O Roma do diretor
mexicano Alfonso Cuarón não trata da capital italiana, pegando seu título da
Colônia Roma, área de classe média da Cidade do México na qual o diretor
cresceu. É, portanto, um trabalho que se pretende a algo memorialista,
remetendo a experiências de infância do diretor e construindo uma sensação de
estarmos acompanhando experiências cotidianas.
A história dessa família de classe média é contada sob a
ótica de Cleo (Yalitza Aparicio) uma das empregadas dessa família de classe
média cujos filhos dos patrões a consideram quase como uma segunda mãe. A trama
acompanha o cotidiano dessa família bem como a vida de Cleo e as transformações
que vão ocorrendo nesse núcleo familiar. Se inicialmente a trama parece romantizar
excessivamente a relação de trabalho de Cleo com a família que a emprega, em
sua segunda metade esse incômodo é atenuado quando a trama passa a ser sobre a
solidão feminina, com tanto Cleo e a patroa abandonadas pelos respectivos
companheiros não tendo o apoio de mais ninguém exceto uma da outra.