A série Carcereiros chega
em um momento em que a ficção seriada brasileira finalmente parece ter
aprendido a reconfigurar os gêneros narrativos hollywoodianos e dar a eles uma
personalidade própria que soe genuína no contexto brasileiro. Vemos isso em
produtos como Sob Pressão (tanto o
filme quanto a série) ou na recente Segunda
Chamada. Já este Carcereiros: O Filme,
longa inspirado na série, sacrifica essa identidade e a verossimilhança em
relação ao contexto brasileiro para tentar produzir um suspense com mais cara
de algo hollywoodiano em uma narrativa que lembra Assalto à 13ª DP (1976), de John Carpenter, divergindo do tom mais
“pé no chão” da série.
Na trama, o carcereiro Adriano (Rodrigo Lombardi) é chamado
para trabalhar em sua noite de folga quando a Polícia Federal avisa que sua
prisão irá receber temporariamente um novo detento: o terrorista islâmico Abdel
Moussa (Kaysar Dadour) que se escondia no Brasil. Abdel deve passar uma noite
no presídio antes de ser levado pela Interpol para ser julgado por explodir uma
escola, mas a presença dele causa inquietação entre os detentos, alguns deles
jurando o terrorista de morte. O inesperado, no entanto, acontece quando um
grupo armado invade a prisão em busca de um prisioneiro específico.