segunda-feira, 8 de julho de 2019

Crítica – Good Girls: 2ª Temporada


Análise Crítica – Good Girls: 2ª Temporada


Review – Good Girls: 2ª TemporadaQuando escrevi sobre a primeira temporada de Good Girls, mencionei que apesar de boas ideias e do carisma do trio principal, a série tinha inúmeros problemas de roteiro que prejudicavam a experiência. Eu esperava que essa segunda temporada melhorasse esses problemas, mas ao invés disso continua a apresentar a mesma quantidade de furos e incongruências de antes. Aviso que texto contem SPOILERS da temporada.

A trama continua no exato momento em que a anterior, com Rio (Manny Montana) tendo invadido a casa de Beth (Christina Hendricks) e tomando o marido dela, Dean (Matthew Lillard, o eterno Salsicha dos filmes do Scooby Doo) de refém. Dean é baleado, mas sobrevive. Enquanto isso, Beth, Annie (Mae Whitman) e Ruby (Retta) precisam sumir com as evidências que existem contra elas, já que o agente Turner (James Lesure) está próximo de localizá-las.

Tal como na primeira temporada, o texto é cheio de inconsistências. Beth é extremamente inteligente e ardilosa, capaz de criar esquemas de falsificação e até estar a um passo adiante de Rio, exceto quando o roteiro decide que ela é uma completa idiota. Um exemplo é já no início da temporada quando ela hesita em matar Boomer (David Hornsby). A hesitação em si já não faz muito sentido, já que Boomer não só está prestes a delatar Beth e as amigas para o FBI, como também tinha tentado estuprar Annie na temporada anterior e tentado passar a perna nelas antes. Ou seja, Boomer é claramente uma ameaça e um sujeito desprezível e ainda assim ela o trata como um sujeito completamente inocente.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Crítica – Stranger Things: 3ª Temporada


Análise Crítica – Stranger Things: 3ª Temporada

Review – Stranger Things: 3ª TemporadaDepois de uma competente segunda temporada, Stranger Things retorna para a sua terceira depois de um hiato de um ano e esse intervalo parece ter feito muito bem à série, entregando uma temporada concisa, sem problemas de ritmo, que talvez seja a melhor até aqui.

A narrativa começa cerca de um ano depois da temporada anterior. Os garotos estão de férias, Mike (Finn Wolfhard) e Onze (Millie Bobby Brown) estão namorando e não desgrudam um do outro. Lucas (Caleb McLaughlin) e Max (Sadie Sink) também estão namorando, o que deixa Will (Noah Schnapp) frustrado por não ter mais seus amigos por perto. Dustin (Gaten Matarazzo) retorna a Hawkins depois de uma viagem dizendo que também arrumou uma namorada, mas ninguém acredita nele. Ao mesmo tempo, russos constroem uma base subterrânea no local em que Onze fechou o portal para o Mundo Invertido na temporada anterior e tentam reabri-lo, liberando o Devorador de Mentes no nosso mundo. Depois de se ferir em um acidente de carro, Billy (Dacre Montgomery) acaba sendo dominado pelo Devorador e é usado como peão nos planos da criatura para destruir Onze e abrir definitivamente o portal para o nosso mundo.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Crítica – Shaft

Análise Crítica – Shaft


Review – Shaft
Este novo Shaft é simultaneamente um reboot e uma continuação. Continuação porque reconhece os eventos desde o primeiro filme de 1971, que trazia Richard Roundtree como o personagem título, passando pela versão dos anos 2000 protagonizada por Samuel L. Jackson até chegar na trama atual. É um reboot, no entanto, porque ter visto qualquer filme anterior não é necessário para assistir esse, que tenta ser um novo começo para a franquia.

A trama acompanha John Shaft Jr (Jessie T, Usher), ou JJ, filho do Shaft interpretado por Samuel L. Jackson no filme de 2000. JJ é um analista de dados do FBI que decide investigar a morte de um amigo e acaba precisando pedir ajuda ao pai e ao avô, o Shaft original, interpretado por Richard Roundtree, para resolver o caso.

Jessie T. Usher, que viveu o filho do personagem de Will Smith no péssimo Independence Day: O Ressurgimento (2016), continua a exibir aqui o mesmo tipo de interpretação apática e desprovida de carisma que demonstrou no filme de 2016. Não que o material ajude o ator, já que o roteiro JJ é reduz a uma caricatura aborrecida de millenial hipster que reclama e gagueja boa parte do tempo e que muitas vezes assume uma conduta incoerente.

Ouvimos mais de uma vez o personagem dizer que não gosta de armas e quando ele recebe uma arma do pai logo no início do filme, JJ a atira pela janela. A cena é feita para ser engraçada, mas lembremos que o personagem é um agente do FBI que, imaginamos, deveria se preocupar com a segurança da população e jogar uma arma de fogo no meio da rua é no mínimo um ato de irresponsabilidade dele. Claro, o Shaft pai aponta a estupidez da ação do filho, mas nem isso serve para diminuir o senso de incoerência das ações do protagonista.

terça-feira, 2 de julho de 2019

Lixo Extraordinário – A Noite dos Coelhos

Crítica – A Noite dos Coelhos


Resenha – A Noite dos Coelhos
Lançado em 1972, A Noite dos Coelhos é um daqueles filmes que tem uma premissa tão absurda, com coelhos gigantes atacando uma pequena cidade, que imediatamente imaginamos que não irá se levar a sério. É o tipo de coisa que poderia render uma podreira bem divertida se abraçasse a natureza absurda de sua trama, mas cai no erro de tentar ser um terror “sério” e como resultado acaba sendo aborrecido.

