O Framboesa de Ouro (ou Razzies em inglês), premiação que “celebra” os piores filmes do ano, entregou hoje suas estatuetas. Apesar de liderar a premiação com maior número de indicações Gotti, não foi o grande "vencedor" e sim a comédia Holmes & Watson. Ainda não lançada comercialmente no Brasil e estrelada por Will Ferrell e John C. Reilly, a comédia não só levou o prêmio de pior filme e como também foi a que venceu em mais categorias. Entre os demais vencedores estão o presidente Donald Trump e Cinquenta Tons de Liberdade. Confiram abaixo a lista completa com os vencedores destacados em negrito.
sábado, 23 de fevereiro de 2019
Vencedores do Framboesa de Ouro 2019
O Framboesa de Ouro (ou Razzies em inglês), premiação que “celebra” os piores filmes do ano, entregou hoje suas estatuetas. Apesar de liderar a premiação com maior número de indicações Gotti, não foi o grande "vencedor" e sim a comédia Holmes & Watson. Ainda não lançada comercialmente no Brasil e estrelada por Will Ferrell e John C. Reilly, a comédia não só levou o prêmio de pior filme e como também foi a que venceu em mais categorias. Entre os demais vencedores estão o presidente Donald Trump e Cinquenta Tons de Liberdade. Confiram abaixo a lista completa com os vencedores destacados em negrito.
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
Crítica – The Umbrella Academy: 1ª Temporada
Considerando o fim iminente da parceria entre a Netflix e a
Marvel, além do fato de que todas as séries fruto dessa parceria já foram
oficialmente canceladas pela gigante do streaming,
era de se imaginar que a Netflix ia buscar outras fontes para abastecer seu
catálogo de histórias de super-heróis. Uma das escolhidas foi a graphic novel Umbrella Academy (que não
li) criada por Gerard Way e Gabriel Bá, que tem uma boa temporada de estreia.
A trama é praticamente uma versão mais pé no chão do que
aconteceria se alguém juntasse um grupo de adolescente e os treinasse para ser
super-heróis (pensem nos X-Men). Uma ocorrência extraordinária faz quarenta e
três mulheres ao redor do mundo parirem filhos mesmo sem que estivessem
grávidas. O bilionário Reginald Hargreeves (Colm Feore) reúne sete dessas
crianças e as treina para utilizar suas habilidades especiais combatendo o
crime. A equipe se revela ao público quando eles ainda são adolescentes, mas
com o tempo ela se dissolve. A equipe se reencontra anos depois quando Reginald
morre misteriosamente. Luther (Tom Hopper), o antigo líder da equipe desconfia
que ele pode ter sido assassinado e as coisas ficam ainda mais estranhas quando
Cinco (Aidan Gallagher), que tinha desaparecido anos atrás ao tentar viajar no
tempo, reaparece através de um portal, ainda com a mesma aparência de quando
sumiu.
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
Crítica – High Flying Bird
O diretor Stephen Soderbergh continua a experimentar com
novos dispositivos ou meios de distribuição. Em High Flying Bird, produzido pela Netflix, o diretor volta a filmar
usando iPhone tal como fez em Distúrbio
(2018). Escrito por Tarell Alvin McCraney, responsável pelo texto de Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016), o
filme se passa nos bastidores a NBA, a liga de basquete dos Estados Unidos.
Na trama, a temporada está paralisada há meses por conta de
um impasse nas negociações entre jogadores e cartolas. Por conta disso ninguém
está sendo pago, incluindo o agente esportivo Ray Burke (André Holland) que
corre o risco de perder o emprego caso a paralisação não seja resolvida. O
principal cliente de Ray, Erick Scott (Melvin Gregg), um jovem jogador que
acabou de ser contratado pelos Knicks, também está sendo prejudicado. Diante
dos problemas, Ray decide armar uma situação arriscada para forçar a situação a
se resolver.
O que começa como um drama ao estilo Jerry Maguire: A Grande Virada (1996) logo se torna uma espécie de
filme de golpe ou filme de assalto conforme Ray cria estratégias para tirar o
foco das negociações e trazer de volta para os jogadores. O agente não faz isso
para sabotar a NBA, mas justamente o amor ao jogo em si que, para ele, se
perdeu em um pensamento apenas focado em negócios, marcas e politicagens
internas da cartolagem, um “jogo dentro do jogo” como diz o veterano treinador
Spence (Bill Duke).
