O Framboesa de Ouro (ou Razzies em inglês), premiação que “celebra”
os piores filmes do ano, divulgou hoje seus indicados. Liderando a premiação
com maior número de indicações está Gotti,
que ainda não foi lançada comercialmente no Brasil. Dirigido por Kevin Connoly
(o Eric da série Entourage) o filme é
uma biografia do mafioso John Gotti com John Travolta no papel principal. Além
de Gotti, Robin Hood: A Origem e Cinquenta Tons de Liberdade, ambos
presentes em nossa lista de piores filmes de 2018, também receberam múltiplas
indicações. A entrega dos Framboesas acontecerá no dia 23 de fevereiro, um dia
antes do Oscar. Confiram abaixo a lista completa que indicados.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
Conheçam os indicados ao Framboesa de Ouro 2019
Labels:
Notícias
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
domingo, 20 de janeiro de 2019
Crítica – O Justiceiro: 2ª Temporada
Considerando que a Netflix vem cancelando todas as suas
séries com a Marvel em virtude de seu contrato de parceria estar chegando ao
fim e a Disney/Marvel estar criando uma plataforma própria streaming, não estava particularmente empolgado para assistir essa
segunda temporada de O Justiceiro
apenas para que ela fosse cancelada algumas semanas depois de ser
disponibilizada independente do quão boa seja. Demolidor, por exemplo, entregou uma excelente terceira temporada e
ainda assim foi cancelada por conta do iminente fim da parceria entre Marvel e
Netflix, então é bem provável que O
Justiceiro também seja, mesmo com esse segundo ano sendo razoavelmente tão
bom quanto o primeiro.
Frank Castle (Jon Bernthal) está viajando pelo interior dos
Estados Unidos tentando reconstruir sua vida. Ele conhece Beth (Alexa Davalos)
em um bar e se mostra disposto a se envolver com outra pessoa. Tudo muda quando
ele vê a garota Amy (Giorgia Wingham) sendo perseguida por um grupo de
criminosos e decide intervir. Aparentemente a jovem carrega consigo um rolo de
filme contendo material comprometedor e alguém poderoso quer garantir que ela e
o material sejam destruídos, colocando o assassino John Pilgrim (Josh Stewart)
no rastro da garota. Ao mesmo tempo, Billy Russo (Ben Barnes) acorda do coma
depois de quase ter sido morto por Frank na temporada anterior. Sem memória do
que ocorreu, Billy quer descobrir quem destruiu seu rosto.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
Crítica – Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
A pornochanchada é uma espécie de “gênero maldito” do cinema
brasileiro, talvez o único que ainda não foi plenamente redimido tal como
aconteceu com as chanchadas dos anos 30 e 40 ou o Cinema Marginal. A
pornochanchada tinha esse nome por misturar narrativas eróticas, sexuais e
carregadas de nudez com um quê de comédia popular, tal como as antigas
chanchadas, daí o termo “pornochanchada”. O documentário Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava tenta restaurar a memória
desse gênero maldito e examinar o que eles tinham a dizer.
A diretora Fernanda Pessoa fez um enorme trabalho
arquívistico em coletar uma quantidade enorme de filmes do período e vai
montando cenas dos filmes pesquisados para mostrar os diferentes e recorrentes
temas que apareciam nas produções do gênero. A ideia parece ser demonstrar a
importância da preservação desses filmes ao mostrar o quanto eles refletiam a
sua época, para o bem e para o mal, lembrando que mesmo a mais a arte
considerada por muitos como “baixa” (e coloco o termo entre aspas por não crer
que exista essa separação entre alta ou baixa arte e cultura) pode ser um
veículo para compreendermos um momento da nossa história.
Labels:
Cinema Brasileiro,
Crítica,
Documentário
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2019
Crítica – Sex Education: 1ª Temporada
Inicialmente essa primeira temporada de Sex Education parece uma versão um pouco mais cômica de Skins, série britânica sobre os
relacionamentos e descobertas sexuais de um grupo de jovens. Bem, na prática é
quase isso mesmo, mas alcança um ótimo equilíbrio entre drama e humor,
compreendendo os anseios da juventude ao mesmo tempo em que brinca com as
situações insólitas dessa fase da vida.
A narrativa é centrada no jovem Otis (Asa Butterfield), que,
por algum tipo de bloqueio, não consegue se masturbar. Otis é filho de Jean
(Gillian Anderson), uma terapeuta sexual, e pela convivência com a mãe acabou
adquirindo parte do conhecimento dela sobre como ajudar as pessoas com
problemas sexuais. Quando a colega de escola Maeve (Emma Mackey) descobre as
habilidades de Otis, ela propõe que eles montem uma “clínica” na escola para
aconselhar os demais colegas. Atraído por Maeve, Otis aceita a proposta para se
aproximar dela e começa a aconselhar os colegas apesar dele mesmo ter problemas
sexuais.
