quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Crítica – A Vingança Perfeita


Análise Crítica – A Vingança Perfeita


Review – A Vingança Perfeita
No papel A Vingança Perfeita tinha tudo para dar certo: uma estilosa história de vingança com um elenco cheio de intérpretes carismáticos como Margot Robbie e Simon Pegg. Na prática, no entanto, o resultado é um filme vazio e cheio de afetações que não levam a lugar algum.

Na trama, a assassina Bonnie (Margot Robbie) oferece seus serviços para um misterioso chefão do crime. Para trabalhar com ele, porém, ela precisa se mostrar superior aos seus concorrentes. Ao mesmo tempo, Bill (Simon Pegg), um professor com uma doença terminal, vaga pela cidade enquanto contempla a possibilidade de suicídio.

O texto se pretende a uma reflexão sobre violência, loucura, vida e morte, cheio de citações literárias a obras como Alice no País das Maravilhas, construindo longos diálogos verborrágicos com a certeza de que está fazendo algo digno de Quentin Tarantino ou Guy Richie quando, na verdade, está bem longe disso. A verdade é que a maioria dessas conversas nunca produz nenhuma reflexão ou insight sobre os temas abordados e as falas parecem mais estruturadas para gerar frases de efeito “impactantes” ou “descoladas” do que para produzir um argumento interessante a respeito de qualquer um dos assuntos. Claro, Margot Robbie traz uma energia insana à sua assassina que impede que tudo mergulhe no completo tédio, mas nem mesmo ela consegue salvar um texto tão equivocadamente raso.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Crítica – Homem-Aranha no Aranhaverso


Análise Crítica – Homem-Aranha no Aranhaverso


Review – Homem-Aranha no Aranhaverso
A ideia da Sony fazer uma animação baseada nas múltiplas versões do Homem-Aranha parecia apenas uma estratégia caça-níqueis do estúdio para lucrar com o personagem sem precisar ceder o controle à Marvel como em Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017). Não esperava muita coisa, mas o que encontrei foi, talvez, o melhor filme do aracnídeo desde Homem-Aranha 2 (2004) do Sam Raimi.

A trama acompanha Miles Morales (Shameik Moore) que, tal como aconteceu com Peter Parker (Chris Pine), também é mordido por uma aranha radioativa e ganha poderes especiais. As coisas se complicam quando um colisor de partículas usado pelo Rei do Crime (Liev Schrieber) abre um portal para múltiplas dimensões trazendo versões do Homem-Aranha de diferentes universos. Assim, Miles precisará trabalhar com esses outros heróis, como Peter B. Parker (Jake Johnson), um Aranha fora de forma e em fim de carreira, a Gwen Aranha (Hailee Steinfeld), o Homem-Aranha Noir (Nicolas Cage), Peni Parker (Kimiko Glen), uma menina japonesa dentro de um robô aracnídeo, e o Porco-Aranha (John Mulaney), um porco antropomórfico que também tem poderes de aranha.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Reflexões Boêmias – Melhores Filmes de 2018


Melhores filmes


É sempre importante fazer um balanço do ano que passou e pesar as coisas boas e ruins que vivenciamos ao longo deste período. Como já fizemos nossa lista dos piores filmes de 2018, agora é a vez de pensarmos em quais foram os melhores filmes do ano que passou. A lista leva em conta apenas filmes que tiveram lançamento comercial no Brasil em 2018, seja nos cinemas ou direto para vídeo e streaming. Vamos a eles!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Crítica – Bumblebee


Análise Crítica – Bumblebee


Review -  Bumblebee
Depois de ir piorando progressivamente a cada um de seus cinco filmes e chegando ao fundo do poço no péssimo Transformers: O Ùltimo Cavaleiro (2017), que inclusive rendeu abaixo do esperado, deixando evidente que a franquia precisava se reinventar se quisesse continuar relevante. Este Bumblebee acaba sendo o exato respiro criativo que o universo precisava, tanto em termos narrativos quanto em termos estéticos, já que o diretor Michael Bay, responsável por todos os filmes dos Transformers até então, sai para dar lugar a Travis Knight (que comandou a animação Kubo e as Cordas Mágicas) e a troca traz uma notável diferença.

