terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Crítica – Assunto de Família


Análise Crítica – Assunto de Família


Review – Assunto de Família
Dizer que Assunto de Família é uma espécie de drama sobre uma família de criminosos pode, talvez, dar uma impressão errada sobre o que ele é. Afinal, quando falamos de dramas sobre famílias criminosas imediatamente imaginamos histórias sobre máfia e sindicatos criminosos, mas o filme de Hirokazu Kore-eda é menos sobre crime ou poder e mais sobre os laços que unem ou separam a unidade da família protagonista.

O casal Osamu (Franky Lilly) e Nobuyo (Ando Sakura) vive em uma pequena casa junto com o filho Shota (Jyo Kairi), a irmã mais jovem de Nobuyo, Aki (Matsuoka Mayu), e a avó cuja pensão parece ser o principal sustento da família. As relações entre eles não ficam claras desde o início, deixando algumas dúvidas se eles são parentes de sangue, de criação ou consideração, mas é justamente sobre a natureza implícita dessas relações e os sentimentos não externados pelos personagens que muitos dos conflitos vão emergir.

Além da pensão da avó, muito do sustento da família vem de pequenos furtos. Nobuyo rouba itens de seu trabalho enquanto que Osamu e Shota roubam mercadorias em lojas e mercados. A natureza acumuladora dos personagens é refletida na própria casa, cheia de caixas, objetos, brinquedos e todo tipo de tralha empilhada por todos os cantos, reduzindo ainda mais o já diminuto espaço do lugar. A família se expande quando o casal encontra a menina Juri (Sasaki Miyu) abandonada na frente da residência deles e Nobuyo decide levá-la para casa.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Crítica – Lizzie


Análise Crítica – Lizzie


Review – Lizzie
Em 1892 o pai e a madrasta de Lizzie Borden foram brutalmente assassinados a machadadas. As suspeitas recaíram sobre Lizzie e a empregada, Bridget Sullivan, as únicas duas pessoas na casa, mas ninguém foi preso e o crime nunca foi resolvido, ficando no imaginário popular da cultura dos Estados Unidos.

O caso já rendeu vários filmes, livros e séries de televisão que tentavam entender o que aconteceu e inspiraram tantas outras obras como Alias Grace da escritora Margaret Atwood (autora de O Conto da Aia) que tinha uma premissa bem similar aos eventos reais e foi transformada em minissérie pela Netflix. Este Lizzie é a tentativa mais recente de examinar o caso e imaginar o que aconteceu, mas tem pouco a dizer que já não tenha sido explorado antes.

Na trama, Lizzie (Chloe Sevigny) é uma jovem mulher pertencente a uma família de alta classe que percebe que o tio está tentando tomar os negócios do pai que, por sua vez, não acredita nas acusações de Lizzie. Ao mesmo tempo, a protagonista se aproxima de Bridget (Kristen Stewart), a nova empregada de sua casa, e as duas começam a desenvolver um relacionamento.

Vencedores do Globo de Ouro 2019


Vencedores do Globo de Ouro 2019


A entrega dos Globos de Ouro aconteceu ontem, 06 de janeiro, apresentada pelos atores Andy Samberg e Sandra Oh. A premiação sagrou Bohemian Rhapsody, biografia do músico Freddie Mercury, como melhor filme de drama e o ator Rami Malek venceu na categoria de ator dramático por seu trabalho como Freddie no filme. Green Book: O Guia venceu como melhor filme de comédia e rendeu um prêmio de ator coadjuvante para Mahershala Ali. No campo das séries, O Assassinato de Gianni Versace venceu em duas categorias, como melhor minissérie e em melhor ator em minissérie para Darren Criss. Confiram aqui a lista completa de indicados com os vencedores destacados em negrito.



sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Crítica – Desventuras em Série: 3ª Temporada


Análise Crítica – Desventuras em Série: 3ª Temporada


Resenha – Desventuras em Série: 3ª Temporada
Quando escrevi sobre a segunda temporada de Desventuras em Série, falei sobre a cansativa repetição da mesma estrutura ao longo de seus episódios e a esperança de uma próxima temporada não cometer os mesmos erros. Pois bem, essa terceira e última temporada de fato evita repetir os mesmos formatos e entrega um desfecho digno para a saga de infortúnio dos irmãos Baudelaire.