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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019
Crítica – Querido Menino
Filmes sobre abuso de drogas sempre correm o risco de cair
em extremos. Por um lado pode pesar a mão no retrato do problema e assumir um
tom excessivamente professoral fazendo toda a história funcionar como um conto
de cautela. Por outro, há o risco de suavizar a questão para oferecer uma
catarse ao espectador e não mandá-lo para casa se sentindo mal com tudo que
viu, resultando em um “feel good movie”
que realiza um retrato raso da questão. Querido
Menino, que é baseado em uma história real, pode não pesar a mão no
componente trágico da história de seus personagens, mas ainda assim termina
soando como um filme educativo.
A trama é centrada em David Sheff (Steve Carell), um
jornalista que precisa lidar com o problema de drogas do filho, Nic (Timothée
Chalamet). Acompanhamos da dupla ao longo dos anos, com a idas e vindas de Nic
a centros de reabilitação, bem como flashbacks
da infância do personagem que mostram como ele foi amado e bem cuidado pelo
pai.
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
Crítica – A Morte Te Dá Parabéns 2
O primeiro A Morte Te
Dá Parabéns (2017) funcionava como uma mistura divertida entre terror slasher e filme de viagem no tempo. Essa
continuação acaba focando mais na questão da viagem no tempo e universos
paralelos, deixando a parte do slasher e
do assassino um pouco de lado.
A trama começa pouco tempo depois do final do primeiro. Tree
(Jessica Rothe) descobre que o loop
temporal no qual ficou presa antes foi causado por um experimento realizado em
sua faculdade. Quando o reitor tenta desativar o aparelho durante um novo
experimento, Tree se vê mais uma vez presa no loop do dia do seu aniversário, mas desta vez ela está em um
universo paralelo no qual os eventos se desenrolaram de uma maneira diferente e
pessoas conhecidas, como Carter (Israel
Broussard), são bem diferentes de como eram em seu universo.
De início o filme parece adotar uma abordagem bem humorada e
metalinguística sobre a questão de ser uma continuação e como Tree está farta
de, mais uma vez, ter que repetir tudo de novo. O filme brinca com as
convenções e armadilhas de se fazer uma continuação, mas acaba esquecendo tudo
isso lá pela metade.
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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
Crítica – Todos Já Sabem
Dirigido pelo iraniano Ashgar Farhadi este Todos Já Sabem pega uma estrutura típica
da narrativa policial e usa isso como dispositivo para trazer à tona os
ressentimentos ocultos de seus personagens. A trama começa quando Laura (Penelope
Cruz), que mora na Argentina, viaja para a sua cidade natal na Espanha para o
casamento de uma parente. Durante a cerimônia, a filha de Laura desaparece de
um cômodo trancado na casa da família recebendo logo depois em seu celular uma
mensagem de que a garota foi sequestrada, exigindo uma alta quantia pela
liberação.
Formalmente a trama é um clássico “mistério do quarto
fechado”, um formato tão antigo quanto a própria narrativa policial. Temos um
crime aparentemente impossível e um número claro e limitado de suspeitos. Essa
estrutura tradicional, no entanto, é apenas o pontapé inicial para um drama
familiar sobre segredos guardados e antigos ressentimentos.
A família de Laura era de uma pequena aristocracia local,
mas cujas posses foram perdidas pelo patriarca por conta de seu vício em jogo e
este até hoje se ressente da população de seu pequeno vilarejo. O dono de
vinícola Paco (Javier Bardem) era filho de empregados da família e ex-namorado
de Laura, tendo comprado muito barato as terras que pertenciam à protagonista.
O marido argentino de Laura, Alejandro (o onipresente Ricardo Darín), é tido
como um empresário bem sucedido, mas na verdade está falido. Esses segredos
contribuem para o clima de suspense e cada parente pareça suspeito.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
Crítica – Magnífica 70: 3ª Temporada
É curioso que Magnífica
70, série brasileira produzida pela HBO, tenha começado como uma exploração
histórica sobre a censura no período da ditadura militar e as dificuldades de
viver de arte em um período de repressão e agora, em sua terceira (e
possivelmente última temporada), termine terrivelmente contemporânea ao traçar
paralelos entre o ontem e o hoje.
A narrativa começa algum tempo depois dos eventos da segunda temporada. Vicente (Marcos Winter) se tornou o chefe da censura em São Paulo,
mas tomado pela culpa e afetado pelo surto que teve, começa a ter visões com o
falecido sogro, o general Souto (Paulo César Pereio), que o instiga a criar um
plano ainda mais reacionário e conservador para a censura. Os planos de Vicente
despertam interesse da ala reacionária do governo Geisel, que acham o atual
presidente militar um fraco por estar considerando uma abertura política e
desejam um governo ainda mais repressor. Ao mesmo tempo Dora (Simone Spoladore)
tenta fugir do cativeiro em que se encontra desde a temporada anterior e Isabel
(Maria Luísa Mendonça) pensa em uma maneira de enfrentar o regime.
