Coringa foi uma
aposta arriscada. Em meio a uma tentativa trôpega de emplacar um universo
cinematográfico compartilhado, a Warner decide fazer um filme de origem sobre
seu principal vilão completamente divorciado de seu projeto de universo
compartilhado e voltado para o público adulto. Parecia ser uma tentativa de
chamar atenção ou tentar se manter relevante ao se diferenciar da principal
concorrência, mas mostra que eles entenderam algo que a Fox já tinha
demonstrado entender com Logan (2017)
e que a Disney/Marvel parece ainda não ter entendido: filmes baseados em
quadrinhos tem potencial de ser muito mais do que meramente passatempos ou
aventuras adolescentes. Que há um potencial expressivo e artístico enorme nesse
material e não é necessário se limitar a blockbusters
de ação.
A trama de Coringa
se passa no início da década de 80 e é centrada
em Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), um homem com problemas mentais que vive com
a mãe em um pequeno apartamento e tenta se tornar comediante de stand-up. Para sobreviver Arthur faz
bicos de palhaço, mas as ruas de Gotham são um lugar hostil e mesmo alguém
pacato como Arthur é constantemente vítima de violência e maus tratos.