A terceira edição da Mostra Lugar de Mulher é No Cinema, que
acontecerá em Salvador entre os dias 25 e 31 de março, anunciou o conjunto de
produções selecionadas para a exibição no evento. Foram 653 produções inscritas
e 99 escolhidas, sendo 51 da "Selecionada" e 48 da
"Matinê". No último dia de exibição, no Goethe-Insitut, serão
anunciados os vencedores da noite, pelo júri formado por artistas e
pesquisadoras da área, durante a cerimônia de premiação, às 21h.
sexta-feira, 15 de março de 2019
III Mostra Lugar de Mulher é No Cinema divulga filmes selecionados
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Notícias
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 13 de março de 2019
Crítica – Atlanta: Robbin’ Season
Quando escrevi sobre a primeira temporada de Atlanta, mencionei o quanto a série era
esquisita. Pois essa Robbin’ Season,
sua segunda temporada, aposta ainda mais no bizarro e no absurdo, com muitos
episódios entrando diretamente no terreno do realismo fantástico ou até mesmo
do surrealismo. O título dessa segunda temporada, Robbin’ Season é referência ao período de algumas semanas antes do
Natal no qual os roubos aumentam exponencialmente conforme o feriado se
aproxima, criando uma literal “temporada de roubos”. O texto a seguir contem
alguns SPOILERS.
Apesar de haver um arco grande envolvendo a tentativa de
Earn (Donald Glover) em consolidar a carreira de seu primo Alfred (Brian Tyree
Henry), o rapper Paper Boi, a maioria dos episódios funciona como histórias
autocontidas com apenas algumas poucas referências ao arco maior. Tal como na
primeira temporada, a série experimenta bastante com o formato e aqui arrisca a
fazer vários episódios centrados em apenas um personagem, como o que mostra
Alfred tentando cortar o cabelo, ou o que Vanessa vai a uma festa na casa do rapper
Drake.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 12 de março de 2019
Crítica – Megarromântico
A proposta inicial de Megarromântico
parece ser a de criticar os restritos ideais de beleza e excesso de
idealização dos relacionamentos nas comédias românticas hollywoodianas. Ao
longo de sua execução o filme demonstra certa confusão em relação à sua
proposta, aderindo às próprias convenções que parecia criticar. Dessa maneira,
ele nunca atinge a contundência de algo como 500 Dias Com Ela (2009) que também mostrava as consequências de
idealizar demais um relacionamento e imaginar que na vida tudo se desenrola
igual a uma comédia romântica.
A narrativa é centrada em Natalie (Rebel Wilson) uma
arquiteta que desde pequena foi ensinada pela mãe a não acreditar no que o
cinema diz sobre o amor e cresceu rejeitando a ideia de amor romântico
construída pelo cinema. Um dia ela é assaltada no metrô e bate a cabeça com
força, ao acordar ela descobre que está dentro de uma comédia romântica na qual
um bonitão, Blake (Liam Hemsworth). se apaixona por ela sem motivo algum, da
mesma forma que uma bela instrutora de yoga, Isabella (Priyanka Chopra), se
apaixona por Josh (Adam Devine), melhor amigo de Natalie.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
domingo, 10 de março de 2019
Crítica – Capitã Marvel
Com mais de dez anos e duas dezenas de filme, o universo
cinematográfico da Marvel já mostrou claramente que tem um “padrão” para
introduzir seus personagens e contar suas origens e em geral esse formato tem
funcionado, apesar de claramente já podermos ver as engrenagens funcionando e a
essa altura o cansaço começa a se assentar. Eu imaginei que Capitã Marvel poderia mexer com essa
fórmula ao mostrar a personagem em busca de seu passado, mas o resultado acaba
sendo só mais uma história de origem com pouca personalidade.
A trama é centrada em Carol Danvers (Brie Larson), membro da
Força Estelar dos Kree, raça de alienígenas que está envolvida em uma longa
guerra com os transmorfos Skrull. Carol, no entanto, tem sonhos com uma vida no
planeta Terra e durante uma missão envolvendo o líder Skrull, Talos (Ben
Mendelsohn), ela acaba vindo parar no nosso planeta e parte em busca da própria
origem ao mesmo tempo em que tenta descobrir os planos de Talos.