O mais interessante é como a série constantemente se recusa
a encaixar seus personagens em estereótipos de narrativas adolescentes e mesmo
quando eles inicialmente parecem unidimensionais, aos poucos o texto vai dando
a eles algumas camadas de complexidade. Se Adam (Connor Swindells) parece um
típico valentão de escola, aos poucos vamos acompanhando sua vida doméstica e
descobrimos que sua atitude agressiva com os outros vem da atitude agressiva
que recebe do pai e falta de afeto que tem em casa.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 15 de janeiro de 2019
Crítica – Como Treinar Seu Dragão 3
O primeiro Como
Treinar Seu Dragão (2010) foi uma grata surpresa e um trabalho acima da
média para a Dreamworks. O segundo filme, lançado em 2014, conseguia manter o
alto nível do primeiro, mas não necessitava de mais uma continuação. Esse
terceiro filme, embora entregue um desfecho aceitável para Soluço e Banguela,
acaba sendo o mais fraco da trilogia.
Na trama, Soluço (Jay Baruchel) conseguiu criar uma utopia
na qual humanos e dragões vivem em harmonia, mas seu sucesso atrai caçadores
interessados nos dragões. Depois de muitos fracassos, um grupo de caçadores
contrata o astuto Crimmel (F. Murray Abraham) para eliminar o dragão Banguela e
capturar o resto dos dragões. Para afastar Banguela de Soluço, o vilão usa como
isca a última fêmea restante da espécie de Banguela. Assim, Soluço precisa
lidar tanto com a nova ameaça quanto com a perspectiva de ter que deixar o
amigo ir embora.
A narrativa de caçadores gananciosos tentando capturar os
dragões é praticamente a mesma do filme anterior, repetindo muitas das mesmas
batidas e temas. Talvez o vilão nem fosse em si necessário, sendo possível
fazer o filme em torno da aproximação entre Banguela e fêmea enquanto
explorasse a dificuldade de Soluço em se desprender do velho amigo ou assumir
um compromisso com Astrid (America Ferrera).
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
Crítica – O Peso do Passado
O Peso do Passado é
daqueles filmes que seria bastante esquecível se não fosse protagonizado por
uma ótima atriz. O filme mais recente da diretora Karyn Kusama, responsável
pelo excelente O Convite (2016), não
tem nada que já não tenhamos visto em outros dramas criminais e se apoia quase
que exclusivamente no trabalho de Nicole Kidman.
Na trama, a detetive Erin Bell (Nicole Kidman) encontra um
cadáver não identificado que parece trazer em si pistas que o ligam a um caso
antigo de Erin e que deixou marcas profundas na policial. Ao perceber que
finalmente pode ser capaz de encerrar a investigação que a assombra por tanto
tempo, Erin inicia uma desesperada e inconsequente corrida contra o tempo para
deter o criminoso que ela deixou escapar no passado.
É uma típica história da policial devastada por um trauma do
passado e desesperada para tentar se redimir dos problemas. A maquiagem ajuda a
dar à protagonista o aspecto de uma pessoa mal cuidada, que não dorme ou se
alimenta direita há anos, mas é o trabalho de Kidman que convence da degradação
interna de Erin. Com um olhar constantemente cansado e desiludido, um caminhar
arrastado e uma fala rouca, a sensação é que estamos praticamente diante de uma
zumbi, uma morta-viva, alguém que literal e metaforicamente se tornou um mero
espectro de si mesma.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
domingo, 13 de janeiro de 2019
Crítica - Titãs: 1ª Temporada
O primeiro trailer de Titãs
não me deixou nem um pouco interessado na série. Assim como os recentes filmes
do Zack Snyder no universo DC, a prévia parecia confundir a exibição de
violência e sombras com sinônimo de maturidade quando violência ou palavrões
por si só não tornam nada complexo ou maduro. Felizmente o produto final não
chega a ser o que a divulgação dava a entender e esta primeira temporada é
razoavelmente aproveitável.
A temporada começa com Dick Grayson (Brenton Thwaites),
agora um policial, chegando à cidade de Detroit e tendo que lidar com o seu
afastamento de Bruce Wayne/Batman, assim como a possibilidade de deixar o manto
de Robin. Enquanto isso, a jovem Rachel (Teagan Croft) tem dificuldade em
controlar seus recém descobertos poderes e começa a ser caçada por um estranho
culto. Ela começa a ter visões envolvendo Dick e pensa que ele pode ajuda-la.
