Nossa coluna de textos curtos fala hoje de dois filmes
lançados diretamente para televisão. Brexit
é uma produção da HBO sobre os bastidores do referendo que levou à decisão da
Inglaterra deixar a União Europeia. Já Velvet
Buzzsaw é um terror produzido pela Netflix protagonizado por Jake
Gyllenhaal.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
Drops – Brexit e Velvet Buzzsaw
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019
Crítica – Carmen Sandiego: 1ª Temporada
A série animada Carmen
Sandiego (1994 – 1999) seguia uma
dupla de jovens detetives que viajava pelo mundo caçando a elusiva ladra que
dava o título à animação. Ela era uma antagonista, mas uma figura envolta em
mistério, que despertava fascínio por sabermos tão pouco a seu respeito, pelo
visual icônico e pela esperteza dos seus assaltos. Este novo Carmen Sandiego mantem o clima de
aventura, mas perde um pouco do suspense.
Carmen (voz de Gina Rodriguez) é uma órfã encontrada por
agentes da V.I.L.E uma agência secreta de supercriminosos que se dedica a enriquecer
roubando objetos valiosos. Ela é treinada desde cedo para ser uma hábil agente,
sem saber o real propósito da organização. Quando finalmente descobre que está
trabalhando para um grupo de ladrões, ela abandona a V.I.L.E e se dedica a
recuperar os itens roubados por eles com a ajuda do hacker Player (voz de Finn Wolfhard, o Mike de Stranger Things).
Sim, a nova versão transforma a protagonista de vilã em
heroína. Isso não é um problema em si, mas a transição tira dela muito de sua
mística e senso de mistério, principalmente pelos dois primeiros episódios já
começarem contando a origem da personagem. Os demais não tem muito
desenvolvimento. Zack e Ivy, que animação original caçavam Carmen, agora são
seus ajudantes, mas não há muito espaço para eles crescerem. Player, por sua
vez, se limita a ser uma voz de auxílio. O principal incômodo vem do inspetor
Deveraux, que é tão atrapalhado e equivocado em suas conclusões que o tempo
todo me perguntei porque a agência ACME o recrutou.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
Crítica - Vice
Espera-se que uma biografia exiba algum esforço para
entender quem foi o sujeito biografado, o que motivou suas ações ou como ele se
tornou daquele jeito, o que moldou seu caráter, seus anos formativos. Vice, cinebiografia do ex-vice-presidente
Dick Cheney, exibe uma ampla pesquisa sobre os fatos da vida do político e
empresário, mas não parece interessado em entendê-lo.
A narrativa acompanha a trajetória política de Cheney
(Christian Bale), do seu começo trabalhando com Donald Rumsfeld (Steve Carell)
até o momento em que se tornou vice-presidente do governo de George W. Bush
(Sam Rockwell), passando a exercer um poder e influência que nunca se viu de um
vice.
O filme trabalha para mostrar como Cheney foi diretamente
responsável por políticas que afetam os Estados Unidos até hoje, apontando-o
como o responsável pela ascensão de figuras cada vez mais reacionárias como o
criador da Fox News Roger Ailes ou mesmo do atual governo. Ao longo da projeção
vemos como Cheney manipulou e dobrou o sistema político do país para deixá-lo
subjugado a interesses corporativos e não ao bem comum, pensando mais no
próprio enriquecimento e no de seus parceiros comerciais do que no bem da
população.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 29 de janeiro de 2019
Crítica – A Sereia: Lago dos Mortos
O terror russo A
Sereia: Lago dos Mortos mostra que as distribuidoras brasileiras não
entendem a razão do público pedir filmes legendados. Imagino que os
distribuidores pensam que espectadores que gostam de filmes legendados apreciam
ler legendas. Essa é a única explicação para que A Sereia: Lago dos Mortos chegue aqui dublado em inglês com
legendas em português ao invés de legendado com o áudio original em russo ou
simplesmente dublado em português. Se alguém ainda não entendeu, algumas
pessoas preferem legendado para ter acesso ao áudio original, então exibir
cópias legendadas com áudio dublado em outro idioma não faz sentido.
