A
história do grupo de jovens que ficaram conhecidos como “Os cinco do Central
Park” ficou em bastante evidência na época da prisão e julgamento dos cinco,
condenados pelo estupro de uma mulher que corria no Central Park à noite apesar
da pouca quantidade de provas materiais e das suspeitas que as confissões dos
cinco rapazes negros foram obtidas à força pela polícia. A minissérie Olhos
que Condenam, dirigida por Ava DuVernay, responsável por Selma: Uma Luta Pela Igualdade (2015),
tenta contar a história desses jovens do momento em que são presos à eventual
absolvição deles quase duas décadas depois.
Apesar
de obviamente mostrar o sofrimento dos personagens diante da injustiça que
sofreram e dos desafios do encarceiramento, o interesse de DuVernay parece ser
nos sistemas de apoio desses personagens, em como suas famílias, amigos iu
comunidade tentaram ajudar os cinco a resistirem. É algo similar ao que Barry
Jenkins fez no recente Se a Rua Beale Falasse, no qual ele também focava
no modo como o afeto é o que faz as pessoas perseverarem e sobreviverem diante
de estruturas de poder opressivas.