No papel A Vingança
Perfeita tinha tudo para dar certo: uma estilosa história de vingança com
um elenco cheio de intérpretes carismáticos como Margot Robbie e Simon Pegg. Na
prática, no entanto, o resultado é um filme vazio e cheio de afetações que não
levam a lugar algum.
Na trama, a assassina Bonnie (Margot Robbie) oferece seus
serviços para um misterioso chefão do crime. Para trabalhar com ele, porém, ela
precisa se mostrar superior aos seus concorrentes. Ao mesmo tempo, Bill (Simon
Pegg), um professor com uma doença terminal, vaga pela cidade enquanto
contempla a possibilidade de suicídio.
O texto se pretende a uma reflexão sobre violência, loucura,
vida e morte, cheio de citações literárias a obras como Alice no País das Maravilhas, construindo longos diálogos
verborrágicos com a certeza de que está fazendo algo digno de Quentin Tarantino
ou Guy Richie quando, na verdade, está bem longe disso. A verdade é que a
maioria dessas conversas nunca produz nenhuma reflexão ou insight sobre os temas abordados e as falas parecem mais
estruturadas para gerar frases de efeito “impactantes” ou “descoladas” do que
para produzir um argumento interessante a respeito de qualquer um dos assuntos.
Claro, Margot Robbie traz uma energia insana à sua assassina que impede que
tudo mergulhe no completo tédio, mas nem mesmo ela consegue salvar um texto tão
equivocadamente raso.