Com todo final de ano que chega,
faz parte fazer um balanço de tudo que passou, incluindo dos filmes assistidos.
O ano de 2019 nos brindou com muita coisa boa, mas também muita coisa ruim.
Essa lista é justamente sobre isso, refletir sobre o que 2019 teve de pior. A
nossa lista leva em conta os filmes que foram lançados comercialmente no Brasil
neste ano. Confiram abaixo as piores e mais dolorosas experiências audiovisuais
que tivemos esse ano.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2020
Reflexões Boêmias: Piores Filmes de 2019
Labels:
Reflexões Boêmias

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019
Crítica – Dois Papas
Dirigido pelo brasileiro Fernando
Meirelles e produzido pela Netflix, este Dois
Papas é mais um daqueles filmes que visa premiações e que tenta passar uma
mensagem sobre a necessidade de nos abrirmos para o diálogo, mesmo com aqueles
que pensam diferente de nós. O longa não diz nada que outros filmes com a mesma
temática já tenham dito, mas ao menos consegue dar nuance suficiente aos seus
personagens para conseguir funcionar.
A trama é baseada na história
real dos dois últimos Papas da igreja católica, o Papa Bento XVI/ Joseph
Ratzinger (Anthony Hopkins) e o atual Papa Francisco/ Jorge Bergoglio (Jonathan
Pryce). Eles tinham posicionamentos opostos em relação a como guiar a igreja,
mas ao longo de seu papado Bento percebe que não foi capaz de resolver os
problemas internos da instituição que Bergoglio tanto apontava. A narrativa se
desenvolve a partir dos diálogos dos dois e da tentativa de Bento em convencer
Bergoglio a não se aposentar, pois pensa que ele pode ser o próximo Papa.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019
Crítica – Pokémon Sword e Shield
Eu joguei muito Pokémon bem na
época que virou febre no início dos anos 2000. Devo ter jogado Pokémon Red/Blue/Yellow do início ao fim
uma meia dúzia de vezes e o mesmo para Pokémon
Gold/Silver/Crystal e mais algumas para Pokémon
Fire Red/ Leaf Green, remakes dos primeiros jogos para Game Boy Advance,
além de ter jogado os dois Pokémon
Stadium para Nintendo 64. Meu interesse pelos monstrinhos meio que parou
por aí e eu nem tive ânimo para jogar Pokémon
Ruby/Sapphire até o fim (sim, eu sei que ele saiu antes de Fire Red) e depois não voltei mais para
a franquia. Voltei a me interessar com a notícia de que estes Pokémon Sword e Shield sairiam exclusivamente para o Nintendo Switch, o principal
console da Nintendo. Longe das limitações dos pequenos portáteis como o 3DS,
talvez houvesse potencial para algo com um escopo mais amplo e, de certa forma
é exatamente o que acontece.
Como em outros games da franquia,
a narrativa é praticamente a mesma. O jogador controla um garoto que deseja se
tornar o campeão de sua região, escolhe entre três pokémons iniciais diferentes
e depois corre o mundo para coletar insígnias dos diferentes ginásios da
região. É básico, é verdade, embora tenham alguns outros elementos como o
mistério envolvendo a forma de energia chamada de Dynamax, mas não sai muito o
traçado da franquia e não tem problema, ninguém realmente joga Pokémon pela
história.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
Crítica – The Witcher: 1ª Temporada