Ao mesmo tempo, Kory Anders (Anna Diop) acorda de um acidente de carro sem
memória de quem é e a única coisa que tem consigo é uma foto de Rachel, assim
ela tenta encontrar a garota na esperança de descobrir sua própria identidade.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2019
Crítica - A Esposa
É interessante como um filme com tantos diálogos tão calmos
e tantos momentos de silêncio possa trazer consigo uma quantidade enorme de
emoções e conflitos que vão aos poucos chegando ao ponto de ebulição. Muito
disso vem do trabalho de Glenn Close, que é o centro emocional e narrativo
deste A Esposa.
A trama acompanha o casal Joe (Jonathan Pryce) e Joan (Glenn
Close) que viaja à Suécia para que Joe, um renomado escritor, receba o Prêmio
Nobel de Literatura por conta de suas obras. Durante a viagem Joan nada mais é
que um adereço acompanhando o marido, com pessoas vindo cumprimentá-lo e
ignorando-a por completo e Joe muitas vezes falando em nome dela para seus
interlocutores. Aos poucos vamos descobrindo que o silêncio dela durante o
evento tem outras razões para o fato de ser uma esposa que viveu dedicada ao
marido e existe apenas para apoiá-lo.
A trama vai mostrando como o mundo da arte é dominado por
homens, seja na produção artística, na direção das editoras e curadorias, ou
mesmo na crítica de arte (e ainda hoje a crítica é um espaço majoritariamente
masculino). Assim, mesmo uma escritora de talento, como é o caso de Joan em sua
juventude, tem dificuldade de penetrar ou ser levada à sério nesses ambientes
dominados por homens em todas as posições.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
Crítica – Máquinas Mortais
Quando escrevi sobre o péssimo Mentes Sombrias (2018) falei sobre como o subgênero da “distopia
adolescente” já estava desgastado e parecia não dar sinais de renovação. Eis
que chega aos cinemas Máquinas Mortais,
mais uma aventura jovem baseada em uma obra literária sobre um mundo distópico,
dessa vez há o nome de Peter Jackson, responsável pelas trilogias O Senhor dos Anéis e O Hobbit, na produção e no roteiro, mas
nem mesmo Jackson consegue resgatar esse filão das suas estruturas cansadas e
repetitivas, fazendo de Máquinas Mortais
mais uma distopia genérica.
A trama se passa em futuro no qual a humanidade foi quase
que inteiramente dizimada e as poucas cidades que restaram vagam o mundo como
fortalezas móveis em busca de recursos que estão cada vez mais escassos,
destruindo umas as outras para se manterem funcionando. Em meio à tudo isso
está Hester Shaw (Hera Hilmar), uma jovem misteriosa que invade a cidade móvel
de Londres para assassinar o cientista Thaddeus Valentine (Hugo Weaving) para
vingar a morte da mãe.
Labels:
Aventura,
Crítica,
Ficção Científica
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 8 de janeiro de 2019
Crítica – Assunto de Família
Dizer que Assunto de
Família é uma espécie de drama sobre uma família de criminosos pode,
talvez, dar uma impressão errada sobre o que ele é. Afinal, quando falamos de
dramas sobre famílias criminosas imediatamente imaginamos histórias sobre máfia
e sindicatos criminosos, mas o filme de Hirokazu Kore-eda é menos sobre crime
ou poder e mais sobre os laços que unem ou separam a unidade da família
protagonista.
O casal Osamu (Franky Lilly) e Nobuyo (Ando Sakura) vive em
uma pequena casa junto com o filho Shota (Jyo Kairi), a irmã mais jovem de Nobuyo,
Aki (Matsuoka Mayu), e a avó cuja pensão parece ser o principal sustento da
família. As relações entre eles não ficam claras desde o início, deixando
algumas dúvidas se eles são parentes de sangue, de criação ou consideração, mas
é justamente sobre a natureza implícita dessas relações e os sentimentos não
externados pelos personagens que muitos dos conflitos vão emergir.
Além da pensão da avó, muito do sustento da família vem de
pequenos furtos. Nobuyo rouba itens de seu trabalho enquanto que Osamu e Shota
roubam mercadorias em lojas e mercados. A natureza acumuladora dos personagens
é refletida na própria casa, cheia de caixas, objetos, brinquedos e todo tipo
de tralha empilhada por todos os cantos, reduzindo ainda mais o já diminuto
espaço do lugar. A família se expande quando o casal encontra a menina Juri
(Sasaki Miyu) abandonada na frente da residência deles e Nobuyo decide levá-la
para casa.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Assinar:
Postagens (Atom)