A narrativa começa no exato ponto em que a temporada anterior terminou, com o Conde Olaf (Neil Patrick Harris) jogando os irmãos Baudelaire do alto de uma montanha. A partir desse ponto acompanhamos o trio de protagonistas em sua busca para descobrir os mistérios envolvendo a sociedade secreta que seus pais faziam parte, a localização do cobiçado açucareiro e as tentativas de se livrar de uma vez por todas da ameaça do Conde.

Desde o primeiro episódio há uma clara sensação de que a série caminha para o seu desfecho e busca amarrar todas as pontas soltas, refletindo sobre os impactos da jornada sobre seus personagens. Se as duas primeiras temporadas tinham um claro viés maniqueísta, exibindo Olaf como um sujeito completamente maligno e irredimível, a atual o torna uma figura mais complexa ao nos exibir o seu passado e as razões da cisão dentro da organização secreta que ele e os pais dos Baudelaire faziam parte.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Crítica – A Vingança Perfeita


Análise Crítica – A Vingança Perfeita


Review – A Vingança Perfeita
No papel A Vingança Perfeita tinha tudo para dar certo: uma estilosa história de vingança com um elenco cheio de intérpretes carismáticos como Margot Robbie e Simon Pegg. Na prática, no entanto, o resultado é um filme vazio e cheio de afetações que não levam a lugar algum.

Na trama, a assassina Bonnie (Margot Robbie) oferece seus serviços para um misterioso chefão do crime. Para trabalhar com ele, porém, ela precisa se mostrar superior aos seus concorrentes. Ao mesmo tempo, Bill (Simon Pegg), um professor com uma doença terminal, vaga pela cidade enquanto contempla a possibilidade de suicídio.

O texto se pretende a uma reflexão sobre violência, loucura, vida e morte, cheio de citações literárias a obras como Alice no País das Maravilhas, construindo longos diálogos verborrágicos com a certeza de que está fazendo algo digno de Quentin Tarantino ou Guy Richie quando, na verdade, está bem longe disso. A verdade é que a maioria dessas conversas nunca produz nenhuma reflexão ou insight sobre os temas abordados e as falas parecem mais estruturadas para gerar frases de efeito “impactantes” ou “descoladas” do que para produzir um argumento interessante a respeito de qualquer um dos assuntos. Claro, Margot Robbie traz uma energia insana à sua assassina que impede que tudo mergulhe no completo tédio, mas nem mesmo ela consegue salvar um texto tão equivocadamente raso.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Crítica – Homem-Aranha no Aranhaverso


Análise Crítica – Homem-Aranha no Aranhaverso


Review – Homem-Aranha no Aranhaverso
A ideia da Sony fazer uma animação baseada nas múltiplas versões do Homem-Aranha parecia apenas uma estratégia caça-níqueis do estúdio para lucrar com o personagem sem precisar ceder o controle à Marvel como em Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017). Não esperava muita coisa, mas o que encontrei foi, talvez, o melhor filme do aracnídeo desde Homem-Aranha 2 (2004) do Sam Raimi.

