domingo, 21 de julho de 2019

Crítica – Cavaleiros do Zodíaco: 1ª Temporada


Análise Crítica – Cavaleiros do Zodíaco: 1ª Temporada


Review – Cavaleiros do Zodíaco: 1ª Temporada
Diferente de animes como Dragon Ball Z ou Naruto, Cavaleiros do Zodíaco nunca fez nos Estados Unidos o sucesso que fez aqui no Brasil ou em alguns países da Europa. Essa nova adaptação do mangá de Masami Kurumada claramente mira no país como seu alvo principal, algo evidente pela ocidentalização dos nomes da dublagem em inglês, que troca Saori por Sienna, por exemplo. É um expediente desnecessário, visto que outros animes não precisaram disso para serem abraçados pelo público dos EUA e, felizmente, a dublagem brasileira manteve os nomes originais.

A trama é praticamente a mesma do mangá e do anime original. Jovens órfãos são enviados para lugarea remotos do mundo para treinarem e se tornarem cavaleiros de Athena, a deusa grega da sabedoria. Athena ressuscitou nos dias de hoje como a jovem Saori Kido e os cavaleiros Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun precisam defendê-la das forças do mal.

Os temas principais de sacrifício, altruísmo e amizade continuam sendo centrais na trama. A jornada dos quatro protagonistas é a de justamente deixarem de lado a rivalidade e diferenças filosóficas para conseguirem lutar como uma unidade, com a trama apresentando aos poucos as razões desses personagens irem confiando uns nos outros. A narrativa também já vai plantando elementos que irão justificar os combates que veremos na batalha das 12 casas, a exemplo do breve encontro entre Ikki e Shaka de Virgem. Alguns elementos chave da narrativa, no entanto, acabam carecendo de impacto, como a revelação de que Saori é Athena.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Crítica – Meu Eterno Talvez



Análise Crítica – Meu Eterno Talvez

Review – Meu Eterno Talvez
Não esperava muita coisa deste Meu Eterno Talvez, visto que a maioria dos filmes originais da Netflix tende a ser decepcionante, vide os recentes Megarromântico e Entre Vinhoe Vinagre, mas ele acaba sendo uma fofa comédia romântica que tenta ponderar sobre relacionamentos e os papéis sociais aferidos a homens e mulheres dentro de uma relação.

Sasha (Ali Wong) e Marcus (Randall Park) são amigos desde a infância e acabam se envolvendo romanticamente no final do ensino médio. Eles se afastam depois da morte da mãe de Marcus e da ida de Sasha para a faculdade. Anos mais tarde, Sasha retorna a sua cidade natal para abrir um restaurante e reencontra Marcus. A reunião desperta neles sentimentos que estiveram dormentes em ambos durante o período que passaram afastados.

É uma premissa bem típica de comédia romântica que deixa óbvio desde o início que Sasha e Marcus vão inevitavelmente descobrir que foram feitos um para outro, assim como trocarão aprendizados entre si, com Sasha aprendendo a se reconectar às suas raízes e Marcus aprendendo a ser menos acomodado. Apesar da trama não oferecer nenhuma grande surpresa, o carisma e a química de Ali Wong e Randall Park conseguem nos fazer torcer pelo casal, com ambos construindo personagens adoráveis e com motivações compreensíveis.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Crítica – Citizens of Space


Análise Crítica – Citizens of Space


Review – Citizens of SpaceLançado em 2015 para múltiplas plataformas, o RPG Citizens of Earth surpreendia por sua homenagem aos RPGs da era 16-bit, em especial pelo modo como homenageava jogo cult Earthbound, tanto em sua estética colorida quanto em seu senso de humor excêntrico. Pois agora a desenvolvedora Eden Industries e a publisher Sega literalmente levam a franquia ao espaço neste Citizens of Space, que tem muito do que tornou o primeiro tão bacana, mas também repete muitos de seus erros.

Na trama, a Terra tenta integrar a federação galáctica de planetas, mandando seu embaixador para discursar na assembleia da federação. O problema é que durante o discurso a Terra desaparece por completo e a federação nega a inclusão do planeta na organização visto que o planeta sumiu. Assim, o embaixador precisa reunir cidadãos de toda a galáxia para ajudá-lo a solucionar o sumiço da Terra. A trama tem o mesmo senso de humor excêntrico e absurdo do game anterior e continua a parodiar o universo da política, inclusive com um presidente que é claramente inspirado em Donald Trump.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Crítica – Gotti


Análise Crítica – Gotti


Review – Gotti
Baseado na vida do mafioso John Gotti, este Gotti deveria ser um grande retorno do ator John Travolta ao prestígio que ele um dia teve. Claro, ele esteve na excelente primeira temporada de American Crime Story: O Povo Contra O.J Simpson, mas ali era mais um esforço conjunto do que um produto apoiado em uma única estrela. Além disso, a série foi um ponto fora da curva na filmografia recente de Travolta que tem estrelado um punhado de filmes ruins lançados direto para home video. Eu digo que Gotti deveria ser porque o resultado final claramente deixa Travolta ainda mais longe de recuperar sua reputação.