A trama é centrada em Geralt de
Rívia (Henry Cavill). Geralt é um bruxo, um caçador de monstros que passou por
uma série de mutações criadas artificialmente para ampliar suas capacidades
físicas e ser capaz de enfrentar toda a sorte de criaturas sobrenaturais. O
destino de Geralt muda quando ele conhece a maga Yennefer de Vengerberg (Anya
Chalotra) e quando é prometido a tutela da jovem princesa Ciri (Freya Allan),
uma garota dotada de poderes misteriosos que despertam a atenção de muitas
pessoas perigosas.
A série é bem fiel ao universo
cinzento dos livros, no qual bem e mal não existem de maneira absoluta e um ser
humano comum pode ser mais vil que qualquer criatura sobrenatural. Geralt
caminha por esse universo seguindo um código moral próprio, se recusando a
matar monstros que não fazem mal a ninguém e preferindo curar ou restaurar
criaturas amaldiçoadas a destruí-las. Nesse sentido Geralt é praticamente um
protagonista de narrativas noir, um
sujeito duro e cínico que tenta sobreviver e preservar a honra em um ambiente
de pouca clareza moral.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019
Crítica – Star Wars: A Ascensão Skywalker
Depois da recepção dividida de Os Últimos Jedi (2017) e da apatia com o
qual Han Solo (2018) foi recebido, a
impressão é que a Disney fez este Star
Wars: A Ascensão Skywalker para dar exatamente o que fãs queriam na
esperança de que isso agradasse e tornasse o filme melhor. O resultado, no
entanto, é praticamente o inverso, um filme com cara de fanfic mal elaborada que desfaz ou ignora muito do que os dois
anteriores fizeram apenas para fazer um fanservice
desesperado por medo do fandom. Medo, como Yoda disse uma vez, é o caminho
para o lado sombrio.
Na trama, o Imperador Palpatine
(Ian McDiarmid) aparentemente retornou e posa uma ameaça para toda galáxia com
uma poderosa frota estelar. Palpatine propõe uma aliança com Kylo Ren (Adam
Driver), mas para isso Ren deve matar Rey (Daisy Ridley) a última remanescente
da Ordem Jedi. Para deter os planos do Imperador a Resistência precisa primeiro
descobrir como chegar ao planeta ancestral dos Sith, com Rey, Poe (Oscar Isaac)
e Finn (John Boyega) empreendendo uma caçada desesperada por pistas que possam
dar indicações do local.
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Aventura,
Crítica,
Ficção Científica,
Star Wars

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019
Crítica – Watchmen (Parte 3 de 3)
No texto anterior sobre Watchmen falei como a série explora a
questão da história e memória racial dos negros nos Estados Unidos associado à
iconografia dos super-heróis. Nessa terceira e última parte vou mostrar como a
série adentra ainda mais nesses temas em seus três últimos episódios revelando,
inclusive, como a ideia de super-heróis pode estar associada a ideias de
soberania nacional ou racial.
Peles e máscaras
O sétimo episódio explora ainda
mais o passado de Angela Abar (Regina King), mostrando a infância da personagem
no Vietnã e como ela se tornou órfã. É curioso que se a origem de Will remetia
à do Superman, aqui a origem de Angela está próxima do Batman, com ela vendo os
pais serem assassinados em um crime violento. O passado de Angela nos permite
compreender como ela foi impelida ao vigilantismo por uma série de fatores e
também o peso que a representatividade tem na vida da personagem.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
Crítica – Watchmen (Parte 2 de 3)
No texto anterior mencionei como Watchmen começava já deixando claro os
temas que seriam centrais para sua narrativa e parecia usar um massacre étnico
real ocorrido nos Estados Unidos para falar do racismo institucional no país,
tentando fazer algumas relações entre isso e a iconografia dos super-heróis. Na
primeira parte analisei como, apesar das qualidades, os primeiros episódios não
deixavam muito claro exatamente até onde a série queria levar esses temas, mas,
conforme a temporada foi se desenvolvendo, se tornou possível ter um melhor
vislumbre do caminho que a narrativa queria seguir. Assim como na primeira
parte, aviso que o texto pode conter SPOILERS.
Através do espelho
É no quinto episódio que a série
começa realmente a decolar e a mostrar até onde deseja levar a complexidade de
seus temas. Até então o mistério principal de quem era Will Reeves (Louis
Gossett Jr), qual o motivo dele ter matado o chefe de polícia Judd (Don
Johnson) ou quem exatamente era a Sétima Kavalaria vinha sendo cozinhada em
banho maria enquanto a trama focava em desenvolver seus personagens e o
universo ao redor deles. As coisas começam a mudar no quinto capítulo, centrado
em Wade/ Lookin Glass (Tim Blake Nelson).

