domingo, 8 de setembro de 2019

Crítica – It: Capítulo 2


Análise Crítica – It: Capítulo 2


Review – It: Capítulo 2
Apesar de ter adorado It: A Coisa (2017), confesso que estava apreensivo com essa segunda parte, já que, no livro de Stephen King, o segmento com os personagens com os personagens adultos é bem inferior ao início com os personagens crianças. Este It: Capítulo 2 é, de fato, inferior à primeira parte, mas ao menos consegue funcionar como um desfecho digno e é bem melhor que a péssima segunda parte da versão televisiva da década de noventa.

A trama se passa 27 anos depois do original. Mike (Isaiah Mustafa), o único do Clube dos Otários a permanecer em Derry, se dá conta de que a onda de mortes de Pennywise (Bill Skarsgard) recomeçou. Assim, ele chama os demais amigos para voltarem à cidade e cumprirem o juramento que fizeram de eliminar a criatura de uma vez por todas caso ela voltasse.

O elenco adulto é competente, mas não encanta o mesmo tanto que o elenco jovem do primeiro filme. Parte do problema é inerente à própria situação, afinal ver crianças sendo confrontadas com seus medos é uma situação mais tensa do que acompanhar adultos dotados de certa maturidade e ciência de suas vulnerabilidades emocionais passarem pela mesma situação. Outra razão é que a trama em si não dá muito espaço para desenvolver esses personagens em suas novas situações e vermos o tanto que eles se transformaram. Temos um pequeno vislumbre disso na cena do restaurante chinês, mas depois o filme se reduz a uma corrida contra o tempo para derrotar Pennywise.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Crítica – Ys VIII: Lacrimosa of Dana


Análise Crítica – Ys VIII: Lacrimosa of Dana


Review – Ys VIII: Lacrimosa of Dana
Eu confesso que apesar de ser fã de RPGs japoneses nunca tive muito contato com a franquia Ys. Eu sabia da existência dela já na época do Super Nintendo, mas só fui jogar algum jogo da série anos atrás com Ys Seven para PSP e passei a apreciar a jogabilidade de RPG de ação da franquia. Isso inevitavelmente me levou a este Ys VIII: Lacrimosa of Dana, que não joguei logo que foi lançado, mas eventualmente chegou às minhas mãos.

Como os outros jogos da série, a trama é centrada em um guerreiro de cabelos vermelhos chamado Adol Cristin. O protagonista está em uma viagem de navio quando a embarcação é atacada por uma poderosa criatura marinha que destrói todo o barco. Adol e outros membros da tripulação acordam em uma ilha deserta e aos poucos descobrem que a ilha guarda muitos mistérios, como a presença de criaturas que muitos acreditavam estarem extintas, os Primordials (basicamente dinossauros), e as ruínas de uma antiga civilização. Adol começa a sonhar com essa civilização e com uma sacerdotisa chamada Dana e, assim, Adol precisa desvendar os mistérios da ilha ao mesmo tempo em que precisa encontrar o resto dos sobreviventes e arranjar um meio para sair da ilha.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Jogamos o modo história de Power Rangers Battle For The Grid


Review Power Rangers Battle For The Grid Story Mode

Em nossa crítica sobre Power Rangers Battle For The Grid mencionamos como o jogo tinha potencial, mas faltava polimento e modos de jogo. Pois desde seu lançamento saíram uma série de conteúdos adicionais, a maioria gratuitos, que ajudam o jogo a chegar mais próximo de sue potencial.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Crítica – Amigos Para Sempre


Análise Crítica – Amigos Para Sempre

Review – Amigos Para SempreO filme francês Intocáveis fez muito sucesso ao redor do mundo quando foi lançado em 2011 ao contar a história de um imigrante que começava a trabalhar como cuidador de um homem rico e tetraplégico e acabava construindo uma grande amizade. O sucesso acabou rendendo também alguns remakes, como a péssima versão argentina, Inseparáveis (2017), e este Amigos Para Sempre, versão hollywoodiana que consegue não ser tão desastrosa quanto a argentina, ainda que também nunca consiga justificar a própria existência.