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
Crítica – Guerra Fria
Na década de 50, na Polônia comunista, uma jovem cantora,
Zula (Joanna Kulig), se apaixona por um maestro francês, Wiktor (Thomasz Kot).
Ao longo dos anos, eles se encontram e se afastam por conta das vidas que cada
um leva, mas se mantem apaixonados um pelo outro. Em seu cerne Guerra Fria é uma típica história de
“amor proibido”, de duas pessoas separadas por questões políticas e sociais que
muitas vezes escapam seu próprio controle. Com essa premissa o filme poderia
ser um dramalhão meloso feito para forçar o choro da audiência, mas o diretor
Pawel Pawlikowski vai na contramão de como esperamos que uma história assim
seja contada.
Essa impressão já surge desde o começo do filme. Nos
primeiros minutos vemos Wiktor perguntar a Zula se os boatos de que ela matou o
pai são verdadeiros. Ela percebe o interesse de Wiktor nela e diz que sabe como
os homens são, parecendo rejeitar o maestro. Na cena seguinte há uma elipse
temporal e já os vemos deitados na grama, em clima de romance. A trama não se
interessa em mostrar o que aconteceu para provocar esse enlace amoroso e
conforme o filme progride, mais e mais elipses acontecem, sempre saltando as
eventuais reviravoltas que provocam afastamentos ou desencontros e indo direto
para os momentos em que estão juntos de novo.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
Crítica - Kingdom Hearts 3
Kingdom Hearts (2002)
foi a principal razão para eu querer um Playstation 2. A mistura entre Disney e
Final Fantasy em uma roupagem de RPG
de ação me soava fascinante e, quando finalmente consegui o console em 2005,
ele não me decepcionou. Kingdom Hearts 2
chegou um ano depois, em 2006, e ainda considero um dos melhores jogos do PS2,
melhorando em praticamente tudo do original. O tempo passou e nada de Kingdom Hearts 3 sair, uma geração
inteira de consoles chegou e acabou sem que o terceiro capítulo da história de
Sora tivesse sido lançado. Claro, tiveram vários spin-offs, prelúdios, etc, que preenchiam lacunas ou contavam
histórias paralelas (joguei todos, por sinal), mas uma entrada “numerada” não
saía, até que este ano, treze anos depois do segundo jogo, finalmente recebemos
o encerramento da trilogia e ele é tudo que os fãs esperavam.
A trama começa logo depois dos eventos de Kingdom Hearts: Dream Drop Distance, com
Sora e Riku encerrando seus testes de maestria da keyblade e partindo para
localizar os sete guardiões da luz para enfrentar a nova Organization XIII
criada por Xehanort. Como de costume, a jornada leva Sora, Donald e Pateta por
diferentes mundos baseados em filmes da Disney (e agora da Pixar também), como Frozen (2013), Enrolados (2010) ou Monstros
S.A (2001).
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
Crítica – Vingança a Sangue Frio
“É só mais um filme de vingança protagonizado pelo Liam
Neeson”, pensei quando entrei para assistir este Vingança a Sangue Frio. O que eu não imaginava é que ele, que é um remake do filme norueguês O Cidadão do Ano (2014), fosse uma
espécie de anti-filme de vingança, completamente ciente dos clichês desse tipo
de trama e disposto a brincar com isso.
Na trama, Nels Coxman (Liam Neeson) trabalha dirigindo um
removedor de neve em uma estrada nas montanhas do estado do Colorado. Quando
seu filho é morto por traficantes, Nels decide encontrar o culpado a qualquer
custo para vingar o filho morto. Esse breve resumo faz tudo parecer algo bem
banal para esse tipo de história, com muita ação explosiva e a violência
servindo como catarse para as injustiças do mundo.
Na verdade, o resultado está bem longe disso, mais parecendo
um filme dos irmãos Coen como Fargo (1996)
ou Queime Depois de Ler (2008) no
qual as pessoas reagem de maneira desproporcional a eventos que não compreendem
plenamente, essas ações tem consequências inesperadas que geram outras reações
desproporcionais das demais pessoas e tudo vira uma imensa bola de neve de
despreparo, burrice e acaso. Talvez muitos acabem desgostando do filme por
conta disso, já que seus primeiros minutos ou material de divulgação não
preparam plenamente o público para essa guinada tragicômica.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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