sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Crítica – The Umbrella Academy: 1ª Temporada


Análise Crítica – The Umbrella Academy: 1ª Temporada


Review – The Umbrella Academy: 1ª Temporada
Considerando o fim iminente da parceria entre a Netflix e a Marvel, além do fato de que todas as séries fruto dessa parceria já foram oficialmente canceladas pela gigante do streaming, era de se imaginar que a Netflix ia buscar outras fontes para abastecer seu catálogo de histórias de super-heróis. Uma das escolhidas foi a graphic novel Umbrella Academy (que não li) criada por Gerard Way e Gabriel Bá, que tem uma boa temporada de estreia.

A trama é praticamente uma versão mais pé no chão do que aconteceria se alguém juntasse um grupo de adolescente e os treinasse para ser super-heróis (pensem nos X-Men). Uma ocorrência extraordinária faz quarenta e três mulheres ao redor do mundo parirem filhos mesmo sem que estivessem grávidas. O bilionário Reginald Hargreeves (Colm Feore) reúne sete dessas crianças e as treina para utilizar suas habilidades especiais combatendo o crime. A equipe se revela ao público quando eles ainda são adolescentes, mas com o tempo ela se dissolve. A equipe se reencontra anos depois quando Reginald morre misteriosamente. Luther (Tom Hopper), o antigo líder da equipe desconfia que ele pode ter sido assassinado e as coisas ficam ainda mais estranhas quando Cinco (Aidan Gallagher), que tinha desaparecido anos atrás ao tentar viajar no tempo, reaparece através de um portal, ainda com a mesma aparência de quando sumiu.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Crítica – High Flying Bird


Análise Crítica – High Flying Bird


Review – High Flying Bird
O diretor Stephen Soderbergh continua a experimentar com novos dispositivos ou meios de distribuição. Em High Flying Bird, produzido pela Netflix, o diretor volta a filmar usando iPhone tal como fez em Distúrbio (2018). Escrito por Tarell Alvin McCraney, responsável pelo texto de Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016), o filme se passa nos bastidores a NBA, a liga de basquete dos Estados Unidos.

Na trama, a temporada está paralisada há meses por conta de um impasse nas negociações entre jogadores e cartolas. Por conta disso ninguém está sendo pago, incluindo o agente esportivo Ray Burke (André Holland) que corre o risco de perder o emprego caso a paralisação não seja resolvida. O principal cliente de Ray, Erick Scott (Melvin Gregg), um jovem jogador que acabou de ser contratado pelos Knicks, também está sendo prejudicado. Diante dos problemas, Ray decide armar uma situação arriscada para forçar a situação a se resolver.

O que começa como um drama ao estilo Jerry Maguire: A Grande Virada (1996) logo se torna uma espécie de filme de golpe ou filme de assalto conforme Ray cria estratégias para tirar o foco das negociações e trazer de volta para os jogadores. O agente não faz isso para sabotar a NBA, mas justamente o amor ao jogo em si que, para ele, se perdeu em um pensamento apenas focado em negócios, marcas e politicagens internas da cartolagem, um “jogo dentro do jogo” como diz o veterano treinador Spence (Bill Duke).

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Crítica – Querido Menino


Análise Crítica – Querido Menino


Review – Querido Menino
Filmes sobre abuso de drogas sempre correm o risco de cair em extremos. Por um lado pode pesar a mão no retrato do problema e assumir um tom excessivamente professoral fazendo toda a história funcionar como um conto de cautela. Por outro, há o risco de suavizar a questão para oferecer uma catarse ao espectador e não mandá-lo para casa se sentindo mal com tudo que viu, resultando em um “feel good movie” que realiza um retrato raso da questão. Querido Menino, que é baseado em uma história real, pode não pesar a mão no componente trágico da história de seus personagens, mas ainda assim termina soando como um filme educativo.

A trama é centrada em David Sheff (Steve Carell), um jornalista que precisa lidar com o problema de drogas do filho, Nic (Timothée Chalamet). Acompanhamos da dupla ao longo dos anos, com a idas e vindas de Nic a centros de reabilitação, bem como flashbacks da infância do personagem que mostram como ele foi amado e bem cuidado pelo pai.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Crítica – A Morte Te Dá Parabéns 2

Análise Crítica – A Morte Te Dá Parabéns 2


Review – A Morte Te Dá Parabéns 2
O primeiro A Morte Te Dá Parabéns (2017) funcionava como uma mistura divertida entre terror slasher e filme de viagem no tempo. Essa continuação acaba focando mais na questão da viagem no tempo e universos paralelos, deixando a parte do slasher e do assassino um pouco de lado.