A trama acompanha os noivos Roman (Efim Petrunin) e Marina (Viktoriya
Agalakova), que estão prestes a casar. Roman ganha do pai uma antiga casa de
campo como presente de casamento e ao chegar lá encontra uma sereia no lago aos
fundos da propriedade. Vítima da maldição da criatura, ele precisa achar um
jeito de quebrar o encanto.
A ideia de um terror calcado na figura da sereia poderia
render algo diferente, mas o filme escolhe os caminhos mais convencionais
possíveis. A produção ao menos faz algum esforço em criar uma atmosfera
sinistra, em especial na sombria e decrépita casa de campo, o problema é que o
texto nunca tem nada interessante a dizer ou mostrar sobre esses lugares ou
personagens.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
Lixo Extraordinário – O Sacrifício
Em termos de produção, O
Sacrifício é o melhor filme tratado até agora nessa coluna, já que é
realmente um filme feito com orçamento profissional, diretor e elenco
conhecidos e um relativo esmero na construção de sua atmosfera (A Reconquista até tinha atores
conhecidos, mas sua produção era tosquíssima e parecia um seriado da década de
60). Ter uma boa produção, no entanto, não impediu que este filme acabasse
sendo muito ruim. Felizmente ele é daquele tipo de filme ruim que
constantemente descamba para a comédia involuntária e com isso se torna
divertidíssimo de assistir.
O Sacrifício é um
remake do clássico cult britânico O Homem de Palha (1973), embora não
chegue aos pés do original. A trama é centrada em Edward (Nicolas Cage), um
policial que um dia recebe uma carta de Willow (Kate Beahan), uma antiga
ex-namorada pedindo ajuda para encontrar a filha perdida. Willow mora em uma
isolada ilha na costa do Pacífico e diz que alguém da pequena comunidade deve
ter sequestrado a filha dela. Assim, Edward viaja até a ilha e aos poucos
percebe os segredos sombrios da pequena comunidade.
Labels:
Lixo Extraordinário,
Suspense
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2019
Crítica – Fyre Festival: Fiasco no Caribe
Em 2017 o Fyre Festival foi vendido como o próximo grande
festival de música. Mais que música, o festival seria uma experiência. As
pessoas iriam para uma exótica ilha nas Bahamas, uma ilha que teria pertencido
ao traficante Pablo Escobar, ficariam em casas de luxo de frente para o mar,
conviveriam com celebridades e top models
durante a estadia e, claro, assistiriam shows de grandes bandas. A questão é
que o público pagante e até mesmo os convidados não receberam nada do que foi
prometido.
Dirigido por Chris Smith, responsável pelo ótimo Jim & Andy: The Great Beyond (2017),
o documentário faz uma crônica do desastre anunciado que foi a organização do evento. O festival, por sinal, deveria ser apenas uma plataforma para divulgar o aplicativo
Fyre, uma espécie de Uber para artistas no qual o usuário poderia contratar
diretamente artistas da música para shows privados.
Muito do tempo é usado para nos explicar quem é Billy
McFarland, o empresário responsável pelo festival e o aplicativo Fyre. A narrativa
nos mostra o histórico de diferentes empreendimentos fraudulentos de McFarland
e como ele é mais um estelionatário do que empreendedor. Imagens de arquivo e
depoimentos de funcionários que trabalharam com Billy na organização do
festival ou na criação do aplicativo descrevem um sujeito que parecia não se
importar nem um pouco com os problemas e potenciais riscos ao consumidor que
eram comunicados a ele e constantemente mandava os empregados maquiarem esses problemas ao invés de resolvê-los. Em um dado momento um dos
funcionários narra que Billy pediu que ele fizesse sexo oral em um oficial da
alfândega das Bahamas para poder liberar mercadorias que estavam transportando
para o festival.
Labels:
Crítica,
Documentário
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2019
Crítica – Green Book: O Guia
Green Book: O Guia é
o tipo de filme que sempre ganha evidência durante a chamada “temporada de
premiações” (como Oscar, Globo de Ouro, etc). Um filme que trata de um problema
social complexo de maneira acessível (e por vezes rasa), mas que trabalha para
mandar seu público para casa se sentindo bem após a sessão, mesmo confrontado
com problemas sociais sérios.
