terça-feira, 2 de julho de 2019

Lixo Extraordinário – A Noite dos Coelhos

Crítica – A Noite dos Coelhos


Resenha – A Noite dos Coelhos
Lançado em 1972, A Noite dos Coelhos é um daqueles filmes que tem uma premissa tão absurda, com coelhos gigantes atacando uma pequena cidade, que imediatamente imaginamos que não irá se levar a sério. É o tipo de coisa que poderia render uma podreira bem divertida se abraçasse a natureza absurda de sua trama, mas cai no erro de tentar ser um terror “sério” e como resultado acaba sendo aborrecido.

Na trama, a uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos está sofrendo com uma infestação de coelhos. Depois que todos os coiotes da região foram eliminados, os coelhos se reproduziram descontroladamente e se tornaram uma praga, devorando as plantações locais. O fazendeiro Cole (Rory Calhoun) pede ajuda ao reitor da universidade local, Elgin (DeForest Kelley, o Dr. McCoy da série clássica de Star Trek).

O reitor designa o casal Roy (Stuart Whitman) e Gerry Bennet (Janet Leigh, que protagonizou Psicose) para desenvolver uma meio de eliminar os coelhos sem usar venenos. Eles tentam uma terapia hormonal para deixar os coelhos inférteis, injetando neles um coquetel de hormônios e drogas, mas a filha deles acaba pegando o coelho usado como cobaia e o leva consigo, acidentalmente deixando o animal escapar logo depois. Poucos meses depois, moradores da cidade começam a ser mortos em uma antiga mina de ouro e os personagens descobrem que o coelho que escapou não só se tornou imenso, como se multiplicou, criando uma horda de coelhos gigantes prestes a atacar a cidade.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Crítica – Homem-Aranha: Longe de Casa


Análise Crítica – Homem-Aranha: Longe de Casa


Review – Homem-Aranha: Longe de Casa
Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017) era um competente recomeço para o herói aracnídeo nos cinemas. O filme deixava uma clara possibilidade de continuação em sua cena pós-créditos, com Mac Gargan (Michael Mando), que os fãs de quadrinhos conhecem como o Escorpião, jurando vingança contra o herói. A Marvel, no entanto, não usou esse gancho em Homem-Aranha: Longe de Casa, preferindo repercutir o impacto dos eventos vistos em Vingadores: Ultimato.

A trama começa situando o que aconteceu após a derrota de Thanos (Josh Brolin) e o retorno daqueles que sumiram por conta do estalo. O mundo está de luto por conta dos heróis que pereceram na última grande batalha e Peter Parker (Tom Holland) questiona seu lugar no vácuo de poder deixado pela ausência de figuras como Tony Stark (Robert Downey Jr) e Steve Rogers (Chris Evans). De férias, Peter viaja com sua turma de escola para a Europa e lá ele planeja contar a MJ (Zendaya) que gosta dela. Os planos de Peter são frustrados quando Nick Fury (Samuel L. Jackson) aparece em seu hotel pedindo ajuda para enfrentar criaturas de outra dimensão com a ajuda de Quentin Beck (Jake Gyllenhaal), também de outra dimensão.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Crítica – Divino Amor


Análise Crítica – Divino Amor


Review – Divino Amor
Brasil, 2027, apesar de ainda se declarar um estado laico, o país se tornou um lugar teocrático, no qual todos precisam frequentar igrejas, casar e ter filhos. Scanners na entrada de qualquer revelam o estado civil de cada um que entra, bem como se uma mulher está grávida e quem é o pai. Drive thrus de oração garantem que as pessoas ainda possam ouvir a palavra divina mesmo no caminho para casa ou para o trabalho. Esse é o prognóstico de futuro feito pelo diretor Gabriel Mascaro em Divino Amor, filme feito lá em 2017, antes do último período eleitoral e do que está acontecendo hoje no país, mas que não soa muito distante da realidade frente a tudo que está acontecendo.

A trama é centrada em Joana (Dira Paes), uma funcionária de cartório que lavra divórcios. Crente verdadeira em todo o discurso religioso que varre o país, Joana tenta convencer todos que chegam a não se divorciarem, levando-os a participar da igreja da qual faz parte: a Divino Amor. Lá, há uma espécie de terapia religiosa de casais que inclui até a prática de swing, com os casais trocando de parceiro durante a transa, embora não seja permitido que nenhum homem ejacule em uma mulher que não seja a sua esposa. Joana e o marido, Danilo (Júlio Machado, do ótimo A Sombra do Pai) estão desesperadamente tentando ter um filho, mas não conseguem. Quando Joana milagrosamente fica grávida e descobre que o bebê não carrega consigo o DNA de nenhum homem registrado, ela começa a enfrentar a desconfiança da sociedade.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Crítica – Crazy Ex-Girlfriend: 4ª Temporada


Análise Crítica – Crazy Ex-Girlfriend: 4ª Temporada


Review – Crazy Ex-Girlfriend: 4ª Temporada
Quando escrevi sobre a terceira temporada de Crazy Ex-Girlfriend, elogiei o fato da série finalmente colocar a protagonista (e outros personagens importantes) para confrontarem seus próprios problemas e se esforçarem para tentar melhorarem. Pois esta quarta e última temporada de Crazy Ex-Girlfriend amarra com competência a jornada de amadurecimento de seus personagens.