A trama conta a trajetória de John Gotti (John Travolta) no mundo do crime desde os anos 70 até sua eventual morte em 2002. Ao invés de contar essa história de uma maneira linear, o filme opta por construir sua trama em uma série de flashbacks a partir de uma conversa de Gotti com o filho, Gotti Jr (Spencer Lofranco), na prisão.

Essa escolha de desarrumar a temporalidade é o primeiro grande problema do filme. Ao fazer esse tipo de opção por desarranjo temporal, normalmente se escolhe algum eixo de alguma natureza para costurar tudo, mas aqui não parece haver uma espinha dorsal clara apoiando as escolhas do texto de ir e voltar no tempo. Não há um fio condutor, um conflito central e, dessa maneira, parece que estamos vendo uma colagem de “melhores momentos” do personagem sem qualquer causalidade entre eles.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Rapsódias Revisitadas – Eles Vivem


Análise Crítica - Eles Vivem


Review Crítica - Eles Vivem
Lançado em 1988 e dirigido por John Carpenter, Eles Vivem parece, na superfície um filme B de invasão alienígena. Na verdade, não deixa de ser exatamente isso, mas também apresenta várias camadas de comentário sobre as estruturas que governam o funcionameento da nossa sociedade.

Na trama, um operário (Roddy Piper) encontra um par de óculos escuros que o faz ver a realidade oculta de nosso mundo: a de que somos governados por alienígenas grotescos que querem explorar nosso trabalho e todo o discurso midiático contem uma série de mensagens subliminares feitas para nos manter domesticados e consumindo. O protagonista tenta convencer seu melhor amigo, Frank (Keith David) a usar os óculos, mas Frank resiste a querer enxergar a verdade.

É difícil não olhar as críticas que o filme faz à sociedade capitalista e não pensar na noção de mitologias proposta pelo teórico Roland Barthes. Para Barthes, os discursos midiáticos hegemônicos existem para tornar invisíveis aqueles que controlam os meios de produção e para tornar toda a estrutura de funcionamento da sociedade como algo natural e normal (no sentido de norma mesmo). Ao fazer do capitalismo e suas desigualdades inerentes parecerem uma norma única, esse discurso hegemônico deixa pouco espaço para que os problemas e distorções do modelo capitalista sejam questionados. É basicamente o que acontece nesse filme, no qual as publicidades e jornalismo trazem mensagens subliminares para as pessoas não questionarem a autoridade e para consumirem continuamente.

Conheçam os indicados ao Emmy 2019




A Academia de Artes e Ciências Televisivas divulgou a lista de indicados para a 71º edição do Emmy Awards. Game of Thrones foi a série com o maior número de indicações, totalizando 32, enquanto que o segundo lugar foi para The Marvelous Ms. Maisel com 20. A HBO recuperou a liderança em número total de indicações, ficando com 137, enquanto que a Netflix ficou em segundo lugar com 117.

A cerimônia do Emmy 2019 acontecerá no dia 22 de setembro.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Crítica – London Fields




Em desenvolvimento desde 2013, este London Fields teve uma produção conturbada passando por diretores como David Cronenberg e Michael Winterbottom até chegar a Matthew Cullen, responsável pelo videoclipe California Gurls de Katy Perry. Filmado em 2015, o filme ficou um tempo na gaveta até ser exibido em alguns festivais de cinema em 2018 com uma recepção majoritariamente negativa (merecidamente, por sinal).

A trama, baseada em um romance escrito por Martin Amis na década de 80 (que não li), se passa em Londres em 1999. A cidade está em um momento de convulsão social por motivos que o roteiro não se dá ao trabalho de explicar e nunca tem muito impacto na trama. Um escritor com bloqueio criativo, Samson (Billy Bob Thornton), chega a Londres em busca de uma nova fonte de inspiração e os desejos dele são atendidos quando conhece a misteriosa Nicola (Amber Heard), uma mulher fatal que diz ter tido uma visão da própria morte. Crendo na veracidade da clarividência de Nicola, Samson decide acompanhá-la para escrever sobre ela.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Crítica – Blazing Chrome


Análise Crítica – Blazing Chrome


Review – Blazing Chrome
O primeiro trailer de Blazing Chrome, criado pela desenvolvedora JoyMasher, chamou a atenção pelo quanto parecia com os games das franquias Contra, em especial Contra III, e Metal Slug, tanto no visual quanto no gameplay acelerado. Pois o resultado final é uma competente recriação da experiência desses games, ainda que não traga nenhuma significativa transformação ao gênero.

