A produção francesa Encontros
é daqueles filmes que não reinventam a roda, nem tem nada a dizer que já não
tenhamos ouvido antes, mas ainda assim é carismático o bastante para render uma
boa sessão. A trama acompanha paralelamente dois personagens: Remy (François
Civil) e Mélanie (Ana Girardot). Remy está prestes a ser demitido porque o
galpão em que trabalha irá se tornar completamente automatizado, seus colegas
já estão ficando sem emprego, mas ele tem uma chance de manter empregado em
outra função e sofre com a ansiedade da mudança e também com a solidão de sua
vida. Mélanie trabalha com pesquisa biomédica e também passa por ansiedade no
trabalho, além da solidão que experimenta em seu apartamento. Os dois não
sabem, mas moram em prédios vizinhos e tem muito em comum um com o outro.
A narrativa trata da solidão experimentada por quem vive em
grandes metrópoles como Paris, assim como o preconceito que muitas pessoas tem
em procurar terapia e os benefícios para a saúde mental que se pode obter a
partir desse tipo de tratamento. Na verdade, em muitos momentos, parece um
grande vídeo educativo para instruir a audiência sobre os benefícios da
terapia. Há também um comentário sobre redes sociais e o paradoxo no qual elas
operam, facilitando nossa conexão com centenas de pessoas, mas ainda assim não
conseguindo aplacar nossa solidão, muitas vezes nos fazendo sentir ainda mais
sozinhos.