Na trama, a uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos está sofrendo com uma infestação de coelhos. Depois que todos os coiotes da região foram eliminados, os coelhos se reproduziram descontroladamente e se tornaram uma praga, devorando as plantações locais. O fazendeiro Cole (Rory Calhoun) pede ajuda ao reitor da universidade local, Elgin (DeForest Kelley, o Dr. McCoy da série clássica de Star Trek).

O reitor designa o casal Roy (Stuart Whitman) e Gerry Bennet (Janet Leigh, que protagonizou Psicose) para desenvolver uma meio de eliminar os coelhos sem usar venenos. Eles tentam uma terapia hormonal para deixar os coelhos inférteis, injetando neles um coquetel de hormônios e drogas, mas a filha deles acaba pegando o coelho usado como cobaia e o leva consigo, acidentalmente deixando o animal escapar logo depois. Poucos meses depois, moradores da cidade começam a ser mortos em uma antiga mina de ouro e os personagens descobrem que o coelho que escapou não só se tornou imenso, como se multiplicou, criando uma horda de coelhos gigantes prestes a atacar a cidade.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Crítica – Homem-Aranha: Longe de Casa


Análise Crítica – Homem-Aranha: Longe de Casa


Review – Homem-Aranha: Longe de Casa
Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017) era um competente recomeço para o herói aracnídeo nos cinemas. O filme deixava uma clara possibilidade de continuação em sua cena pós-créditos, com Mac Gargan (Michael Mando), que os fãs de quadrinhos conhecem como o Escorpião, jurando vingança contra o herói. A Marvel, no entanto, não usou esse gancho em Homem-Aranha: Longe de Casa, preferindo repercutir o impacto dos eventos vistos em Vingadores: Ultimato.

A trama começa situando o que aconteceu após a derrota de Thanos (Josh Brolin) e o retorno daqueles que sumiram por conta do estalo. O mundo está de luto por conta dos heróis que pereceram na última grande batalha e Peter Parker (Tom Holland) questiona seu lugar no vácuo de poder deixado pela ausência de figuras como Tony Stark (Robert Downey Jr) e Steve Rogers (Chris Evans). De férias, Peter viaja com sua turma de escola para a Europa e lá ele planeja contar a MJ (Zendaya) que gosta dela. Os planos de Peter são frustrados quando Nick Fury (Samuel L. Jackson) aparece em seu hotel pedindo ajuda para enfrentar criaturas de outra dimensão com a ajuda de Quentin Beck (Jake Gyllenhaal), também de outra dimensão.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Crítica – Divino Amor


Análise Crítica – Divino Amor


Review – Divino Amor
Brasil, 2027, apesar de ainda se declarar um estado laico, o país se tornou um lugar teocrático, no qual todos precisam frequentar igrejas, casar e ter filhos. Scanners na entrada de qualquer revelam o estado civil de cada um que entra, bem como se uma mulher está grávida e quem é o pai. Drive thrus de oração garantem que as pessoas ainda possam ouvir a palavra divina mesmo no caminho para casa ou para o trabalho. Esse é o prognóstico de futuro feito pelo diretor Gabriel Mascaro em Divino Amor, filme feito lá em 2017, antes do último período eleitoral e do que está acontecendo hoje no país, mas que não soa muito distante da realidade frente a tudo que está acontecendo.

A trama é centrada em Joana (Dira Paes), uma funcionária de cartório que lavra divórcios. Crente verdadeira em todo o discurso religioso que varre o país, Joana tenta convencer todos que chegam a não se divorciarem, levando-os a participar da igreja da qual faz parte: a Divino Amor. Lá, há uma espécie de terapia religiosa de casais que inclui até a prática de swing, com os casais trocando de parceiro durante a transa, embora não seja permitido que nenhum homem ejacule em uma mulher que não seja a sua esposa. Joana e o marido, Danilo (Júlio Machado, do ótimo A Sombra do Pai) estão desesperadamente tentando ter um filho, mas não conseguem. Quando Joana milagrosamente fica grávida e descobre que o bebê não carrega consigo o DNA de nenhum homem registrado, ela começa a enfrentar a desconfiança da sociedade.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Crítica – Crazy Ex-Girlfriend: 4ª Temporada


Análise Crítica – Crazy Ex-Girlfriend: 4ª Temporada


Review – Crazy Ex-Girlfriend: 4ª Temporada
Quando escrevi sobre a terceira temporada de Crazy Ex-Girlfriend, elogiei o fato da série finalmente colocar a protagonista (e outros personagens importantes) para confrontarem seus próprios problemas e se esforçarem para tentar melhorarem. Pois esta quarta e última temporada de Crazy Ex-Girlfriend amarra com competência a jornada de amadurecimento de seus personagens.

