Contando uma
história real de um violento atentado terrorista, Atentado ao Hotel Taj
Mahal tenta se aproximar da intensidade e complexidade de filmes como Voo
United 93 (2006) ou Capitão Phillips (2013), mas o resultado acaba sendo
superficial e problemático.
A narrativa é
centrada nos funcionários do hotel e seus esforços para manter os hóspedes em
segurança. A trama se divide entre vários personagens, mas o problema é que não
há tempo para que a maioria deles seja satisfatoriamente desenvolvida,
fazendo-os soar como sujeitos unidimensionais. Apesar da atitude dos
funcionários de fato ser louvável e altruísta, nela também estão imbricadas
questões de classe social e colonialismo que o filme não parece se dar conta ou
que constrói de maneira pouco satisfatória.
Um exemplo é a
cena em que uma das hóspedes acusa o garçom interpretado por Dev Patel de ser
terrorista só pelo fato do rapaz ter barba e usar turbante. O chefe da equipe
do hotel, ao invés de recriminar a mulher pela atitude racista contra alguém
que literalmente está arriscando a vida para salvá-la, simplesmente pede para
que o garçom retire o turbante. A postura denota a submissão dos funcionários
do hotel, como se a dignidade dos funcionários valesse menos que o conforto de
uma dondoca rica e racista. Claro, o garçom conversa com a mulher, mas a
situação é resolvida da pior maneira possível, com o medo e a tensão da
situação sendo usados como desculpa para o racismo.