A trama se passa na década de oitenta e é centrada na garota Charlie (Hailee Steinfeld). Prestes a completar dezoito anos, ela quer ganhar um carro de aniversário, mas sua família não tem condições. Tudo muda quando ela acha um Fusca amarelo em um ferro-velho e decide consertá-lo, descobrindo que o veículo era um Transformer danificado que tinha caído na Terra tempos atrás. Assim, a jovem começa a construir uma amizade com Bumblebee (voz de Dylan O’Brien) ao mesmo tempo em que ambos ficam na mira da perigosa Decepticon Shatter (voz de Angela Bassett), que está em busca de Bumblebee para obter a localização dos demais Autobots.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Reflexões Boêmias – Piores Filmes de 2018


2018 Worst Movies


Com todo final de ano e começo de um novo chega o momento de fazer um balanço de tudo que passou. Como de costume, decido começar minha retrospectiva pelos piores porque, bem, melhor dar as más notícias primeiro, então aqui vão as piores coisas que lamentavelmente assisti e foram lançadas comercialmente no Brasil em 2018.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Crítica – O Retorno de Mary Poppins

Análise Crítica – O Retorno de Mary Poppins


Review – O Retorno de Mary Poppins
Não imaginei que a Disney faria outro filme com a babá Mary Poppins, afinal é notório que a escritora P.L Travers não gostou do que Walt Disney fez com sua personagem no filme de 1964 estrelado por Julie Andrews, uma história que também já foi contada nos cinemas em Walt nos Bastidores de Mary Poppins (2013), ainda que o filme alivie um pouco as animosidades entre Travers e Disney. A questão é que o estúdio conseguiu fazer um acordo com o espólio da escritora e assim chegamos a este O Retorno de Mary Poppins.

Na trama, as crianças Banks do primeiro filme já estão adultas. Michael (Bem Winshaw) é um pai viúvo de três crianças e está prestes a perder a casa, enquanto Jane (Emily Mortimer) é uma líder sindical que tenta organizar os trabalhadores durante o período de crise econômica. Assim, Mary Poppins (Emily Blunt) mais uma vez aparece na vida dos Banks, dessa vez sendo auxiliada por Jack (Lin-Manuel Miranda) um trabalhador que cuida das lamparinas das ruas.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Crítica – Marvel’s Spider-Man: Comando Silver


Análise Crítica – Marvel’s Spider-Man: Comando Silver


Review – Marvel’s Spider-Man: Comando Silver
Comando Silver é o terceiro e último DLC para Marvel’s Spider-Man e tinha a missão de trazer um desfecho às histórias iniciadas em O Assalto e Guerras Territoriais, encerrando todos os arcos de personagem enquanto pavimentava os rumos para novas narrativas em uma possível (e talvez inevitável) continuação.

A trama continua onde a expansão anterior parou, com o gângster Cabeça de Martelo escapando depois de ser dado como morto e a capitã Yuri Watanabe sendo afastada depois de tentar assassinar o criminoso. Agora, Peter precisa descobrir onde o vilão se esconde ao mesmo tempo que precisa lidar com o retorno de Silver Sable, que não está nem um pouco feliz com o fato de Cabeça de Martelo ter roubado seu equipamento.

domingo, 23 de dezembro de 2018

Crítica – Bird Box


Análise Crítica – Bird Box


Review – Bird Box
Uma mulher e duas crianças caminham vendadas em meio a uma floresta tomada por um nevoeiro. A mulher alerta as crianças para não tirarem as vendas, pois se verem as criaturas invisíveis que tomaram nosso mundo, correm o risco de morrer. No papel a premissa de Bird Box parece risível, mas funciona melhor na prática. A questão é que a trama se pretende a um exame da erosão da sociedade diante de um ambiente apocalíptico e também a uma metáfora sobre a maternidade e faz as duas coisas apenas superficialmente.