A trama começa pouco tempo depois do final do primeiro. Tree (Jessica Rothe) descobre que o loop temporal no qual ficou presa antes foi causado por um experimento realizado em sua faculdade. Quando o reitor tenta desativar o aparelho durante um novo experimento, Tree se vê mais uma vez presa no loop do dia do seu aniversário, mas desta vez ela está em um universo paralelo no qual os eventos se desenrolaram de uma maneira diferente e pessoas conhecidas, como Carter (Israel Broussard), são bem diferentes de como eram em seu universo.

De início o filme parece adotar uma abordagem bem humorada e metalinguística sobre a questão de ser uma continuação e como Tree está farta de, mais uma vez, ter que repetir tudo de novo. O filme brinca com as convenções e armadilhas de se fazer uma continuação, mas acaba esquecendo tudo isso lá pela metade.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Crítica – Todos Já Sabem


Análise Crítica – Todos Já Sabem


Review Crítica – Todos Já Sabem
Dirigido pelo iraniano Ashgar Farhadi este Todos Já Sabem pega uma estrutura típica da narrativa policial e usa isso como dispositivo para trazer à tona os ressentimentos ocultos de seus personagens. A trama começa quando Laura (Penelope Cruz), que mora na Argentina, viaja para a sua cidade natal na Espanha para o casamento de uma parente. Durante a cerimônia, a filha de Laura desaparece de um cômodo trancado na casa da família recebendo logo depois em seu celular uma mensagem de que a garota foi sequestrada, exigindo uma alta quantia pela liberação.

Formalmente a trama é um clássico “mistério do quarto fechado”, um formato tão antigo quanto a própria narrativa policial. Temos um crime aparentemente impossível e um número claro e limitado de suspeitos. Essa estrutura tradicional, no entanto, é apenas o pontapé inicial para um drama familiar sobre segredos guardados e antigos ressentimentos.

A família de Laura era de uma pequena aristocracia local, mas cujas posses foram perdidas pelo patriarca por conta de seu vício em jogo e este até hoje se ressente da população de seu pequeno vilarejo. O dono de vinícola Paco (Javier Bardem) era filho de empregados da família e ex-namorado de Laura, tendo comprado muito barato as terras que pertenciam à protagonista. O marido argentino de Laura, Alejandro (o onipresente Ricardo Darín), é tido como um empresário bem sucedido, mas na verdade está falido. Esses segredos contribuem para o clima de suspense e cada parente pareça suspeito.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Crítica – Magnífica 70: 3ª Temporada


Análise Crítica – Magnífica 70: 3ª Temporada


Review – Magnífica 70: 3ª Temporada
É curioso que Magnífica 70, série brasileira produzida pela HBO, tenha começado como uma exploração histórica sobre a censura no período da ditadura militar e as dificuldades de viver de arte em um período de repressão e agora, em sua terceira (e possivelmente última temporada), termine terrivelmente contemporânea ao traçar paralelos entre o ontem e o hoje.

A narrativa começa algum tempo depois dos eventos da segunda temporada. Vicente (Marcos Winter) se tornou o chefe da censura em São Paulo, mas tomado pela culpa e afetado pelo surto que teve, começa a ter visões com o falecido sogro, o general Souto (Paulo César Pereio), que o instiga a criar um plano ainda mais reacionário e conservador para a censura. Os planos de Vicente despertam interesse da ala reacionária do governo Geisel, que acham o atual presidente militar um fraco por estar considerando uma abertura política e desejam um governo ainda mais repressor. Ao mesmo tempo Dora (Simone Spoladore) tenta fugir do cativeiro em que se encontra desde a temporada anterior e Isabel (Maria Luísa Mendonça) pensa em uma maneira de enfrentar o regime.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Crítica – Guerra Fria


Análise Crítica – Guerra Fria


Review – Guerra Fria
Na década de 50, na Polônia comunista, uma jovem cantora, Zula (Joanna Kulig), se apaixona por um maestro francês, Wiktor (Thomasz Kot). Ao longo dos anos, eles se encontram e se afastam por conta das vidas que cada um leva, mas se mantem apaixonados um pelo outro. Em seu cerne Guerra Fria é uma típica história de “amor proibido”, de duas pessoas separadas por questões políticas e sociais que muitas vezes escapam seu próprio controle. Com essa premissa o filme poderia ser um dramalhão meloso feito para forçar o choro da audiência, mas o diretor Pawel Pawlikowski vai na contramão de como esperamos que uma história assim seja contada.

