segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Crítica – Predadores Assassinos


Análise Crítica – Predadores Assassinos


Review – Predadores Assassinos
Predadores Assassinos é daqueles filmes que parecem fruto de alguma produtora de quinta-categoria e que não tem muita chance de dar certo, resultando em algo mais cômico do que efetivamente assustador. Ainda assim, contra todas as chances, Predadores Assassinos é um suspense razoável, ainda que em muitos momentos abuse da boa-vontade do espectador.

A narrativa é centrada em Haley (Kaya Scodelario), uma nadadora cuja carreira está começando a estagnar. Haley recebe uma ligação da irmã, Beth (Morfydd Clark), avisando que há mais de um dia não consegue falar com o pai delas, Dave (Barry Pepper), e está preocupada porque a cidade em que ele mora está prestes a ser atingida por um forte furacão. Apesar de não falar com o pai há anos, Haley decide voltar à cidade natal, mesmo em meio à tempestade, para descobrir o que aconteceu. Lá ela encontra o pai ferido no subsolo da casa, já parcialmente inundado por conta da tempestade. Dave foi mordido por um imenso jacaré que entrou na propriedade por conta na inundação e agora Haley e Dave estão presos no subsolo com esse predador perigoso.

Conheçam os vencedores do Emmy 2019

Emmy 2019 Winners

A 71ª entrega dos Emmy, premiação máxima da televisão dos Estados Unidos, aconteceu no último domingo, 22 de setembro, e sagrou como grande campeã a série Fleabag, criada e protagonizada pela britânica Phoebe Waller-Bridge, que levou quatro prêmios. A minissérie Chernobyl foi outra grande vencedora, levando três prêmios. Game of Thrones surpreendeu ao levar a estatueta de melhor série drama por sua controversa última temporada, cujo desfecho deixou os fãs divididos, ganhando também o prêmio de ator coadjuvante para Peter Dinklage. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Crítica – Brinquedo Assassino


Análise Crítica – Brinquedo Assassino


Review – Brinquedo Assassino
Não sabia muito o que esperar do novo Brinquedo Assassino. Não morro de amores pelo filme original, ainda que aprecie seu charme em abraçar sem medo o próprio absurdo de sua premissa. Esta nova versão, no entanto, acabou se mostrando desprovida de muita personalidade, falhando em construir um carisma próprio a despeito de seu esforço de atualizar a premissa principal.

Se antes o boneco Chucky era possuído pelo espírito de um serial killer depois de um ritual que dá errado, agora Chucky (voz de Mark Hamill) é um boneco ultra tecnológico dotado de uma inteligência artificial que o faz interagir com diferentes aparelhos. Chucky, no entanto, tem sua IA sabotada na fábrica e programada para ser agressiva, o que obviamente gera problemas que ele chega na casa do garoto Andy (Gabriel Bateman) e sua mãe Karen (Aubrey Plaza).

Tudo bem que a premissa do original era razoavelmente ridícula, mas ele tinha consciência disso e conseguia construir algo bastante singular. Aqui, no entanto, Chucky é só mais uma IA defeituosa igual a tantos outros filmes que apresentavam um antagonista similar. Mark Hamill, que foi a voz do Coringa nas animações e games do Batman durante anos, é perfeitamente capaz de fazer o Chucky soar sinistro, mas sem a ironia e sarcasmo sádico que o personagem tinha antes, o boneco nada mais é que um robô frio cujas frases de efeito são apenas repetições de falas de outros personagens que até podem soar engraçadas quando Chucky diz, mas que não constroem, em si, uma personalidade própria ao boneco.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Crítica – Os Mortos Não Morrem


Análise Crítica – Os Mortos Não Morrem


Review – Os Mortos Não Morrem
Fiquei bem curioso para assistir este Os Mortos Não Morrem. Sou fã do diretor Jim Jarmusch e gosto do modo como ele cria narrativas repletas de personagens pitorescos e com um senso de humor bem singular. Pois o filme acabou sendo mais fraco do que eu esperava e, apesar de ter gostado, imagino que quem não estiver habituado ao cinema do diretor talvez não encontre muito o que apreciar.

