algo tão trágico e, na verdade, eles se saíram muito bem ao abordar o tema. A série extrai a comédia não do tiroteio ou das mortes em si, mas da banalização que é feita ao redor desse tipo de evento e da inação em tentar fazer algo para coibi-lo.

O ridículo e o absurdo emergem de como esses tiroteios foram absorvidos no cotidiano das pessoas que, ao saber de um novo massacre, anunciam que seus “pensamentos e orações” estão com as vítimas apenas para continuar suas atividades como se nada tivesse acontecido. O episódio ainda traz uma subtrama envolvendo Cartman e Token sobre o fato de Cartman não ter gostado do filme Pantera Negra, o que é uma piada recorrente durante toda a temporada. Eu imagino que a intenção tenha sido parodiar as comunidades de fãs que não aceitam opiniões divergentes e atacam com fúria virulenta qualquer um que pense diferente, mas a temporada acaba não tendo nada a dizer sobre isso e apenas repete várias vezes a fala de Cartman de que o filme não é tão bom assim.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Crítica – Henfil


Análise Crítica – Henfil


Review – Henfil
Famoso por seu trabalho como cartunista, mas tendo também atuado como escritor, dramaturgo e até diretor de cinema, Henfil é uma figura importante para a história política e cultural brasileira cuja trajetória precisa ser examinada e conhecida. O documentário Henfil faz exatamente isso e é bem sucedido em evitar as armadilhas comuns deste tipo de filme.

A trama é contada a partir da pesquisa de estudantes de animação que pesquisam a vida e obra de Henfil para fazer um curta animado sobre seus mais famosos personagens. A partir disso o público vai conhecendo o cartunista a partir da pesquisa realizada pelos animadores. Com isso, o filme se afasta dessa estrutura tradicional de apenas intercalar entrevistas e imagens de arquivo, colocando o público para acompanhar a experiência de aprendizado da equipe de animação, o manuseio que eles fazem das artes de Henfil e as visitas de outros cartunistas, como Ziraldo e Jaguar, que vão ao estúdio comentar sobre a obra do biografado.

Claro, ainda estão presentes as entrevistas estáticas e imagens de arquivo, mas tudo é organizado sob o enquadramento dessa pesquisa dos animadores cuja intenção não é apenas conhecer os eventos da vida de Henfil, mas a gênese do seu gesto criativo. Entender porque ele produzia charges e cartuns sobre determinados temas e também qual a razão dele fazê-las do jeito que fazia, as suas escolhas estéticas, o tipo do traço e outros elementos.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Crítica – Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano


Análise Crítica – Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano


Review – Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano
Detetives do Prédio Azul: O Filme, que levava aos cinemas a série do canal infantil Gloob, era uma aventura simpática, ainda que simples. Esse segundo filme não faz muito para ir além do anterior, mas continua a apresenta uma trama leve, imaginativa e lúdica.

A narrativa continua a acompanhar o trio de detetives mirins Sol (Letícia Braga), Bento (Anderson Lima) e Pippo (Pedro Henriques Motta). Dessa vez o grupo precisa viajar até a Itália (daí o título do filme) para desvendar o sumiço das crianças de seu prédio que foram sequestradas pelos bruxos Máximo (Diogo Vilela) e Mínima (Fabiana Karla), que querem usar o canto das crianças para atingirem a imortalidade. Na missão, o grupo de pequenos investigadores contará com a ajuda do avô (Antonio Pedro) de Pippo.

Tal como antes, a trama continua a costurar bem a junção da trama investigativa com elementos de fantasia e sobrenatural. Se quando eu escrevi sobre o primeiro filme mencionei o quanto isso era tributário de narrativas como a do Scooby Doo ou Josie e as Gatinhas (antes do reboot mais sério e sombrio em Riverdale), este segundo filme se aproxima ainda mais dessas referências. O castelo italiano com quadros cujos olhos se movem parece saído diretamente de um episódio do Scooby Doo e o trio de detetives agora tem uma banda na qual Sol toca bateria usando uma tiara com orelhinhas ao melhor estilo Josie.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Crítica – Aquaman




Depois da recepção abaixo do esperado de Liga da Justiça (2017) ficava claro que o modelo do diretor Zack Snyder para os heróis da DC não era mais comercialmente viável. O diretor teve três chances nesse universo e todas as três obtiveram um resultado morno, embora alguns estúdios ainda tenham tentado copiar equivocadamente esse formato como o péssimo Robin Hood. Este Aquaman tinha a missão de mostrar que o universo DC poderia se sustentar sem o diretor e construir em cima das promessas deixadas em Liga da Justiça.

É curioso que enquanto muitos blockbusters recentes, como o já citado Robin Hood, tentam copiar essa estrutura dark e sisuda, o chamado universo compartilhado da DC nos cinemas (que começou em O Homem de Aço) só obteve sucessos incontestes quando foi na contramão disso, abraçando a fantasia e aventura em Mulher Maravilha (2017), e agora tenta ser bem sucedido ao fazer um filme com um quê de matinê dos anos 30 e espírito de uma aventura de capa e espada (ou tridente) neste Aquaman.

