Produzido pela Netflix, o documentário Indústria Americana tenta retratar os conflitos causados pela
chegada de uma fábrica chinesa aos Estados Unidos. Poderia render uma boa
discussão sobre capitalismo, globalização e imperialismo, mas o
filme acaba ficando à margem de tudo isso e o resultado é um produto
superficial que parece não entender que a história que está contando é apenas
uma parte de uma questão muito maior.
No filme, uma cidade no interior dos Estados Unidos teve sua
economia dilapidada quando a General Motors fechou uma fábrica no local. A
cidade volta a ter esperança no próprio crescimento quando um bilionário chinês
compra o espaço da antiga fábrica e a reabre como uma fábrica de vidros para
automóveis. A esperança, no entanto, vai se esvaindo conforme os trabalhadores
vão se confrontando com o “estilo gerencial” dos chineses.
Aí começam os problemas do filme. Ele retrata toda a
situação com um foco míope que faz as disputas entre patrões e empregados
parecer algo particular dos chineses, cuja disciplina e foco em produtividade
os faz explorar os trabalhadores ao máximo. Na verdade, essa é uma estratégia
típica do capitalismo globalizado constantemente adotada por países
imperialistas.