Carol é o arquétipo do herói em busca do próprio passado
(pensem em Jason Bourne ou no Wolverine), alguém presa às lacunas de sua origem
e que por isso carece de um senso de propósito. O problema nem é o lugar-comum
do arco narrativo da protagonista, mas a maneira como o filme resolve contá-lo,
preferindo recorrer a uma quantidade excessiva de diálogos expositivos e uma
montagem picotada que falam sobre as dificuldades de Carol sem, no entanto, dar
o devido espaço para que sintamos o peso disso tudo sobre a personagem.
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 7 de março de 2019
Crítica – Mandy: Sede de Vingança
Dirigido por Panos Cosmatos, este Mandy: Sede de Vingança é daqueles filmes cuja força não vem da
história que conta, mas de como ele conta sua história. Em termos de trama é
uma narrativa de vingança bem típica, mas em termos de ritmo ou visual é algo
singular demais para ser ignorado.
A narrativa é centrada no casal Red (Nicolas Cage) e Mandy
(Andrea Riseborough). Os dois vivem de modo pacato em uma cabana na floresta à
beira de um lago, mas o cotidiano do casal é brutalmente interrompido com a
chegada do culto liderado por Jeremiah (Linus Roache), que sequestra Mandy por
pensar que ela terá um papel importante a desempenhar em seu culto. Assim, Red
embarca em uma insana jornada de vingança.
Era de se imaginar que um filme com essa premissa fosse
enfiar o pé no acelerador desde o início, mas Cosmatos parece entender que a
catarse da violência precisa de investimento emocional para acontecer. Assim, a
primeira metade do filme caminha lentamente para nos mostrar o cotidiano
idílico daquele casal, a vida na natureza sem preocupações ou problemas e o
afeto que há entre eles. E o diretor consegue fazer isso com poucos diálogos,
se fiando apenas na força de suas imagens, constantemente tratadas com filtros
de cor que fazem o azul do lago e o verde da floresta parecerem ainda mais
intensos, e no desempenho dos atores, que convocam esse senso de afeto apenas
pela maneira como olham um para o outro.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 5 de março de 2019
Lixo Extraordinário – O Mestre do Disfarce
O comediante Dana Carvey se tornou famoso na década de
oitenta por conta de seu trabalho no humorístico Saturday Night Live e seu talento para imitações, em especial o
modo como imitava o então presidente George H. W. Bush. A fama nos cinemas veio
pouco depois quando estrelou ao lado de Mike Myers em Quanto Mais Idiota Melhor (1992) como o headbanger Garth.
Tudo parecia certo de que Carvey se tornaria um comediante
tão famoso quanto outros colegas de sua época no SNL como Adam Sandler, Chris Rock ou o próprio Mike Myers, mas um
sério problema cardíaco em 1997 o fez diminuir o ritmo. Este O Mestre do Disfarce, escrito pelo próprio
Carvey, foi lançado em 2002 com o intuito de retomar sua carreira e relançá-lo
ao estrelato, mas foi (merecidamente) um fracasso e Carvey nunca protagonizou
outro longa-metragem desde então.
A trama é centrada em Pistachio Disguisey (Dana Carvey) um garçom
nova-iorquino de origem italiana que descobre que seu pai, Fabbrizio (James
Brolin), secretamente combatia o crime como um “Mestre do Disfarce”, alguém que
é capaz de assumir a aparência e voz de qualquer um. Quando Fabbrizio e a mãe
de Pistachio (que não tem nome) são sequestrados pelo vilão Devlin Bowman, o
protagonista precisará dominar as habilidades de sua família para resgatá-los.
Para isso, contará com a ajuda do avô e da assistente, Jennifer (Jennifer
Esposito).
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Comédia,
Lixo Extraordinário
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 4 de março de 2019
Crítica – Albatroz
Nem sempre uma mistura de ingredientes muito bons resulta em
uma boa comida. Às vezes o problema está no preparo e em outros casos está na
dificuldade de harmonizar sabores muito díspares entre si. A questão é que nem
tudo que é bom isoladamente consegue funcionar em conjunto. Este Albatroz parece misturar Bergman com
Lynch, Nolan, Terry Gilliam, Cronenberg e Sebastião Salgado, mas o resultado
acaba sendo menor que a soma das partes, quase como se alguém tentasse bater no
liquidificador uma mistura de feijoada, sorvete de morango e batata frita.
O fotógrafo Simão (Alexandre Nero) acorda em um hospital sem
muita memória de como chegou lá. Ele procura a esposa, Catarina (Maria Flor),
mas não a encontra. Confuso, ele vai para casa e encontra uma ex-namorada,
Alícia (Andrea Beltrão), que lhe dá uma passagem de trem, informando a Simão
onde encontrar Catarina. A partir daí ele embarca em uma jornada na qual
ficção, realidade, sonho e delírio se misturam.