Essa impressão já surge desde o começo do filme. Nos primeiros minutos vemos Wiktor perguntar a Zula se os boatos de que ela matou o pai são verdadeiros. Ela percebe o interesse de Wiktor nela e diz que sabe como os homens são, parecendo rejeitar o maestro. Na cena seguinte há uma elipse temporal e já os vemos deitados na grama, em clima de romance. A trama não se interessa em mostrar o que aconteceu para provocar esse enlace amoroso e conforme o filme progride, mais e mais elipses acontecem, sempre saltando as eventuais reviravoltas que provocam afastamentos ou desencontros e indo direto para os momentos em que estão juntos de novo.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Crítica - Kingdom Hearts 3


Análise Crítica - Kingdom Hearts 3


Review - Kingdom Hearts 3
Kingdom Hearts (2002) foi a principal razão para eu querer um Playstation 2. A mistura entre Disney e Final Fantasy em uma roupagem de RPG de ação me soava fascinante e, quando finalmente consegui o console em 2005, ele não me decepcionou. Kingdom Hearts 2 chegou um ano depois, em 2006, e ainda considero um dos melhores jogos do PS2, melhorando em praticamente tudo do original. O tempo passou e nada de Kingdom Hearts 3 sair, uma geração inteira de consoles chegou e acabou sem que o terceiro capítulo da história de Sora tivesse sido lançado. Claro, tiveram vários spin-offs, prelúdios, etc, que preenchiam lacunas ou contavam histórias paralelas (joguei todos, por sinal), mas uma entrada “numerada” não saía, até que este ano, treze anos depois do segundo jogo, finalmente recebemos o encerramento da trilogia e ele é tudo que os fãs esperavam.

A trama começa logo depois dos eventos de Kingdom Hearts: Dream Drop Distance, com Sora e Riku encerrando seus testes de maestria da keyblade e partindo para localizar os sete guardiões da luz para enfrentar a nova Organization XIII criada por Xehanort. Como de costume, a jornada leva Sora, Donald e Pateta por diferentes mundos baseados em filmes da Disney (e agora da Pixar também), como Frozen (2013), Enrolados (2010) ou Monstros S.A (2001).

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Crítica – Vingança a Sangue Frio


Análise Crítica – Vingança a Sangue Frio


Review – Vingança a Sangue Frio
“É só mais um filme de vingança protagonizado pelo Liam Neeson”, pensei quando entrei para assistir este Vingança a Sangue Frio. O que eu não imaginava é que ele, que é um remake do filme norueguês O Cidadão do Ano (2014), fosse uma espécie de anti-filme de vingança, completamente ciente dos clichês desse tipo de trama e disposto a brincar com isso.

Na trama, Nels Coxman (Liam Neeson) trabalha dirigindo um removedor de neve em uma estrada nas montanhas do estado do Colorado. Quando seu filho é morto por traficantes, Nels decide encontrar o culpado a qualquer custo para vingar o filho morto. Esse breve resumo faz tudo parecer algo bem banal para esse tipo de história, com muita ação explosiva e a violência servindo como catarse para as injustiças do mundo.

Na verdade, o resultado está bem longe disso, mais parecendo um filme dos irmãos Coen como Fargo (1996) ou Queime Depois de Ler (2008) no qual as pessoas reagem de maneira desproporcional a eventos que não compreendem plenamente, essas ações tem consequências inesperadas que geram outras reações desproporcionais das demais pessoas e tudo vira uma imensa bola de neve de despreparo, burrice e acaso. Talvez muitos acabem desgostando do filme por conta disso, já que seus primeiros minutos ou material de divulgação não preparam plenamente o público para essa guinada tragicômica.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Crítica – Alita: Anjo de Combate

Análise Crítica – Alita: Anjo de Combate


Review – Alita: Anjo de Combate
James Cameron tenta há cerca de vinte anos levar aos cinemas o mangá e anime Gunnm (ou Battle Angel). Nesse meio tempo ficções distópicas voltadas ao público jovem se tornaram um grande filão comercial, atingiram um apogeu e agora caminham ao declínio dado o recente fracasso de produtos como Mentes Sombrias (2017) ou Máquinas Mortais (2018). O timing não poderia ser pior para Alita: Anjo de Combate, dirigido por Robert Rodriguez e produzido por Cameron, mas o que faz dele problemático não é o fato de que talvez o público esteja cansado desse tipo de história.

A história é praticamente a mesma da animação: em um futuro distópico, o doutor Ido (Christoph Waltz) encontra uma garota ciborgue em um ferro-velho e descobre que seu cérebro ainda está intacto. Ele a leva para sua clínica e lhe dá um novo corpo, mas quando a garota não lembra nada sobre o seu passado, nem mesmo seu nome, o doutor decide chamá-la de Alita (Rosa Salazar). Aos poucos Alita demonstra um talento para o combate e isso a coloca na mira de Vector (Mahershala Ali), o sujeito que comanda a cidade.