A realidade às
vezes pode ser mais estranha que a ficção e as histórias sobre a produção de
determinados filmes podem ser tão ou mais interessantes que os filmes em si.
Tim Burton mostrou isso em Ed Wood ao biografar o “pior diretor do
mundo”, James Franco reforçou isso ao contar a história da realização do infame
The Room em O Artista do Desastre e este Meu Nome é Dolemite faz
isso por Rudy Ray Moore e seus filmes de blaxploitation.
Rudy (Eddie
Murphy) é um homem de meia idade que tentou vencer no ramo do entretenimento,
mas não conseguiu encontrar sucesso nem como músico nem como comediante de stand-up.
Sua sorte muda quando ele decide gravar as rimas que ouve nas ruas sobre um
personagem chamado Dolemite e resolve se apresentar com essa persona cômica que
fala através de rimas sobre proezas físicas e sexuais.
O percurso do
protagonista toca em temas como o da representatividade, da importância das
pessoas em se verem representadas nas telas e não se sentirem invisíveis. Trata
também das disputas discursivas entre a cultura popular e a cultura hegemônica,
com a cultura popular constantemente sendo rebaixada pela elite por ser
considerada vulgar ou pobre por não se adequar a padrões pré-determinados de
“bom gosto”.