A trama é quase a mesma do original. Dell Scott (Kevin Hart) é um ex-presidiário com dificuldade de reconstruir a vida e vai a uma entrevista de emprego só para mostrar a sua agente de condicional que está procurando trabalho. Na entrevista ele conhece o tetraplégico Philip (Bryan Cranston) e acaba sendo contratado. Aos poucos Dell vai se aproximando de Philip, ensinando a ele que ainda é possível aproveitar a vida, enquanto seu chefe irá lhe ensinar a ser mais responsável.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Lixo Extraordinário – Palhaços Assassinos do Espaço Sideral


Crítica – Palhaços Assassinos do Espaço Sideral


Review – Palhaços Assassinos do Espaço Sideral
Lançado em 1988, Palhaços Assassinos do Espaço Sideral parece, no papel, uma mistura ideal entre terror e humor. Na prática, no entanto, o resultado final carece tanto de criatividade no humor quanto de violência e gore para funcionar como deveria em qualquer uma dessas duas frentes.

Na trama, o casal Mike (Grant Cramer) e Debbie (Suzanne Snyder) está trocando beijos na floresta quando veem um cometa passar no céu. Eles tentam seguir o cometa até o lugar onde ele caiu, mas quando chegam no que deveria ser o ponto de impacto, encontram apenas uma estranha tenda circense. O casal decide entrar na tenda e descobrem se tratar de uma nave espacial habitada por criaturas que se parecem com palhaços. Os palhaços tentam matá-los e eles fogem para a cidade, mas os alienígenas seguem o casal e começam a aterrorizar os habitantes do local.

Como em muitos filmes de terror, os protagonistas se comportam como completos idiotas na maior parte do tempo. Mike e Debbie, por exemplo, entram sem qualquer cerimônia no estranho circo abandonado no meio do mato. Em outro momento dois personagens se recusam a deixar o furgão em que estão mesmo quando um palhaço assassino gigante está correndo na direção deles só pelo motivo do automóvel ser alugado. Porque, claro, pagar o prejuízo seria muito pior que morrer.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Crítica – Turma da Mônica: Laços


Análise Crítica – Turma da Mônica: Laços


Review – Turma da Mônica: Laços
Escrita por Lu e Victor Cafaggi, a graphic novel Turma da Mônica: Laços era uma afetuosa celebração do universo criado por Maurício de Souza e funcionava por aprofundar o que sabíamos sobre esses personagens sem esquecer a essência deles. Esta adaptação para os cinemas se manteve relativamente fiel ao material original, mas isso não significa que não tem sua parcela de problemas.

A trama começa quando Floquinho, o cachorro do Cebolinha (Kevin Vechiatto), desaparece e as crianças da Rua do Limoeiro se unem para ajudar Cebolinha a procurar Floquinho. Assim, Mônica (Giulia Benitte), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira) partem em uma aventura por uma floresta próxima, mas acabam se perdendo, precisando também encontrar o rumo de casa.

A narrativa acerta não só na recriação com atores e cenários do universo concebido por Maurício de Souza e na graphic novel na qual o filme é mais diretamente inspirado como também no olhar mais simples e ingênuo sobre infância que essas histórias sempre tiveram. As crianças da narrativa brincam na rua sem precisar de muita coisa para se divertirem, muitas vezes usando a própria imaginação para conceber suas brincadeiras, sem depender diretamente de tecnologia ou brinquedos caros, valorizando o lúdico e a imaginação.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Crítica – Verão de 84


Análise Crítica – Verão de 84


Review – Verão de 84
Aplicando a conhecida premissa de “eu acho que meu vizinho é um assassino” a uma ambientação oitentista protagonizada por crianças, Verão de 84 funciona como uma mistura de Janela Indiscreta (1954) com Os Goonies (1985) e a nostalgia de Stranger Things. O resultado, no entanto, acaba sendo menor que a soma de suas partes e o que poderia ser uma aventura/suspense jovem se torna algo morno.

