“É só mais um filme de vingança protagonizado pelo Liam
Neeson”, pensei quando entrei para assistir este Vingança a Sangue Frio. O que eu não imaginava é que ele, que é um remake do filme norueguês O Cidadão do Ano (2014), fosse uma
espécie de anti-filme de vingança, completamente ciente dos clichês desse tipo
de trama e disposto a brincar com isso.
Na trama, Nels Coxman (Liam Neeson) trabalha dirigindo um
removedor de neve em uma estrada nas montanhas do estado do Colorado. Quando
seu filho é morto por traficantes, Nels decide encontrar o culpado a qualquer
custo para vingar o filho morto. Esse breve resumo faz tudo parecer algo bem
banal para esse tipo de história, com muita ação explosiva e a violência
servindo como catarse para as injustiças do mundo.
Na verdade, o resultado está bem longe disso, mais parecendo
um filme dos irmãos Coen como Fargo (1996)
ou Queime Depois de Ler (2008) no
qual as pessoas reagem de maneira desproporcional a eventos que não compreendem
plenamente, essas ações tem consequências inesperadas que geram outras reações
desproporcionais das demais pessoas e tudo vira uma imensa bola de neve de
despreparo, burrice e acaso. Talvez muitos acabem desgostando do filme por
conta disso, já que seus primeiros minutos ou material de divulgação não
preparam plenamente o público para essa guinada tragicômica.