A trama se passa em um futuro no qual as máquinas dominaram tudo, algo similar a O Exterminador do Futuro. De início existem dois personagens disponíveis, mas outros dois podem ser desbloqueados posteriormente. O jogo apresenta quatro fases que podem ser completadas em qualquer ordem, com um indicador de dificuldade mostrando qual seria a ordem ideal, abrindo mais depois que as quatro primeiras são completadas.

A jogabilidade, que permite um multiplayer local cooperativo para dois jogadores, é exatamente aquilo que se esperava de algo baseado nos antigos jogos de tiro da época 16 bit. Inimigos aparecem por todos os lados, tiros e explosões abundam pela tela e ao final de cada fase há um chefe gigantesco a ser eliminado. Os controles são precisos e o jogo ainda dá a opção de mirar parado segurando um dos botões laterais (R1 no PS4) que ajuda bastante contra os chefes. Além da arma básica, também é possível encontrar outras quatro armas que podem ser trocadas depois que adquiridas, embora esses upgrades sejam perdidos quando o jogador morre.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Crítica – Atentado ao Hotel Taj Mahal


Análise Crítica – Atentado ao Hotel Taj Mahal


Review – Atentado ao Hotel Taj Mahal
Contando uma história real de um violento atentado terrorista, Atentado ao Hotel Taj Mahal tenta se aproximar da intensidade e complexidade de filmes como Voo United 93 (2006) ou Capitão Phillips (2013), mas o resultado acaba sendo superficial e problemático.

A narrativa é centrada nos funcionários do hotel e seus esforços para manter os hóspedes em segurança. A trama se divide entre vários personagens, mas o problema é que não há tempo para que a maioria deles seja satisfatoriamente desenvolvida, fazendo-os soar como sujeitos unidimensionais. Apesar da atitude dos funcionários de fato ser louvável e altruísta, nela também estão imbricadas questões de classe social e colonialismo que o filme não parece se dar conta ou que constrói de maneira pouco satisfatória.

Um exemplo é a cena em que uma das hóspedes acusa o garçom interpretado por Dev Patel de ser terrorista só pelo fato do rapaz ter barba e usar turbante. O chefe da equipe do hotel, ao invés de recriminar a mulher pela atitude racista contra alguém que literalmente está arriscando a vida para salvá-la, simplesmente pede para que o garçom retire o turbante. A postura denota a submissão dos funcionários do hotel, como se a dignidade dos funcionários valesse menos que o conforto de uma dondoca rica e racista. Claro, o garçom conversa com a mulher, mas a situação é resolvida da pior maneira possível, com o medo e a tensão da situação sendo usados como desculpa para o racismo.

terça-feira, 9 de julho de 2019

Crítica – Não Vai Dar


Análise Crítica – Não Vai Dar

Review – Não Vai DarHollywood já fez inúmeras comédias sobre adolescentes tentando perder a virgindade a todo custo. Quase sempre essas histórias são sob o ponto de vista masculino, a exemplo de American Pie (1999), então é sempre curioso para ver como um filme tenta olhar essa questão a partir de um grupo de personagens femininas como acontece neste Não Vai Dar.

A trama é centrada em três amigas, Julie (Kathryn Newton), Kayla (Geraldine Viswanathan) e Sam (Gideon Adlon). No dia da formatura do colegial as três fazem um pacto para perderem a virgindade com seus respectivos pares para o baile de formatura. A troca de mensagens entre as três, no entanto, acaba sendo acidentalmente vista por Lisa (Leslie Mann), a mãe de Julie, que alerta os pais de Kayla e Sam, Mitchell (John Cena) e Hunter (Ike Barinholtz) e os três decidem impedir as filhas.

Pela premissa parece que o filme vai adotar uma postura machista, assumindo a sexualidade feminina como algo que precisa ser controlado e indigno de uma “mulher de respeito”, mas felizmente não é o caso. O humor do filme reside justamente em ridicularizar a atitude dos três pais, mostrando como a conduta deles é anacrônica, estúpida e estão projetando nas filhas seus próprios temores e inseguranças quanto à saída delas de casa.