Eu constantemente falo aqui como um dos problemas de se
fazer cinema de gênero no Brasil é que muitas vezes os realizadores
simplesmente tentam aplicar as formas e estruturas hollywoodianas típicas
desses gêneros sem tentar entender como esses formatos se adequam ou não à
realidade brasileira. O Caseiro (2016)
tentava reproduzir a fórmula de um terror de “casa mal assombrada” sem muito
que pudesse diferenciar do que é comumente feito nos EUA. Nesse sentido, este O Juízo era bem promissor ao pegar essa
premissa e tentar contar uma história mais calcada em elementos da realidade
história brasileiras.
Na trama, Augusto (Felipe Camargo) se muda com a esposa,
Teresa (Carol Castro), e o filho adolescente, Marinho (Joaquim Torres
Waddington), para a dilapidada propriedade rural da família no interior.
Augusto está endividado e propriedade é a única coisa que lhe resta e sua única
oportunidade de se reerguer. Chegando lá, Augusto e seu filho começam a receber
a visita de um homem estranho (Criolo) que chega oferecendo a oportunidade de
encontrar diamantes nas terras do local.