A trama começa mais ou menos no ponto em que a temporada anterior terminou. Com Rebecca (Rachel Bloom) indo para a prisão depois de arremessar Trent (Paul Welsh) de um telhado para salvar Nathaniel (Scott Michael Foster). A experiência na prisão leva Rebecca a entender o peso de suas ações e a faz repensar seu trabalho como advogada. Ao mesmo tempo, sua vida amorosa fica balançada quando Greg (Skylar Astin, substituindo Santino Fontana) retorna a West Covina.

Já ciente de seus problemas, a narrativa acompanha o percurso de Rebecca em lidar com eles e tentar ser uma pessoa melhor. Poderia ser uma jornada linear, com a protagonista melhorando a cada episódio, mas o texto reconhece que não é um processo fácil, que eventualmente ela regride, que não é possível fazer tudo sozinho, que é necessário apoio de amigos, de terapia e eventualmente de medicação.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Crítica – Annabelle 3: De Volta Para Casa


Análise Crítica – Annabelle 3: De Volta Para Casa


Review – Annabelle 3: De Volta Para Casa
Depois de chamar atenção no primeiro Invocação do Mal (2013), a boneca Annabelle acabou ganhando sua própria série de filmes derivados. O primeiro foi bem fraquinho, o segundo melhorava ao contar a origem da boneca e ao trazer um estilo de direção semelhante ao que James Wan fez nos dois Invocação do Mal. Já este Annabelle 3: De Volta Para Casa fica em um morno meio termo, sendo levemente melhor que o primeiro, mas mais fraco que o segundo.

A trama começa justamente quando o casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) entram em contato com a boneca maldita. Eles a levam para casa, guardando-a no cofre de objetos sobrenaturais. Anos se passam e, durante uma viagem do casal, a filha deles, Judy (Mckenna Grace), fica em casa com uma babá, Mary Ellen (Madison Iseman). Mary Ellen acaba levando uma amiga para a casa dos Warren, Daniela (Katie Sarife) que tem curiosidade em relação aos artefatos sobrenaturais guardados ali. Ela acaba entrando no cofre dos Warren e acidentalmente liberta a boneca Annabelle, colocando todos na casa em risco.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Crítica – Olhos que Condenam


Análise Crítica – Olhos que Condenam


Review – Olhos que Condenam
A história do grupo de jovens que ficaram conhecidos como “Os cinco do Central Park” ficou em bastante evidência na época da prisão e julgamento dos cinco, condenados pelo estupro de uma mulher que corria no Central Park à noite apesar da pouca quantidade de provas materiais e das suspeitas que as confissões dos cinco rapazes negros foram obtidas à força pela polícia. A minissérie Olhos que Condenam, dirigida por Ava DuVernay, responsável por Selma: Uma Luta Pela Igualdade (2015), tenta contar a história desses jovens do momento em que são presos à eventual absolvição deles quase duas décadas depois.

Apesar de obviamente mostrar o sofrimento dos personagens diante da injustiça que sofreram e dos desafios do encarceiramento, o interesse de DuVernay parece ser nos sistemas de apoio desses personagens, em como suas famílias, amigos iu comunidade tentaram ajudar os cinco a resistirem. É algo similar ao que Barry Jenkins fez no recente Se a Rua Beale Falasse, no qual ele também focava no modo como o afeto é o que faz as pessoas perseverarem e sobreviverem diante de estruturas de poder opressivas.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Crítica – Bloodstained: Ritual of the Night

Análise Crítica – Bloodstained: Ritual of the Night


Review – Bloodstained: Ritual of the Night
O termo “sucessor espiritual” tem sido usado bastante pela indústria de games nos últimos anos, principalmente no reino dos jogos independentes. Criadores que deixaram suas desenvolvedoras, mas que querem fazer o mesmo estilo de jogo que faziam e tentam criar algo similar aos seus maiores sucessos. Keiji Inafune, criador de Mega Man, tentou fazer isso com Mighty Nº9, parte da equipe responsável por Banjo-Kazooie tentou fazer isso com Yooka-Laylee. Os esforços de ambos resultaram em grandes decepções que falhavam tanto em capturar o espírito do que tornou as propriedades originais tão memoráveis ou que falhou em atualizar os elementos desses jogos para os dias atuais, fazendo tudo parecer datado.