A trama se passa em uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos e o filme faz um claro paralelo com a cidade na qual A Noite dos Mortos Vivos (1968), de George Romero, se passava Uma dupla de policiais, Cliff (Bill Murray) e Ronnie (Adam Driver) começam a investigar eventos estranhos ocorrendo na cidade após uma catástrofe ambiental causar uma mudança no eixo de rotação da Terra.

O filme não tem exatamente um único protagonista e transita, ao longo da narrativa, por várias figuras insólitas que habitam ou estão de passagem pela cidade. Do hermitão vivido por Tom Waits, que serve como narrador, passando pelo vendedor obcecado com filmes de terror e zumbis interpretado por Caleb Landry Jones, a esquisita agente funerária escocesa de Tilda Swinton ou a hipster vivida por Selena Gomez. Todos esses personagens ajudam a injetar humor e estranheza na trama, mesmo quando a narrativa não tem um direcionamento muito claro.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Crítica – O Bar da Luva Dourada

Análise Crítica – O Bar da Luva Dourada


Review – O Bar da Luva Dourada
Assistir O Bar da Luva Dourada, filme mais recente do diretor Fatih Akin (de Em Pedaços), me fez ser grato pelo cinema não conseguir transmitir cheiros. O filme transita por espaços tão decadentes, dilapidados e degradados, apresentando situações tão asquerosas que se pudéssemos sentir o odor de tudo que assistimos certamente teríamos que deixar o cinema no meio da projeção por conta das náuseas que o filme causaria. Não que as imagens em si não sejam incômodas, pelo contrário, se estou aqui ponderando sobre o possível odor é justamente pelo talento de Akin em transmitir todo esse asco através das imagens.

A narrativa, baseada em fatos reais, conta a história de Fritz Honka (Jonas Dassler), assassino em série que aterrorizou a parte pobre da cidade de Hamburgo na Alemanha dos anos 70. Fatih Akin acompanha a trajetória de Honka de maneira bastante crua, algo evidente já na longa sequência de abertura que mostra o protagonista matando, despindo e então serrando a cabeça de uma de suas vítimas.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Crítica – How To Get Away With Murder: 5ª Temporada


Análise Crítica – How To Get Away With Murder: 5ª Temporada


Review – How To Get Away With Murder: 5ª Temporada
Quando escrevi sobre a quarta temporada de How To Get Away With Murder, mencionei como o quarto ano conseguia recolocar a série nos trilhos ao apontar novos rumos e novos conflitos para os personagens. Pois este quinto ano não aprendeu nada com o ano anterior e volta a repetir os padrões desonestos da fraca terceira temporada, além de se limitar a reciclar conflitos de anos anteriores ao invés de mover esses personagens para frente, resultando no pior ano da série até agora. O texto a seguir contem SPOILERS da temporada.

A narrativa continua no ponto em que a temporada anterior parou, com Annalise (Viola Davis) entrando para uma firma de advocacia para empreender seu processo contra o governo estadual por maus tratos contra detentos. Ao mesmo tempo, novos problemas parecem surgir no horizonte com a chegada de Gabriel Maddox (Rome Flynn), que Frank (Charlie Weber) acredita ser o filho de Annalise que todos acreditavam estar morto. Como de costume há também flashfowards no fim e no início do episódio que dão a entender que Bonnie (Liza Weil) matará um personagem importante.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Crítica – Amor em Obras




Produção original da Netflix, Amor em Obras é daqueles filmes que funcionam como um passatempo ainda que não tenha nada de memorável ou particularmente singular ao ponto de se tornar uma experiência recomendável. É para ser visto em um dia chuvoso, quando não há nada para fazer e você já assistiu alternativas melhores.

A narrativa é protagonizada por Gabriela (Christina Milian) uma ambiciosa garota nova-iorquina que, depois de uma decepção amorosa, acaba entrando em um concurso para ganhar uma pousada no interior da Nova Zelândia. Ela vence o concurso, mas ao chegar no local, descobre que a propriedade está em péssimo estado. Com recursos financeiros limitados, ela acaba aceitando uma sociedade com o construtor Jake (Adam Demos) e, logicamente, os dois vão se apaixonando conforme a reforma se desenvolve.