A narrativa é baseada na história real de Tony “Lip”
Villalonga (Viggo Mortensen) que, durante a década de 60, passa a trabalhar de
motorista para o pianista negro Don Shirley (Mahershala Ali) durante uma turnê
pelos estados do extremo sul dos Estados Unidos que ainda mantinham leis de
segregação racial.
É basicamente Conduzindo
Miss Daisy (1989), mas com a dinâmica étnica invertida e desde os primeiros
minutos sabemos que os dois protagonistas forjarão uma grande amizade na qual
aprenderão valiosas lições um com o outro. Tony irá aprender a ser menos
malandro e mais sensível enquanto que Don vai aprender a ser menos rígido e
certinho.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
Crítica - Creed 2
Eu não esperava que Creed
(2016) fosse tão bom como foi, mas o resultado era bastante digno do legado do
universo criado por Sylvester Stallone, apresentando novos e interessantes
personagens, além de levar velhos conhecidos por novos caminhos. Creed 2, por sua vez, não tem o mesmo
frescor do primeiro, mas ainda assim é um desenvolvimento competente do que foi
apresentado no filme anterior.
A narrativa começa com Adonis Creed (Michael B. Jordan) se
tornando campeão dos pesos-pesados. Após ganhar atenção da mídia mundial,
Adonis é desafiado por Viktor Drago (Florian Munteanu), filho de Ivan Drago
(Dolph Lundgren), o boxeador que matou Apollo Creed (Carl Weathers) e foi
derrotado por Rocky (Sylvester Stallone). Sentindo a necessidade de defender a
memória do pai, Adonis decide aceitar a luta mesmo com os conselhos contrários
de Rocky, da mãe e da noiva, Bianca (Tessa Thompson).
Apesar de remeter a eventos de Rocky IV (1985), a estrutura da trama é mais parecida com a de Rocky III: O Desafio Supremo (1982), com
o protagonista recebendo um desafio de um lutador novato e bruto, embarcando em
uma luta para a qual não estava plenamente preparado e precisando se refazer
depois. Nesse sentido, Creed 2 acaba
sendo bem mais previsível do que seu antecessor, repetindo batidas já
conhecidas e deixando pouca dúvida em relação ao que vai acontecer.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
Crítica – Sou Carnaval de São Salvador
O carnaval da cidade de Salvador é um fenômeno bastante
amplo e poderia ser observado sob diferentes pontos de vista, como manifestação
cultural, como negócio, como ferramenta política, pela produção musical. Cada
um desses aspectos renderia um documentário inteiro por si só e Sou Carnaval de São Salvador tenta a
difícil tarefa de falar de tudo isso de uma vez só.
Narrado pelo ator João Miguel, o documentário demonstra uma
ampla pesquisa histórica a respeito desta festa popular, explicando com clareza
as origens do tema, as diferentes formas que a festa teve ao longo dos anos e
também como as diferentes matrizes culturais influenciaram tanto na estrutura
da festa quanto nos ritmos musicais tocados. Inclusive há um segmento
considerável no qual músicos e maestros explicam de maneira bem didática a
influência de deferentes estruturas rítmicas tornando um conhecimento bastante
específico acessível até mesmo para leigos. É possível ver a paixão do filme
pelo carnaval soteropolitano e o esforço em transmitir essa paixão para o
espectador, com muito desse afeto emergindo da acertada narração de João
Miguel.
Labels:
Cinema Brasileiro,
Crítica,
Documentário
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Conheçam os indicados ao Oscar 2019
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou
hoje, 22 de janeiro, os indicados para a 91ª edição do Oscar. Liderando em
número de indicações estão Roma e A Favorita, ambos com dez indicações
cada. Pantera Negra fez história ao
ser o primeiro filme de super-herói a ser indicado como melhor filme e levou
sete indicações ao todo. A entrega dos prêmios acontecerá no dia 24 de
fevereiro e depois da polêmica envolvendo o comediante Kevin Hart, a cerimônia
não terá um apresentador fixo, contando com diferentes celebridades para apresentar
cada bloco da premiação. Confiram abaixo a lista completa de indicados.
Labels:
Notícias
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Assinar:
Postagens (Atom)