Eu falo tudo isso para dizer que este Bloodstained: Ritual of the Night é a mais nova tentativa de um “sucessor espiritual”. Desenvolvido por Koji Igarashi, responsável pelo excelente Castlevania: Symphony of the Night, Bloodstained tenta resgatar a excelência do estilo “Metroidvania” (uma junção de Metroid e Castlevania) que Igarashi construiu em jogos como Symphony of the Night ou Aria of Sorrow. Me aproximei de Bloodstained temendo uma decepção similar a Mighty Nº9 ou Yooka-Laylee, mas o que encontrei foi algo que conseguia soar simultaneamente contemporâneo e nostálgico.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Crítica – Upgrade


Análise Crítica – Upgrade


Review – Upgrade
A trama de Upgrade se passa em um futuro próximo no qual a tecnologia e inteligências artificiais são parte do cotidiano, desde de dirigir nossos carros a checar o que temos na geladeira para fazer compras online quando algo acaba. O protagonista Grey (Logan Marshall Green) é um sujeito avesso a tecnologia, embora sua esposa trabalhe em uma grande empresa de informática. Um dia o casal é assaltado, a esposa de Grey é morta durante o assalto e Grey fica tetraplégico.

Após o assalto ele é abordado por um magnata da tecnologia que lhe oferece um chip experimental que pode retornar os movimentos aos seu corpo. Grey aceita, mas ao voltar a se movimentar, ele começa a ouvir a voz da inteligência artificial, Stem (Simon Maiden), falando com ele. Stem se prontifica a ajudar Grey a desvendar o crime levou à morte de sua esposa, mas também começa a controlar cada vez mais o corpo do protagonista, o que coloca os dois em conflito.

Inicialmente o filme parece disposto a falar sobre tecnologia e os impactos dela em nossa vida, mas a partir do momento em que Grey e Stem começam a entrar em conflito pelo controle do corpo, a trama fica mais focada nessa disputa dos dois. De certa forma, a narrativa lembra um pouco o recente filme do Venom (2018), que também tratava de uma entidade violenta tentando controlar o corpo de um sujeito passando por maus bocados, sem falar que Logan Marshall Green é muito parecido com Tom Hardy.

terça-feira, 18 de junho de 2019

Crítica – Mistério no Mediterrâneo


Análise Crítica – Mistério no Mediterrâneo


Review – Mistério no Mediterrâneo
Não sei explicar o motivo que me levou a assistir este Mistério no Mediterrâneo. Apesar de ter apreciado o trabalho de Adam Sandler em Os Meyerowitz: Família não Se Escolhe (2017), dirigido por Noah Baumbach, sei que Sandler nunca rende nos filmes que ele próprio produz o mesmo que rende quando trabalha com outros cineastas. Além disso, os últimos filmes que Sandler produziu em sua parceria com a Netflix, como Lá Vem os Pais (2018) ou Sandy Wexler (2017) foram porcarias atrozes que me fizeram questionar minha própria sanidade. Como se isso já não desse um prospecto suficientemente ruim, ainda havia o fato de que Mistério no Mediterrânio foi dirigido por Kyle Newacheck, que cometeu a hecatombe que foi Perda Total (2018), filme que coloquei entre os piores daquele ano.

Mas então, porque fui assistir Mistério no Mediterrâneo? Bem, não tenho uma resposta específica e direta para isso, talvez tenha sido tédio, talvez eu possua um lado masoquista que me impele a assistir filmes cujo prognóstico parece ruim, talvez eu tenha problemas de autoestima e me sujeitar a ver esse tipo de coisa seja uma forma de autopunição, não sei. De todo modo, o resultado de Mistério no Mediterrâneo é bem melhor do que as produções anteriores de Sandler para a Netflix, o que é um patamar baixo a superar, admito, mas já é alguma coisa.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Crítica – Jessica Jones: 3ª Temporada


Análise Crítica – Jessica Jones: 3ª Temporada


Review – Jessica Jones: 3ª Temporada
Depois da fraca segunda temporada, não estava esperando muita coisa desta terceira e última temporada de Jessica Jones. O que encontrei, no entanto, foi um competente estudo sobre trauma e moralidade que aprofunda o que conhecíamos sobre os personagens.

A trama começa quando Jessica (Krysten Ritter) conhece o chantagista Erik (Benjamin Walker), um sujeito com a estranha capacidade de sentir a maldade das pessoas e que usa seus dons para chantagear criminosos. Quando uma das vítimas de Erik fere Jessica enquanto tenta matá-lo, a detetive decide ajudar Erik a descobrir quem é a ameaça. Na busca, Jessica se depara com o perigoso serial killer Gregory Sallinger (Jeremy Bobb), um sujeito astuto e engenhoso que mesmo sem poderes representa uma grande ameaça para a detetive. Ao mesmo tempo, Trish (Rachael Taylor) começa a por em uso seus novos poderes, tentando iniciar uma jornada como vigilante.

Se na temporada anterior a trama demorava a delinear seu conflito principal, aqui as coisas engrenam muito mais rápido. Ainda sofre do típico “inchaço da Netflix”, perdendo um pouco de fôlego quando passa da metade e parecendo que seria melhor com uns dois episódios a menos, mas ainda assim é um ritmo melhor do que o segundo ano da série. Outro problema é a conveniência dos poderes de Erik, que na maior parte do tempo funciona mais como um dispositivo de roteiro do que como um personagem plenamente realizado.