Lançado em 1961, Crônica
de um Verão, dirigido por Jean Rouch e Edgar Morin, se pretendia a ser “um
experimento em cinema verdade” (cinema
verité em francês). Sua ideia era retratar a verdade de um encontro e como,
nesse encontro, se negociaria uma interação entre realizador e sujeitos
filmados e dessa negociação emergiria a verdade dessas interações.
Assim, se no documentário tradicionalmente observativo o
cineasta assume a função de “mosca na parede” ficando invisível do registro e
fazendo o máximo para não interferir, no cinema
verité proposto por Rouch e Morin neste filme, o cineasta seria uma “mosca
na sopa”, completamente imbricado no registro e interagindo diretamente com os
sujeitos.
O começo é relativamente simples, com uma pessoa vagando pelas
ruas de Paris perguntando as pessoas se elas são felizes. Essas cenas iniciais
mostram encontros fortuitos e interações não planejadas nas quais a
entrevistadora constrói o conteúdo ao reagir às respostas dos entrevistados.