O início parece dar a entender que será uma trama mais próxima
do noir, com um homem traumatizado
jogado em uma investigação sem ter muita certeza do que está acontecendo ou da
sua própria realidade. A fotografia reforça a confusão mental dos personagens,
trabalhando contrastes entre luz e sombra ou entre cores intensas. Um uso
constante de planos horizontalmente inclinados que deixam tudo torto e
deformado, além de inserções de fotografias que parecem dialogar com o fluxo de
pensamento do personagem.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
Crítica – True Detective: 3ª Temporada
Depois de uma excelente primeira temporada, True Detective retornou para uma divisiva segunda temporada que pegava emprestado as estruturas labirínticas do noir e não agradou muita gente. A série
ficou em banho-maria por anos, com muitos cogitando que ela não voltaria depois
do baixo rendimento do ano dois. Felizmente a HBO reconheceu sua parcela de
culpa no problema da segunda temporada, admitindo ter apressado o criador e
roteirista Nic Pizzolato para entregar a continuação do excelente ano de
estreia. Assim, o canal decidiu dar uma chance à série e essa nova temporada
certamente agradará mais os fãs da primeira, embora não chegue a ser tão boa.
A trama se passa no estado Arkansas e segue uma investigação
que se desenvolve ao longo de mais de duas décadas. Na década de 70, o detetive
Wayne Hays (Mahershala Ali) e seu parceiro Roland (Stephen Dorff) investigam o
desaparecimento de duas crianças. Quase dez anos depois o caso é reaberto
quando novas provas surgem que indicam que a investigação inicial incorreu em
conclusões erradas e décadas depois, um Wayne já idoso e esclerosado dá uma
entrevista para um documentário que tenta preencher as lacunas do caso.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
Crítica – Não Olhe
Adolescência é um período de insegurança, de transformação
constante, de olhar para o espelho e não se reconhecer refletido ali. Nesse
sentido, a ideia de um filme de terror no qual o medo vem do reflexo no espelho
parece ser uma promissora metáfora sobre os problemas de autoimagem e
autoestima que permeiam essa fase da vida.
A narrativa é protagonizada por Maria (India Eisley) uma
adolescente introvertida e com poucos amigos que também se sente inadequada por
não atender ao padrões de perfeição de seu exigente pai, Dan (Jason Isaacs).
Aos poucos, ela percebe que seu reflexo no espelho se move de maneira autônoma
e começa a conversar com Maria, se identificando com Airam (Maria ao contrário,
sacaram?). Airam é tudo que Maria queria ser, confiante, segura de si, sem se
deixar se abalar pela cobrança dos pais, então a garota vai cada vez mais dando
ouvidos ao seu próprio reflexo.
Tudo isso poderia render um bom suspense psicológico, com a
personagem cedendo aos seus piores impulsos internos na tentativa de provar a
todos que não é a garotinha frágil que todos imaginam e literalmente fazer as
pazes com o que vê no espelho. O desenvolvimento, porém, descamba para um slasher genérico no qual Airam vai
matando uma a uma todas as pessoas que maltrataram Maria.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
Crítica – Calmaria
Um ex-militar traumatizado, alcoólatra e sem dinheiro é
procurado pela ex-mulher, agora casada com um ricaço. Ela diz que seu atual
marido é abusivo e pede ao protagonista que o mate, oferecendo uma enorme soma
de dinheiro como recompensa pelo crime. É uma premissa que parece saída
diretamente de um noir da década de
40 como A Dama de Xangai (1947) e
poderia render uma releitura contemporânea interessante, mas Calmaria prefere ir por um caminho
completamente diferente por volta da metade de sua projeção.
Dill (Matthew McConaughey) vive na paradisíaca ilha de
Plymouth trabalhando com pesca de atum. Com pouco dinheiro, ele ocasionalmente
se deita com Constance (Diane Lane) por dinheiro ou leva turistas para pescar.
Sua sorte parece virar quando Karen (Anne Hathaway), sua ex-mulher, aparece em
seu barco. Ela oferece dez milhões para que Dill leve seu abusivo marido, Frank
(Jason Clarke), em uma pescaria e o mate simulando um acidente. A proposta cria
um dilema moral para Dill, que reluta em aceitar.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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