quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Crítica - As Panteras


Análise Crítica - As Panteras


Review - As Panteras
Eu sinceramente não sabia o que esperar desta nova versão de As Panteras. A escolha por Elizabeth Banks como diretora e o trio principal pareciam promissores. Por outro lado, os trailers pareciam levar toda a trama de investigação e espionagem um pouco a sério demais ao invés de abraçar o espírito de aventura descompromissada e exagero da versão de 2000 estrelada por Cameron Diaz, Lucy Liu e Drew Barrymore (As Panteras Detonando, no entanto, é um horror).

Na trama, a equipe formada por Sabina (Kristen Stewart) e Jane (Ella Balinska) precisa proteger a engenheira Elena (Naomi Scott) depois que ela delata uma falha mortal no novo dispositivo de energia criado por sua empresa. Com a vida de Elena em perigo e o dispositivo, que pode gerar cargas elétricas capazes de matar pessoas próximas ao seu pulso de energia, tendo sido roubado, as três precisam se unir para descobrir quem está por trás da ameaça, tendo também a ajuda da chefe Bosley (Elizabeth Banks).

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Crítica – Ford vs Ferrari


Análise Crítica – Ford vs Ferrari


Review – Ford vs Ferrari
Apesar do título, Ford vs Ferrari é menos focado nas duas empresas e mais na amizade de seus dois protagonistas. É uma decisão esperta, já que eles são os mais interessantes da trama e a questão da duas empresas acaba servindo como mero pano de fundo para o percurso dos dois.

A trama, baseada em uma história real, é centrada em Carroll Shelby (Matt Damon), o primeiro estadunidense a vencer as 24 Horas de Le Mans, uma das mais difíceis do automobilismo. Depois da prova, ele se aposenta de pilotar por conta de um problema no coração e se torna vendedor de carros esportivos, iniciando também sua equipe de automobilismo tendo como principal piloto o genioso Ken Miles (Christian Bale). Carroll é procurado pelo executivo Lee Iacocca (Jon Bernthal) da montadora Ford, Lee quer que Carroll inicie uma equipe para a Ford para poder ganhar as 24 Horas de Le Mans e desafiar a supremacia da italiana Ferrari, que venceu a prova por cinco anos seguidos.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Crítica – Parasita


Análise Crítica – Parasita


Review – Parasita
Dirigido pelo sul-coreano Bong Joon-ho, responsável por filmes com Expresso do Amanhã (2014) e Okja (2017), este Parasita é um daqueles filmes que consegue te pegar de surpresa toda vez que achamos que estamos compreendendo o que está acontecendo. Essas reviravoltas fazem o filme transitar entre diferentes gêneros e resulta em uma alegoria social que impacta pelo modo como nos guia a desdobramentos inesperados.

Na trama, a família do patriarca Ki-taek (Kang-ho Sung) se encontra toda desempregada. Para sobreviver eles recorrem a pequenos bicos como fazer caixas de pizza e outras atividades de baixa renda. A sorte deles muda quando Min (Seo-joon Park), colega de escola de Ki-woo (Woo-sik Choi), filho de Ki-taek, oferece seu emprego a Ki-woo. O trabalho em questão é dar aulas particulares de inglês para Da-hye Park (Ji-so Jung), a filha adolescente de um rico empresário do ramo de tecnologia. Chegando na casa da família, Ki-woo se torna fascinado com o estilo de vida abastado dos Park e começa a fazer planos de inserir os demais parentes em outros empregos para a família.

Dizer mais seria estragar a experiência de quem vai assistir, mas o que começa como um drama social logo dá lugar ao suspense e posteriormente a uma absurda farsa. Seriam gêneros difíceis de transitar de maneira orgânica, mas Bong Joon-ho consegue caminhar com segurança entre a seriedade e o farsesco. A história é, em essência, sobre relações de classe social e a maneira com a qual ricos e pobres enxergam um ao outro.

domingo, 10 de novembro de 2019

Crítica – Doutor Sono


Análise Crítica – Doutor Sono


Review – Doutor Sono
Eu não fiquei muito empolgado quando este Doutor Sono, adaptação do romance de Stephen King que continua a história de Danny Torrance de O Iluminado, foi anunciado. Os trailers focavam mais em fazer referência a adaptação para cinema de O Iluminado (1980), de Stanley Kubrick, do que tentar delinear uma identidade própria e parecia mais um produto hollywoodiano planejado e formatado para explorar a nostalgia do espectador. O resultado final, porém, acaba sendo menos tributário ao filme de Kubrick do que eu esperava.

