Quando escrevi sobre o pavoroso Mentes Sombrias (2018) e o recente Máquinas Mortais (2019) mencionei como esses filmes demonstravam o
esgotamento da fórmula de universos distópicos autoritários com tramas
infanto-juvenis sobre resistência e independência. Pois a mensagem
aparentemente não chegou na Rússia, já que este Abigail e a Cidade Perdida, co-produção entre Rússia e Estados
Unidos, repete preguiçosamente todos os elementos típicos deste tipo de
história salpicando algumas pitadas de Harry
Potter.
A trama gira em torno da jovem Abigail Foster (Tinatin
Dalakishvili), ela cresceu em uma cidade cercada por uma grande muralha e
governada por um Estado autoritário que justifica seu controle excessivo como a
única maneira de manter uma perigosa doença sob controle e seu pai foi
capturado ainda quando a protagonista era criança sob a acusação de estar
infectado. Logicamente o governo está mentindo e os infectados são, na verdade,
pessoas com poderes especiais. No esforço para descobrir o que aconteceu com o
pai, Abigail se junta à Resistência (porque claro que há uma resistência)
liderada por Bale (Gleb Bochkov) e Stella (Ravshana Kurkova)