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019
Crítica – Watchmen (Parte 1 de 3)
Fiquei curioso quando a HBO
anunciou que faria uma série de Watchmen
e que ela seria escrita por Damon Lindelof, uma das mentes responsáveis por Lost. Sempre achei que o material dos
quadrinhos, criado por Alan Moore e Dave Gibbons se prestava mais a uma
adaptação como série do que como filme, ainda que eu ache que Watchmen: O Filme (2008), de Zack
Snyder, tenha feito um trabalho razoavelmente bom.
Meu interesse, no entanto,
diminuiu quando descobri que a série não seria uma adaptação direta, mas uma
continuação. Watchmen não parecia o
tipo de produto que necessitaria de continuação e os quadrinhos basicamente
diziam tudo que precisavam dizer para expor sua visão sobre a ideia dos
super-heróis. As tentativas da DC em trazer de volta esse universo nos
quadrinhos só comprovaram minha impressão, já que todo o material ficou aquém
da obra de Moore. Ainda assim, resolvi assistir a série por pura curiosidade e
o que encontrei me deixou de queixo caído.
É maravilhoso quando um produto
audiovisual não é nada daquilo que você espera e o resultado é muito melhor do
que você poderia imaginar. Foi exatamente isso que Watchmen, a série, fez comigo. Quando eu achava que não havia nada
mais a ser dito sobre a questão dos super-heróis e nossa cultura, sociedade ou
política, a série puxou o tapete sob os meus pés e me mostrou que sim, havia
muito a ser dito e ponderado sobre essas questões, criando algo perfeitamente digno
do legado da obra de Alan Moore. Na verdade, tenho tanto a dizer sobre a série
que decidi dividir minha crítica em três partes, sendo essa a primeira. Aviso
que a partir desse ponto podem haver SPOILERS sobre a série.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Crítica – Esquadrão 6
Nos primeiros dez minutos de Esquadrão 6, novo filme da Netflix
dirigido por Michael Bay, seriamente pensei em parar de assistir. Iniciando com
uma sequência de ação filmada como uma câmera chacoalhante, uma montagem que
corta a cada dois segundos e lens flares
(reflexos de luz na lente da câmera) pipocando por todos os cantos do quadro, a
produção mais parecia um desconfortável exame de epilepsia do que um filme
propriamente dito. Tendo perseverado e assistido até o fim, devo dizer que me
arrependi bastante de não desistido nos primeiros dez minutos.
A trama segue um esquadrão
secreto criado por Um (Ryan Reynolds), um bilionário que resolveu criar um
grupo de operações ilegais para derrubar os “vilões do mundo”. A missão que
acompanhamos envolve derrubar Rovach (Lior Raz), ditador de um país do Oriente
Médio, e impedi-lo de por as mãos em toneladas de armas químicas.
Os personagens são tão genéricos
quanto os números que os nomeiam, seguindo clichês tipo o soldado traumatizado,
a espiã fria, o criminoso arrependido e outros elementos que já cansamos de
ver. Nesse sentido de nada adianta um elenco de atores carismáticos como Ryan
Reynolds, Melanie Laurent ou Corey Hawkins se os personagens e mesmo o
desenvolvimento da camaradagem entre eles soa forçado e não merecido.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019
Crítica – A Batalha das Correntes
O lançamento deste A Batalha das Correntes no cinema é um
daqueles casos que me deixa confuso quanto ao processo de decisão de algumas
distribuidoras brasileiras. Filmes celebrados, sucesso de público e crítica,
vencedores de prêmios muitas vezes chegam diretamente em home video (um dos
casos mais recentes foi Ex Machina),
enquanto grandes fracassos ignorados (merecidamente) por múltiplas instâncias
de recepção ocupam espaço precioso nas telas de cinema do Brasil.
A Batalha das Correntes se encaixa no segundo caso. Pronto para ser
lançado em 2017, o filme entrou num limbo de distribuição (como aconteceu com Amigos Para Sempre) depois que o
escândalo envolvendo o produtor Harvey Weinstein tomou as manchetes. Dois anos
depois, o filme, que tinha sido pensado para concorrer em festivais e
premiações, foi finalmente lançado e a recepção foi de pura apatia. Que um
filme que tenha demorado tanto para sair e tenha tido uma recepção tão morna
(merecidamente) seja lançado nos cinemas ao invés de serviços de streaming ou coisa assim não tem
justificativa. Principalmente quando produtos muito melhores sequer tem chance
de chegar a uma sala de cinema.

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