A trama acompanha Davey (Graham Verchere), um garoto de férias da escola que começa a suspeitar que o vizinho deles, o solitário policial Mackey (Rich Sommer) possa ser o serial killer que a polícia vem caçando a algum tempo. Ele conta suas suspeitas aos amigos Tommy (Judah Lewis), Woody (Caleb Emery) e Farraday (Cory Gruter-Andrew), unindo todos na investigação ao senhor Mackey. Além do quarteto, há também Nikki (Tiera Skovbyie) a bela garota da casa da frente que costumava ser babá de Davey e por quem o protagonista nutre uma certa paixão.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Rapsódias Revisitadas – Cantando na Chuva


Crítica – Cantando na Chuva


Review – Cantando na Chuva
Não é à toa que Cantando na Chuva seja um dos musicais mais celebrados de todos os tempos. Lançado em 1952, o filme é uma divertida e espetacular celebração de amor, música e do próprio ofício de fazer cinema. Com um elenco no auge de sua forma, é difícil não se deixar encantar por ele.

A trama se passa no final da década de 1920, no período de transição entre o cinema mudo e o cinema falado. O Cantor de Jazz (1927) acabava de ser lançado com um imenso sucesso financeiro ao finalmente apresentar uma projeção de vozes e canto sincrônica com a imagem. Diante do fascínio de público por filmes falados, a produtora de cinema na qual Don (Gene Kelly) e Cosmo (Donald O’Connor) trabalham resolve transformar sua mais recente produção em um filme falado. A companhia enfrenta problemas na transição, em especial pelo fato do par romântico de Don no filme, a atriz Lina Lamont (Jean Hagen), tem uma voz desagradável. A solução é chamar a aspirante a atriz Kathy (Debbie Reynolds) para dublar Lina, mas aos poucos Don vai se apaixonando por Kathy.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Crítica – Bacurau


Análise Crítica – Bacurau


Review – Bacurau
Fiquei um tempo em silêncio sentado na poltrona do cinema enquanto os créditos subiam ao fim de Bacurau, novo filme de Kleber Mendonça Filho, que aqui dirige ao lado de Juliano Dornelles. Os dois longas anteriores de Kleber, O Som ao Redor (2012) e Aquarius (2016) tinham me causado impacto semelhante e, em igual medida, fui deixado sem saber como organizar meu raciocínio para falar do filme ou o que dizer exatamente sobre ele, já que parecia ter coisa demais para eu dar conta em um texto. Ainda assim, tentarei.

A narrativa se passa em um futuro não especificado no qual as coisas pioraram bastante no Brasil. O ponto central da trama é a pequena cidade de Bacurau, que sofre com falta de água depois que o governo represou um rio próximo. Teresa (Barbara Colen) retorna à cidade para o funeral da mãe, dona Carmelita, mas em seu tempo lá coisas estranhas começam a acontecer: drones passeiam pelos céus, carros são baleados e pessoas são mortas sem explicação. Assim, Teresa e outras figuras proeminentes na cidade como Acácio (Thomas Aquino) e a médica Domingas (Sônia Braga) tentam entender o que está acontecendo.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Crítica – Anna: O Perigo Tem Nome


Análise Crítica – Anna: O Perigo Tem Nome


Eu queria muito ter gostado deste Anna: O Perigo Tem Nome. Muita coisa do que o diretor Luc Besson fez durante os anos noventa tem lugar cativo na minha memória cinéfila como Nikita: Criada Para Matar (1990), O Profissional (1994) e O Quinto Elemento (1997), então sempre desejo por vê-lo à frente de bons projetos, mas seus últimos filmes, apesar de carregarem promessa, acabaram sendo bem abaixo dos melhores momentos do realizador. Lucy (2014), apesar do carisma de Scarlett Johansson e da boa direção de Besson foi soterrado pelo peso da própria megalomania e Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (2017) era prejudicado por um roteiro problemático e um casting equivocado de seus protagonistas. Este Anna poderia ter sido um retorno à forma ao trazer em si ecos de Nikita, mas o resultado é algo desconjuntado e anacrônico.