Na trama, Arthur (Jason Momoa) é filho de um humano, Tom (Temuera Morrison), com a rainha Atlanna (Nicole Kidman), monarca da nação submarina de Atlântida. Arthur cresce na superfície, alheio ao que acontece em Atlântida, mas quando o seu meio-irmão, o rei Orm (Patrick Wilson) decide declarar guerra à superfície, ele se junta à princesa Mera (Amber Heard) e ao conselheiro Vulko (Willem Dafoe) para deter a guerra iminente e, para isso, precisam recuperar o tridente perdido de Atlan, primeiro rei de Atlântida.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Crítica – Mogli: Entre Dois Mundos


Análise Crítica – Mogli: Entre Dois Mundos


Review – Mogli: Entre Dois Mundos
A jornada de Mogli: Entre Dois Mundos para chegar a ser exibido ao público não foi fácil. O projeto, dirigido pelo ator Andy Serkis, foi anunciado pela Warner quase que ao mesmo tempo em que a Disney divulgava um remake com atores da animação Mogli: O Menino Lobo. Os dois filmes estavam marcados para estrear no mesmo ano, mas a Warner preferiu adiar sua versão a competir com a encarnação mais famosa da Disney. Um ano passou e nada de Mogli: Entre Dois Mundos estrear até que em 2018, quase dois anos depois da data marcada para sua estreia, foi anunciado que a Netflix comprou o filme da Warner e o distribuiria mundialmente em seu serviço de streaming.

Dada a demora em levar o filme ao público e a eventual desova dele na Netflix pelo estúdio, a impressão é que a Warner estava querendo se livrar de um potencial fracasso financeiro e diminuir suas perdas com filme, tal qual a Paramount fez ao largar o péssimo The Cloverfield Paradox (2018) no colo da Netflix. A impressão se confirma ao assistir o filme, pois embora ele não seja uma bomba insuportável de assistir, tem poucos atributos para realmente envolver o público, sendo uma experiência apática.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Crítica – NBA 2K19

Análise Crítica – NBA 2K19


Review – NBA 2K19
Jogos de esporte não são exatamente o meu forte, mas meu interesse por basquete acabou me motivando a conferir este NBA 2K19. A experiência foi relativamente positiva e eu encontrei um complexo e detalhado jogo de basquete, ainda que alguns problemas em termos de progressão atrapalharam a experiência.

A primeira coisa que chama a atenção é o quanto o jogo acerta ao reconstruir o estilo e o clima de uma partida da NBA. Dos modelos fiéis aos jogadores e quadras reais que reproduzem, às faixas de comentários ao longo das partidas e ao pré e pós show exibidos ao final de cada partida da campanha principal, tudo trabalha para te deixar imerso no sentimento de que o jogador de fato está fazendo parte de uma partida de basquete profissional.

O jogo traz uma variedade de modos e talvez aquele que inicialmente traz os jogadores, em especial alguém como eu que não tem muita experiência com os games da série NBA 2K, é o modo MyCarreer que funciona como a campanha principal do jogo. Nela, o usuário cria seu próprio personagem, um jogador iniciante com a alcunha de A.I para acompanhar suas tentativas de ter sucesso na NBA. A história me surpreendeu pela qualidade do roteiro, cheio de reviravoltas e dramas que me fizeram me importar com A.I a despeito da conduta ocasionalmente petulante e imatura do personagem. Existem alguns momentos em que o jogo te dá a opção de escolher o diálogo do personagem, mas a maioria delas teve pouco impacto na narrativa.

God of War é o grande vencedor do Video Game Awards


God of War review

O Video Game Awards, maior premiação de games dos Estados Unidos, aconteceu ontem, 06 de dezembro, e sagrou a nova versão de God of War como jogo do ano, levando também os prêmios nas categorias de direção e melhor jogo de aventura. A vitória marca um ano repleto de bons exclusivos para Playstation 4, como Marvel’s Spider-Man. O exclusivo para Xbox One Forza Horizon 4, por sua vez, ganhou como melhor jogo de esporte. O independente Celeste, que tinha brasileiros em sua equipe de desenvolvedores, venceu como melhor jogo indie. Confiram abaixo todos os vencedores.
  

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Conheçam os indicados ao Globo de Ouro 2019


A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood anunciou hoje os indicados ao Globo de Ouro. No cinema, Vice, cinebiografia do ex-vice presidente dos EUA Dick Cheney, recebeu o maior número de indicações, concorrendo em seis categorias. Na televisão o mais lembrado foi American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace. A cerimônia de entrega dos prêmios acontecerá no dia 6 de janeiro e será apresentada por Andy Samberg e Sandra Oh. Confiram abaixo todos os indicados:


quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Crítica – Making a Murderer: 2ª Temporada


Análise Crítica – Making a Murderer: 2ª Temporada


Review – Making a Murderer: 2ª Temporada
A primeira temporada da série documental Making a Murderer pegou todo mundo de surpresa e se tornou uma sensação ao contar a história de Steven Avery, um homem condenado por estupro que passou dezoito anos na prisão até que novas evidências provaram sua inocência. Tempos depois ele é preso novamente sob uma acusação de assassinato cuja obtenção de provas foi bastante suspeita. A narrativa sobre um homem injustiçado envolvida em mistério e a possibilidade de uma grande conspiração policial atraiu a atenção de muita gente, tornando a série um sucesso e inclusive gerando consequências reais, com petições para libertar Avery e movimentos a favor dele.

A série também foi alvo de críticas por sua parcialidade, ficando do lado de Avery e da hipótese de sua inocência o tempo todo, e por conta disso teria supostamente ignorado as evidências mais fortes que provavam a culpa dele, focando a narrativa da série nas provas mais questionáveis. Essa segunda temporada tenta responder a essas críticas ao mesmo tempo que acompanha os novos desenvolvimentos nos casos de Steven e de seu sobrinho, Brendan, mas a verdade é que não há muito material para justificar essa nova leva de dez episódios.