Malorie (Sandra Bullock) está grávida e tem dúvidas se conseguirá amar e criar vínculo com a criança que irá nascer. Em meio a esses questionamentos, o mundo é tomado por um surto de insanidade, com pessoas enlouquecendo e se matando aparentemente sem razão alguma. Não demora a descobrirem que a razão de tudo isso são criaturas que, quando vistas, levam a pessoa à loucura. A trama alterna duas temporalidades, o presente no qual Malorie viaja com duas crianças através de um rio e o passado, com ela ainda grávida refugiada em uma casa com outros sobreviventes.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Lixo Extraordinário – Salvando o Natal


Crítica – Salvando o Natal


Review - Saving Christmas
Estrelado pelo ex-ator mirim Kirk Cameron, famoso em sua juventude por conta da série Tudo em Família e que hoje se tornou uma espécie de televangelista, este Salvando o Natal promete em seu pôster “trazer Cristo de volta ao Natal”. Imaginei que com isso o filme quisesse criticar o consumismo das festas natalinas e resgatar a essência da fé cristã que se perdeu nas comemorações da festa. Eu estava errado, eu estava muito, muito errado. O que ele apresenta é uma visão delirante e equivocada sobre os significados da festa, mas nem é só isso que o torna abominável.

O filme abre com Kirk sentado diante de uma poltrona falando sobre as festas natalinas e logo após uma breve fala sobre o Natal ser uma época de caridade e oração ele mostra o real intento do filme, entregando um longo discurso sobre como as comemorações natalinas estariam “sob ataque” ou sendo ameaçadas por pessoas que não gostam ou não entendem o significado das festas.

Ora, os Estados Unidos são uma nação formada por puritanos cristãos, as notas de dólar trazem a mensagem “in God we trust” (em Deus confiamos) escrita nelas, o juramento à bandeira menciona o fato do país ser “uma nação sob Deus, indivisível”, e assim é difícil comprar a ideia de que o cristianismo é de algum modo um grupo perseguido. Cristãos são um grupo social hegemônico, que determina padrões e normas, tanto lá quanto aqui no Brasil. Desta forma, tentar argumentar sobre perseguição é uma dissonância cognitiva com a realidade ou pura desonestidade intelectual, mesmo se considerarmos que está havendo uma perda de hegemonia, já que isso seria muito diferente de ser perseguido ou intimidado.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Crítica – Minha Vida em Marte

Análise Crítica – Minha Vida em Marte


Review – Minha Vida em Marte
Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que Eu Vou (2014) era uma comédia morna, excessivamente colada nos clichês do gênero, mas obteve sucesso suficiente para render uma continuação neste Minha Vida em Marte, que apresenta uma trama difusa e que perde de vista sua protagonista.

O casamento entre Fernanda (Mônica Martelli) e Tom (Marcos Palmeira) esfriou. Eles mal conversam, mal transam e só dialogam para falar sobre a filha. A falta de interação entre os dois leva Fernanda a conversar com o amigo Aníbal (Paulo Gustavo) e repensar a relação.

Assistindo o filme, a impressão é que Paulo Gustavo entrou armado no set e tomou toda a produção de refém, já que seu personagem, que deveria ser o típico melhor amigo engraçadinho, acaba tendo mais espaço e mais falas do que a própria protagonista do filme. Não importa qual o teor da conversa ou quão dramática, Aníbal sempre tem longos comentários venenosos a fazer sobre o que quer que esteja ao seu redor, mesmo que não faça nenhum sentido que aquilo fosse dito na situação, como nos momentos em que ele faz comentários maldosos para as clientes de sua empresa de eventos, o que é mais grosseiro do que engraçado.