A trama começa na década de oitenta quando a jovem russa Anna (Sasha Luss) é recrutada como assassina pela KGB. Ela vai para Paris disfarçada como modelo e vive uma vida dupla como top model e matadora, eliminando os inimigos da Rússia. As atividades de Anna chamam a atenção do agente da CIA Lenny (Cillian Murphy), que força Anna a colaborar com os EUA. Assim, a espiã fica presa em um perigoso jogo duplo no qual tem que lutar pela própria sobrevivência e liberdade.

Chama a atenção uma certa inconsistência tonal no longa, em especial quando o filme contrapõe o cotidiano de assassina da protagonista com seu trabalho como modelo. Quando Anna está a serviço da KGB, o filme é sério, sisudo e sombrio, com a protagonista sendo mentalmente afetada por toda a violência ao seu redor, mas em seus momentos de modelo é tudo tão histriônico e caricato que parece algo saído da franquia Zoolander. Sim, Besson claramente parece querer parodiar o universo fashion, a questão é que as transições entre a seriedade psicológica e o pastiche são muito abruptas, dando a impressão de dois filmes diferentes e essas duas abordagens mais brigam entre si do que dialogam.

É curioso, no entanto, que ele tente criticar a objetificação promovida pelo mundo da moda ao mesmo tempo em que insista a todo momento em mostrar a nudez de sua protagonista e colocá-la em cenas de sexo (além de um eventual estupro). Soa contraditório reclamar da objetificação de um determinado ramo do entretenimento ao mesmo tempo em que ele próprio a expõe mais do que necessário, já que mesmo quando ficou claro que ela usa o sexo para manipular os homens ao seu redor, Besson continua insistindo em cenas e mais cenas dela tirando a roupa.

Algumas cenas de sexo até descambam para o humor involuntário, como o sexo violento entre Anna e o russo Alex (Luke Evans), que provavelmente foi pensado como algo de uma sensualidade feroz, mas termina como se estivéssemos assistindo ao coito de dois búfalos no cio. Atômica (2017), um filme que claramente remetia aos produtos noventistas de Besson, conseguiu equilibrar melhor sua combinação entre ação e sensualidade.

Outro problema é a insistência do filme em ficar indo e voltando no tempo para tentar criar surpresas e reviravoltas na esperança de convencer o público que esta é uma trama extremamente inteligente quando na verdade repete todos os clichês típicos de tramas de “espião versus espião”. O expediente de ficar “rebobinando” eventos quebra o ritmo da trama, interrompendo constantemente o fluxo e muitas vezes repetindo algumas cenas que já vimos, como se fossemos incapazes de lembrar algo de dez minutos atrás, para tentar mostrar a ação de uma perspectiva diferente e que as coisas não era como pensamos.

Como o filme abusa do recurso, ele se torna previsível e lá pela terceira vez que uma ação é cortada sem se resolver, sabemos que o filme irá eventualmente rebobinar até aquele momento para revelar uma surpresa que acaba sendo facilmente antevista (eu previ a maioria). Desta maneira, a trama não só fica bastante previsível, como também dá a impressão de um ritmo truncado, que resiste em progredir. Se tudo tivesse sido contado em ordem cronológica seria perfeitamente possível manter o suspense sem sacrificar a progressão da trama. Nesse ímpeto de encadear reviravoltas, os personagens acabam reduzidos a meros dispositivos de roteiro e mesmo a protagonista não consegue ir além do lugar comum da assassina que quer se libertar de sua vida de violência.

As cenas de ação exibem bastante violência e são muito bem conduzidas, com Bresson apresentando planos longos e com poucos cortes que conferem fluidez aos combates e as coreografias de luta exploram de maneira criativa as habilidades letais da protagonista, em especial uma luta dentro de um restaurante. Ainda assim, as cenas de ação são poucas e relativamente espaçadas os longo do filme, não sendo o bastante para fazer a experiência ser positiva.

Anna: O Perigo Tem Nome soa como um filme parado no tempo, algo que ficou perdido dentro de uma gaveta de estúdio e só agora foi encontrado e jogado nos cinemas. Apesar de algumas boas cenas de ação, o filme se perde em uma inconsistência tonal, personagens desinteressantes e uma trama que se julga mais esperta do que realmente é.

Nota: 4/10


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