Um Ato de Esperança começa
propondo um debate moral bastante complexo. A juíza Fiona Maye (Emma Thompson)
precisa julgar um caso envolvendo um adolescente com leucemia que precisa de
uma transfusão de sangue urgente, mas os pais estão proibindo o procedimento
por serem Testemunhas de Jeová e a religião proíbe esse tipo de operação.
Seria, em essência, um questionamento acerca de liberdade religiosa versus proteção da vida humana. Até que
ponto o Estado deve ou não intervir no princípio da liberdade religiosa e de
expressão ou se a proteção da vida de um menor de idade é suficiente para
interferir nas liberdades individuais, o que poderia configurar um precedente
perigoso.
O problema é que a narrativa praticamente não realiza essa
discussão, com o caso sendo decidido antes mesmo que o filme chegue à metade e
com a argumentação do julgamento não chegando nem perto de alcançar a
complexidade dos temas em pauta. O que sobra depois que Fiona decide sobre a
vida do jovem Adam (Fionn Whitehead, que protagonizou Dunkirk) não é suficiente para sustentar cerca de uma hora de
projeção.