A trama acompanha Miles Morales (Shameik Moore) que, tal como aconteceu com Peter Parker (Chris Pine), também é mordido por uma aranha radioativa e ganha poderes especiais. As coisas se complicam quando um colisor de partículas usado pelo Rei do Crime (Liev Schrieber) abre um portal para múltiplas dimensões trazendo versões do Homem-Aranha de diferentes universos. Assim, Miles precisará trabalhar com esses outros heróis, como Peter B. Parker (Jake Johnson), um Aranha fora de forma e em fim de carreira, a Gwen Aranha (Hailee Steinfeld), o Homem-Aranha Noir (Nicolas Cage), Peni Parker (Kimiko Glen), uma menina japonesa dentro de um robô aracnídeo, e o Porco-Aranha (John Mulaney), um porco antropomórfico que também tem poderes de aranha.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Reflexões Boêmias – Melhores Filmes de 2018


Melhores filmes


É sempre importante fazer um balanço do ano que passou e pesar as coisas boas e ruins que vivenciamos ao longo deste período. Como já fizemos nossa lista dos piores filmes de 2018, agora é a vez de pensarmos em quais foram os melhores filmes do ano que passou. A lista leva em conta apenas filmes que tiveram lançamento comercial no Brasil em 2018, seja nos cinemas ou direto para vídeo e streaming. Vamos a eles!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Crítica – Bumblebee


Análise Crítica – Bumblebee


Review -  Bumblebee
Depois de ir piorando progressivamente a cada um de seus cinco filmes e chegando ao fundo do poço no péssimo Transformers: O Ùltimo Cavaleiro (2017), que inclusive rendeu abaixo do esperado, deixando evidente que a franquia precisava se reinventar se quisesse continuar relevante. Este Bumblebee acaba sendo o exato respiro criativo que o universo precisava, tanto em termos narrativos quanto em termos estéticos, já que o diretor Michael Bay, responsável por todos os filmes dos Transformers até então, sai para dar lugar a Travis Knight (que comandou a animação Kubo e as Cordas Mágicas) e a troca traz uma notável diferença.

A trama se passa na década de oitenta e é centrada na garota Charlie (Hailee Steinfeld). Prestes a completar dezoito anos, ela quer ganhar um carro de aniversário, mas sua família não tem condições. Tudo muda quando ela acha um Fusca amarelo em um ferro-velho e decide consertá-lo, descobrindo que o veículo era um Transformer danificado que tinha caído na Terra tempos atrás. Assim, a jovem começa a construir uma amizade com Bumblebee (voz de Dylan O’Brien) ao mesmo tempo em que ambos ficam na mira da perigosa Decepticon Shatter (voz de Angela Bassett), que está em busca de Bumblebee para obter a localização dos demais Autobots.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Reflexões Boêmias – Piores Filmes de 2018


2018 Worst Movies


Com todo final de ano e começo de um novo chega o momento de fazer um balanço de tudo que passou. Como de costume, decido começar minha retrospectiva pelos piores porque, bem, melhor dar as más notícias primeiro, então aqui vão as piores coisas que lamentavelmente assisti e foram lançadas comercialmente no Brasil em 2018.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Crítica – O Retorno de Mary Poppins

Análise Crítica – O Retorno de Mary Poppins


Review – O Retorno de Mary Poppins
Não imaginei que a Disney faria outro filme com a babá Mary Poppins, afinal é notório que a escritora P.L Travers não gostou do que Walt Disney fez com sua personagem no filme de 1964 estrelado por Julie Andrews, uma história que também já foi contada nos cinemas em Walt nos Bastidores de Mary Poppins (2013), ainda que o filme alivie um pouco as animosidades entre Travers e Disney. A questão é que o estúdio conseguiu fazer um acordo com o espólio da escritora e assim chegamos a este O Retorno de Mary Poppins.

Na trama, as crianças Banks do primeiro filme já estão adultas. Michael (Bem Winshaw) é um pai viúvo de três crianças e está prestes a perder a casa, enquanto Jane (Emily Mortimer) é uma líder sindical que tenta organizar os trabalhadores durante o período de crise econômica. Assim, Mary Poppins (Emily Blunt) mais uma vez aparece na vida dos Banks, dessa vez sendo auxiliada por Jack (Lin-Manuel Miranda) um trabalhador que cuida das lamparinas das ruas.