A trama começa mais ou menos no ponto em que a temporada anterior terminou. Com Rebecca (Rachel Bloom) indo para a prisão depois de arremessar Trent (Paul Welsh) de um telhado para salvar Nathaniel (Scott Michael Foster). A experiência na prisão leva Rebecca a entender o peso de suas ações e a faz repensar seu trabalho como advogada. Ao mesmo tempo, sua vida amorosa fica balançada quando Greg (Skylar Astin, substituindo Santino Fontana) retorna a West Covina.

Já ciente de seus problemas, a narrativa acompanha o percurso de Rebecca em lidar com eles e tentar ser uma pessoa melhor. Poderia ser uma jornada linear, com a protagonista melhorando a cada episódio, mas o texto reconhece que não é um processo fácil, que eventualmente ela regride, que não é possível fazer tudo sozinho, que é necessário apoio de amigos, de terapia e eventualmente de medicação.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Crítica – Annabelle 3: De Volta Para Casa


Análise Crítica – Annabelle 3: De Volta Para Casa


Review – Annabelle 3: De Volta Para Casa
Depois de chamar atenção no primeiro Invocação do Mal (2013), a boneca Annabelle acabou ganhando sua própria série de filmes derivados. O primeiro foi bem fraquinho, o segundo melhorava ao contar a origem da boneca e ao trazer um estilo de direção semelhante ao que James Wan fez nos dois Invocação do Mal. Já este Annabelle 3: De Volta Para Casa fica em um morno meio termo, sendo levemente melhor que o primeiro, mas mais fraco que o segundo.

A trama começa justamente quando o casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) entram em contato com a boneca maldita. Eles a levam para casa, guardando-a no cofre de objetos sobrenaturais. Anos se passam e, durante uma viagem do casal, a filha deles, Judy (Mckenna Grace), fica em casa com uma babá, Mary Ellen (Madison Iseman). Mary Ellen acaba levando uma amiga para a casa dos Warren, Daniela (Katie Sarife) que tem curiosidade em relação aos artefatos sobrenaturais guardados ali. Ela acaba entrando no cofre dos Warren e acidentalmente liberta a boneca Annabelle, colocando todos na casa em risco.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Crítica – Olhos que Condenam


Análise Crítica – Olhos que Condenam


Review – Olhos que Condenam
A história do grupo de jovens que ficaram conhecidos como “Os cinco do Central Park” ficou em bastante evidência na época da prisão e julgamento dos cinco, condenados pelo estupro de uma mulher que corria no Central Park à noite apesar da pouca quantidade de provas materiais e das suspeitas que as confissões dos cinco rapazes negros foram obtidas à força pela polícia. A minissérie Olhos que Condenam, dirigida por Ava DuVernay, responsável por Selma: Uma Luta Pela Igualdade (2015), tenta contar a história desses jovens do momento em que são presos à eventual absolvição deles quase duas décadas depois.

Apesar de obviamente mostrar o sofrimento dos personagens diante da injustiça que sofreram e dos desafios do encarceiramento, o interesse de DuVernay parece ser nos sistemas de apoio desses personagens, em como suas famílias, amigos iu comunidade tentaram ajudar os cinco a resistirem. É algo similar ao que Barry Jenkins fez no recente Se a Rua Beale Falasse, no qual ele também focava no modo como o afeto é o que faz as pessoas perseverarem e sobreviverem diante de estruturas de poder opressivas.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Crítica – Bloodstained: Ritual of the Night

Análise Crítica – Bloodstained: Ritual of the Night


Review – Bloodstained: Ritual of the Night
O termo “sucessor espiritual” tem sido usado bastante pela indústria de games nos últimos anos, principalmente no reino dos jogos independentes. Criadores que deixaram suas desenvolvedoras, mas que querem fazer o mesmo estilo de jogo que faziam e tentam criar algo similar aos seus maiores sucessos. Keiji Inafune, criador de Mega Man, tentou fazer isso com Mighty Nº9, parte da equipe responsável por Banjo-Kazooie tentou fazer isso com Yooka-Laylee. Os esforços de ambos resultaram em grandes decepções que falhavam tanto em capturar o espírito do que tornou as propriedades originais tão memoráveis ou que falhou em atualizar os elementos desses jogos para os dias atuais, fazendo tudo parecer datado.

Eu falo tudo isso para dizer que este Bloodstained: Ritual of the Night é a mais nova tentativa de um “sucessor espiritual”. Desenvolvido por Koji Igarashi, responsável pelo excelente Castlevania: Symphony of the Night, Bloodstained tenta resgatar a excelência do estilo “Metroidvania” (uma junção de Metroid e Castlevania) que Igarashi construiu em jogos como Symphony of the Night ou Aria of Sorrow. Me aproximei de Bloodstained temendo uma decepção similar a Mighty Nº9 ou Yooka-Laylee, mas o que encontrei foi algo que conseguia soar simultaneamente contemporâneo e nostálgico.