No papel, essa
nova versão de Hellboy parecia promissora. Uma classificação indicativa
alta permitiria ser mais fiel ao material original, o criador do personagem,
Mike Mignola, estaria mais próximo da produção e, apesar de não ter mais Ron
Perlman como o personagem título, foi encontrado no ator David Harbour (o
Hopper de Stranger Things) um bom substituto. O novo Hellboy tinha
tudo para dar certo, mas infelizmente não dá.
A trama
acompanha Hellboy (David Harbour), um investigador paranornal a serviço de uma
agência que monitora ocorrências sobrenaturais. Quando a antiga feiticeira
Nimue (Milla Jovovich) retorna dos mortos e ameaça liberar demônios no mundo,
cabe a Hellboy e seus aliados deter a ameaça.
O primeiro
problema é que a narrativa constantemente perde o foco em digressões que pouco
acrescentam à trama e existem mais como fanservice
e para plantar futuras continuações do que para construir o arco do
protagonista. Vemos Hellboy enfrentar vampiros, gigantes e a bruxa Baba Yaga
sem que essas ocorrências oferecerem muito desenvolvimento. Além da trama
fragmentada, o arco de Hellboy e sua incerteza em relação a ajudar uma
humanidade que o rejeita é desenvolvido de modo inconsistente.