O diretor Stephen Soderbergh continua a experimentar com
novos dispositivos ou meios de distribuição. Em High Flying Bird, produzido pela Netflix, o diretor volta a filmar
usando iPhone tal como fez em Distúrbio
(2018). Escrito por Tarell Alvin McCraney, responsável pelo texto de Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016), o
filme se passa nos bastidores a NBA, a liga de basquete dos Estados Unidos.
Na trama, a temporada está paralisada há meses por conta de
um impasse nas negociações entre jogadores e cartolas. Por conta disso ninguém
está sendo pago, incluindo o agente esportivo Ray Burke (André Holland) que
corre o risco de perder o emprego caso a paralisação não seja resolvida. O
principal cliente de Ray, Erick Scott (Melvin Gregg), um jovem jogador que
acabou de ser contratado pelos Knicks, também está sendo prejudicado. Diante
dos problemas, Ray decide armar uma situação arriscada para forçar a situação a
se resolver.
O que começa como um drama ao estilo Jerry Maguire: A Grande Virada (1996) logo se torna uma espécie de
filme de golpe ou filme de assalto conforme Ray cria estratégias para tirar o
foco das negociações e trazer de volta para os jogadores. O agente não faz isso
para sabotar a NBA, mas justamente o amor ao jogo em si que, para ele, se
perdeu em um pensamento apenas focado em negócios, marcas e politicagens
internas da cartolagem, um “jogo dentro do jogo” como diz o veterano treinador
Spence (Bill Duke).