A trama se passa décadas depois dos eventos de O Iluminado. Danny Torrance (Ewan McGregor) agora é um alcoólatra em recuperação e trabalha como enfermeiro em uma clínica que atende pacientes terminais. Ele usa suas habilidades de “iluminado” para trazer conforto aos pacientes em seus últimos momentos e acaba sendo apelidado de “doutor sono”. Ao mesmo tempo, Danny começa a ter contato com outra garota iluminada, Abra Stone (Kyliegh Curran), e os poderes crescentes da garota chamam a atenção de um grupo de pessoas que vive de devorar as almas de iluminados. O grupo é liderado pela poderosa Rose (Rebecca Ferguson) e Danny precisa correr para manter Abra segura.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Crítica – Dora e a Cidade Perdida


Análise Crítica – Dora e a Cidade Perdida


Resenha – Dora e a Cidade Perdida
A animação Dora a Exploradora é famosa por seu caráter lúdico e educativo voltado a crianças pequenas. Por conta disso, foi recebida com estranhamento a notícia de que a animação seria adaptada para o cinema em live action, com uma versão mais velha da protagonista e uma trama mais aventuresca e próxima de algo como Indiana Jones. Afinal, uma personagem voltada para um público ainda na infância conseguiria atrair um público adolescente? Tendo assistido Dora e a Cidade Perdida, a impressão é que o filme não sabe o que quer ser nem com que público quer se comunicar.

A trama mostra Dora (Isabela Moner) já adolescente e tendo que finalmente ir para a escola enquanto seus pais embarcam numa expedição para encontrar uma antiga cidade inca que, segundo lendas, estaria repleta de ouro. Depois de algum tempo, Dora perde o contato com os pais e acaba sendo sequestrada da por um grupo de mercenários que estavam rastreando os pais de Dora e queriam roubar o tesouro da cidade. Agora na selva, Dora e seus amigos precisam encontrar os pais da protagonista e alcançar a cidade perdida antes dos vilões.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Rapsódias Revisitadas – Macunaíma


Crítica – Macunaíma


Review – Macunaíma
Lançado em 1969 e dirigido por Joaquim Pedro de Andrade a partir do romance homônimo de Mário de Andrade, Macunaíma foi o filme mais lucrativo do movimento do Cinema Novo brasileiro. Provavelmente o sucesso se deu pela estrutura cômica anárquica que remetia às chanchadas de décadas anteriores como Carnaval Atlântida (1952), o que provavelmente tornava mais acessível toda a trama carregada de simbolismos.

A narrativa acompanha as desventuras de Macunaíma (Grande Otelo), que nasce já adulto de uma mãe idosa. Macunaíma vive em um constante estado de preguiça e nunca faz nada por conta própria, sempre tirando vantagem dos outros. Um dia a floresta em que mora fica inundada e Macunaíma e seus irmãos vão morar na cidade. No trajeto o protagonista se banha em águas misteriosas e passa a ser branco (sendo interpretado por Paulo José) e continua a viver na cidade tentando levar vantagem em cima dos outros.

Chamado de “herói sem caráter” o arco dramático do protagonista é de fato estruturado como uma típica jornada de herói, com o chamado à aventura, um artefato de grande poder a ser coletado e o retorno ao lar. O que torna a trama tão singular e reflexiva dos processos de construção identitária brasileiras é sua abordagem satírica a todo esse percurso. Macunaíma é um “herói” brasileiro porque ele se dá bem sem precisar fazer nada e tirando vantagem em cima dos outros, demonstrando como o individualismo e esse senso de esperteza, de querer passar por cima das pessoas ao redor, é algo endêmico do brasileiro.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Crítica – Between Two Ferns: O Filme


Análise Crítica – Between Two Ferns: The Movie


Review – Between Two Ferns: The MovieA graça da websérie Between Two Ferns (algo como Entre Duas Samambaias em português, uma referência ao cenário do programa, gravado entre duas samambaias) é o modo como ela brinca com clichês de talk shows de celebridades. No programa, o ator Zach Galifianakis conduz entrevistas da pior maneira possível, sendo propositalmente rude e inconveniente com seus convidados, que estão cientes da brincadeira, diga-se passagem. Toda a bizarrice do programa é feita para mostrar a artificialidade dessas conversas aparentemente espontâneas de talk shows. Assim, ao transformar a série em um longa com Between Two Ferns: O Filme parecia lógica a opção por fazer tudo como se fosse um falso documentário de bastidores para mostrar também a artificialidade do cinema.

