Quando escrevi sobre as duas
temporadas anteriores de The Good Fight,
mencionei o aspecto combativo da série, de como ela não tinha papas na língua
em falar de questões espinhosas de cunho social e político contemporâneos. A
questão é que nessa terceira temporada toda essa combatividade acaba soando um
pouco sensacionalista demais, principalmente quando mira diretamente na
administração Trump, e muito cheio de si, como se a série tivesse certeza de
que seu conteúdo será decisivo para derrubar o presidente ou garantir que ele
não se reeleja.
Na trama, Kurt (Gary Cole), marido
de Diane (Christine Baranski), acaba aceitando um cargo na atual administração,
para a decepção de Diane, que teme que o marido esteja sendo usado como bobo da
corte por Trump. Ao mesmo tempo a firma de Diane se envolve em um processo
contra o inescrupuloso advogado Roland Blum (Michael Sheen), disposto a vencer
mesmo tendo que mentir.
Como é de costume, a série trata
de temas complexos como o racismo e a ascensão de grupos fascistoides. O
episódio no qual Lucca (Cush Jumbo) é tratada primeiro como babá e depois como
criminosa por estar andando na rua com o filho, que é branco, é um bom exemplo
de como manifestações de racismo que podem parecer inicialmente inofensivas
(confundi-la com uma babá) rapidamente escalam para algo perigoso.