Dirigido pelo sul-coreano Bong Joon-ho, responsável por
filmes com Expresso do Amanhã (2014)
e Okja (2017), este Parasita é um daqueles filmes que
consegue te pegar de surpresa toda vez que achamos que estamos compreendendo o
que está acontecendo. Essas reviravoltas fazem o filme transitar entre
diferentes gêneros e resulta em uma alegoria social que impacta pelo modo como
nos guia a desdobramentos inesperados.
Na trama, a família do patriarca Ki-taek (Kang-ho Sung) se
encontra toda desempregada. Para sobreviver eles recorrem a pequenos bicos como
fazer caixas de pizza e outras atividades de baixa renda. A sorte deles muda
quando Min (Seo-joon Park), colega de escola de Ki-woo (Woo-sik Choi), filho de
Ki-taek, oferece seu emprego a Ki-woo. O trabalho em questão é dar aulas
particulares de inglês para Da-hye Park (Ji-so Jung), a filha adolescente de um
rico empresário do ramo de tecnologia. Chegando na casa da família, Ki-woo se
torna fascinado com o estilo de vida abastado dos Park e começa a fazer planos
de inserir os demais parentes em outros empregos para a família.
Dizer mais seria estragar a experiência de quem vai
assistir, mas o que começa como um drama social logo dá lugar ao suspense e
posteriormente a uma absurda farsa. Seriam gêneros difíceis de transitar de
maneira orgânica, mas Bong Joon-ho consegue caminhar com segurança entre a
seriedade e o farsesco. A história é, em essência, sobre relações de classe
social e a maneira com a qual ricos e pobres enxergam um ao outro.