Na trama, depois que um vazamento destrói o estúdio no qual Zach (interpretando a si mesmo) gravava o programa, ele é obrigado a pegar a estrada para gravar seu programa diretamente na casa das celebridades para conseguir cumprir o número de programas estabelecido por contrato com o produtor Will Ferrell (também interpretando a si mesmo).

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Crítica – Link Perdido


Análise Crítica – Link Perdido


Review Crítica – Link Perdido
Feito pelo mesmo estúdio responsável por animações como Coraline e o Mundo Secreto (2009), este Link Perdido tem a mesma qualidade técnica do estúdio Laika, mas a trama em si carece um pouco de impacto para conseguir encantar como os outros trabalhos da produtora.

A trama se passa no século XIX e é centrada no explorador Sir Lionel Frost (voz de Hugh Jackman) um cavalheiro britânico que quer a qualquer custo obter reconhecimento de seus pares. Para isso, empreende expedições para descobrir locais e monstros míticos, mas nunca consegue provas que corroborem suas investigações. A sorte dele muda quando recebe uma carta contando a localização do mítico Pé Grande, fazendo Lionel partir para os Estados Unidos para encontrar a criatura, que acaba chamando de Sr. Link (voz de Zach Galifianakis).

A trama é carregada de um senso de humor irônico com um timing certeiro para cada piada. Um exemplo é quando um dos vilões, o Lorde Piggot-Dunceby (voz de Stephen Fry), diz que precisa deter Lionel para proteger a imagem do homem civilizado, mas que irá contratar um assassino profissional para detê-lo. Ou seja, para proteger a civilização, irá recorrer ao comportamento menos civilizado possível. A trama é cheia desses diálogos bem humorados que revelam as hipocrisias de uma elite que se acha superior, mas na verdade é estúpida e truculenta.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Crítica – O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

Análise Crítica – O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio


Review – O Exterminador do Futuro: Destino SombrioO Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991) ainda é, para mim, um dos melhores filmes de ação já feitos, cuja história amarrava muito bem os arcos narrativos daquela trama e do anterior. Era um filme que não requisitava mais continuações, que dizia tudo que precisava ser dito sobre aqueles personagens e aquele universo, mas ainda assim Hollywood vem insistindo há quase vinte anos em fazer continuações, com o resultado sendo sempre abaixo dos dois primeiros filmes. Este O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio até consegue ser melhor que as últimas continuações (um patamar baixo a superar, é verdade), embora siga parecendo uma pálida reprodução dos dois primeiros.

Na trama, a guerreira Grace (Mackenzie Davis) vem do futuro para proteger a jovem mexicana Dani (Natalia Reyes) que está sendo perseguida pelo exterminador Rev-9 (Gabriel Luna). Durante a fuga do exterminador, as duas são salvas por Sarah Connor (Linda Hamilton), que passou os últimos anos caçando exterminadores enviados ao passado. Reunido, o trio precisa lidar com a nova ameaça.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Crítica – Meu Nome é Dolemite


Análise Crítica – Meu Nome é Dolemite


Review – Meu Nome é Dolemite
A realidade às vezes pode ser mais estranha que a ficção e as histórias sobre a produção de determinados filmes podem ser tão ou mais interessantes que os filmes em si. Tim Burton mostrou isso em Ed Wood ao biografar o “pior diretor do mundo”, James Franco reforçou isso ao contar a história da realização do infame The Room em O Artista do Desastre e este Meu Nome é Dolemite faz isso por Rudy Ray Moore e seus filmes de blaxploitation.

Rudy (Eddie Murphy) é um homem de meia idade que tentou vencer no ramo do entretenimento, mas não conseguiu encontrar sucesso nem como músico nem como comediante de stand-up. Sua sorte muda quando ele decide gravar as rimas que ouve nas ruas sobre um personagem chamado Dolemite e resolve se apresentar com essa persona cômica que fala através de rimas sobre proezas físicas e sexuais.

O percurso do protagonista toca em temas como o da representatividade, da importância das pessoas em se verem representadas nas telas e não se sentirem invisíveis. Trata também das disputas discursivas entre a cultura popular e a cultura hegemônica, com a cultura popular constantemente sendo rebaixada pela elite por ser considerada vulgar ou pobre por não se adequar a padrões pré-determinados de “bom gosto”.