É curioso que Magnífica
70, série brasileira produzida pela HBO, tenha começado como uma exploração
histórica sobre a censura no período da ditadura militar e as dificuldades de
viver de arte em um período de repressão e agora, em sua terceira (e
possivelmente última temporada), termine terrivelmente contemporânea ao traçar
paralelos entre o ontem e o hoje.
A narrativa começa algum tempo depois dos eventos da segunda temporada. Vicente (Marcos Winter) se tornou o chefe da censura em São Paulo,
mas tomado pela culpa e afetado pelo surto que teve, começa a ter visões com o
falecido sogro, o general Souto (Paulo César Pereio), que o instiga a criar um
plano ainda mais reacionário e conservador para a censura. Os planos de Vicente
despertam interesse da ala reacionária do governo Geisel, que acham o atual
presidente militar um fraco por estar considerando uma abertura política e
desejam um governo ainda mais repressor. Ao mesmo tempo Dora (Simone Spoladore)
tenta fugir do cativeiro em que se encontra desde a temporada anterior e Isabel
(Maria Luísa Mendonça) pensa em uma maneira de enfrentar o regime.