Ao falar sobre a segunda temporada de She-Ra e as Princesas do Poder mencionei como ela fazia pouco para
avançar a trama principal da série. Pois esta terceira temporada acaba
compensando esse problema, expandindo a mitologia deste universo e avançando o
conflito entre as princesas e a horda.
A trama começa com Adora, Cintilante e Arqueiro indo para o
setor mais desolado de Etéria para tentar encontrar uma peça de tecnologia
antiga que se perdeu na região e pode lhe revelar mais sobre Mara, a She-Ra
anterior, e seu próprio destino como protetora do planeta. Ao mesmo tempo,
Hordak despacha Felina para buscar a mesma tecnologia com a esperança que seja
a peça que falta para que ele consiga abrir um portal para trazer os exércitos
da Horda para Etéria.
Como em temporadas anteriores, a série tem uma clara
preocupação com o desenvolvimento de suas personagens e o desenvolvimento de
motivações compreensíveis para elas. Aqui essa preocupação continua a ser
exercitada e aprofunda nosso entendimento até mesmo de personagens que não
esperaríamos saber muito mais do que já sabemos. O melhor exemplo é Hordak, até
aqui uma figura distante e tratada como “o mal absoluto”, mas esta temporada
mostra uma faceta mais vulnerável do vilão. Alguém que lida com a morte
iminente e também um enorme complexo de inferioridade em relação ao Hordak Prime.
A exposição desse lado até então desconhecido de Hordak, ajuda Felina a se
reaproximar dele, já que ela também é movida por um sentimento de abandono e
inferioridade.