A pornochanchada é uma espécie de “gênero maldito” do cinema
brasileiro, talvez o único que ainda não foi plenamente redimido tal como
aconteceu com as chanchadas dos anos 30 e 40 ou o Cinema Marginal. A
pornochanchada tinha esse nome por misturar narrativas eróticas, sexuais e
carregadas de nudez com um quê de comédia popular, tal como as antigas
chanchadas, daí o termo “pornochanchada”. O documentário Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava tenta restaurar a memória
desse gênero maldito e examinar o que eles tinham a dizer.
A diretora Fernanda Pessoa fez um enorme trabalho
arquívistico em coletar uma quantidade enorme de filmes do período e vai
montando cenas dos filmes pesquisados para mostrar os diferentes e recorrentes
temas que apareciam nas produções do gênero. A ideia parece ser demonstrar a
importância da preservação desses filmes ao mostrar o quanto eles refletiam a
sua época, para o bem e para o mal, lembrando que mesmo a mais a arte
considerada por muitos como “baixa” (e coloco o termo entre aspas por não crer
que exista essa separação entre alta ou baixa arte e cultura) pode ser um
veículo para compreendermos um momento da nossa história.