Eu adoro o primeiro Frozen (2013) e o modo como ele se
apropriava de uma típica estrutura narrativa de filmes de princesa da Disney e
virava boa parte dos elementos conhecidos de ponta à cabeça. Era um filme que
resolvia muito bem todas as suas tramas, mas fez rios de dinheiro e era
inevitável que a casa do Mickey resolvesse fazer uma continuação. O temor é que
este Frozen 2 não tivesse nada a
dizer sobre esse universo e personagens, mas consegue encontrar ideias
interessantes, ainda que tenha problemas de ritmo.
Na trama, Elsa começa a ouvir um
estranho chamado da floresta e lembra de uma história que seus pais contaram
sobre uma floresta mística na qual espíritos elementais perigosos foram
selados. Ao interagir com a estranha canção da floresta, Elsa liberta os
espíritos dos elementos e, com isso, coloca o todo o reino de Arendelle em
risco. Agora ela, Anna, Kristoff, Olaf e Sven precisam viajar até a floresta
mística para desvendar seus mistérios.
A narrativa tem o mesmo problema
de Valente (2012) no sentido de que
demora a encontrar o que quer fazer com seus personagens e quais ideias quer
transmitir. A primeira meia hora é uma sucessão de diálogos expositivos e gags cômicas que, embora divertidas,
fazem pouco para avançar a narrativa ou desenvolver os personagens. Se
ocorresse algum problema na projeção antes de chegar na metade e a sessão
tivesse que ser encerrada, eu sequer seria capaz de identificar sobre o que é o
filme ou qual o arco narrativo desses personagens.