É um enredo que lembra bastante Um Dia a Casa Cai (1986), também sobre um casal que tenta reformar uma casa dilapidada, e outros filmes sobre personagens que se afastam da cidade para buscar uma vida simples no interior ao reformar uma velha propriedade, como em Sob o Sol da Toscana (2003) ou Um Bom Ano (2005). Em resumo, não há nada aqui que já não tenhamos visto antes.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Crítica – O Mal Não Espera a Noite: Midsommar


Análise Crítica – O Mal Não Espera a Noite: Midsommar


Review – O Mal Não Espera a Noite: Midsommar
Filmes de terror se passam majoritariamente à noite e com pouca iluminação. Provavelmente porque as sombras geram espaços cujo conteúdo é desconhecido e o desconhecido, o não compreendido, o “outro”, é sempre algo assustador. No entanto, sempre me perguntei se alguém faria um filme de terror que se passasse integralmente em dias claros e ensolarados. Pois o diretor Ari Aster, responsável pelo tenebroso Hereditário (2018), resolveu atender minha curiosidade com este O Mal Não Espera a Noite: Midsommar, que nos confronta com um horror essencial da existência humana: a constatação da futilidade da existência e da inevitabilidade da dor.

A trama é centrada em Dani (Florence Pugh), que está passando por um momento difícil depois da morte da irmã e dos pais. O luto da personagem é agravado pelo fato do namorado de Dani, Cristian (Jack Reynor), se recusa a dar qualquer suporte emocional, ao invés disso planeja uma viagem à Suécia com amigos. A viagem é para a pequena vila na qual Pelle (Vilhelm Blomgrem), amigo de Cristian, nasceu e que é toda baseada em um culto à natureza que todo ano faz um festival para comemorar o solstício de verão. Dani, Cristian, Pelle e mais alguns amigos chegam à vila e começam a tomar parte nas celebrações, mas aos poucos vão descobrir as práticas brutais daquela pequena comunidade.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Crítica – Indústria Americana


Análise Crítica – Indústria Americana


Review – Indústria Americana
Produzido pela Netflix, o documentário Indústria Americana tenta retratar os conflitos causados pela chegada de uma fábrica chinesa aos Estados Unidos. Poderia render uma boa discussão sobre capitalismo, globalização e imperialismo, mas o filme acaba ficando à margem de tudo isso e o resultado é um produto superficial que parece não entender que a história que está contando é apenas uma parte de uma questão muito maior.

No filme, uma cidade no interior dos Estados Unidos teve sua economia dilapidada quando a General Motors fechou uma fábrica no local. A cidade volta a ter esperança no próprio crescimento quando um bilionário chinês compra o espaço da antiga fábrica e a reabre como uma fábrica de vidros para automóveis. A esperança, no entanto, vai se esvaindo conforme os trabalhadores vão se confrontando com o “estilo gerencial” dos chineses.

Aí começam os problemas do filme. Ele retrata toda a situação com um foco míope que faz as disputas entre patrões e empregados parecer algo particular dos chineses, cuja disciplina e foco em produtividade os faz explorar os trabalhadores ao máximo. Na verdade, essa é uma estratégia típica do capitalismo globalizado constantemente adotada por países imperialistas.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Crítica – Abigail e a Cidade Proibida


Resenha Crítica – Abigail e a Cidade Proibida


Review – Abigail e a Cidade Proibida
Quando escrevi sobre o pavoroso Mentes Sombrias (2018) e o recente Máquinas Mortais (2019) mencionei como esses filmes demonstravam o esgotamento da fórmula de universos distópicos autoritários com tramas infanto-juvenis sobre resistência e independência. Pois a mensagem aparentemente não chegou na Rússia, já que este Abigail e a Cidade Perdida, co-produção entre Rússia e Estados Unidos, repete preguiçosamente todos os elementos típicos deste tipo de história salpicando algumas pitadas de Harry Potter.

A trama gira em torno da jovem Abigail Foster (Tinatin Dalakishvili), ela cresceu em uma cidade cercada por uma grande muralha e governada por um Estado autoritário que justifica seu controle excessivo como a única maneira de manter uma perigosa doença sob controle e seu pai foi capturado ainda quando a protagonista era criança sob a acusação de estar infectado. Logicamente o governo está mentindo e os infectados são, na verdade, pessoas com poderes especiais. No esforço para descobrir o que aconteceu com o pai, Abigail se junta à Resistência (porque claro que há uma resistência) liderada por Bale (Gleb Bochkov) e Stella (Ravshana Kurkova)