quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Crítica – Ameaça Profunda


Análise Crítica – Ameaça Profunda


Review – Ameaça Profunda
Na mesma semana que estreia Kursk: A Última Missão também chega aos cinemas outro filme sobre pessoas presas em uma instalação submarina neste Ameaça Profunda. Não que eles vão competir diretamente por público, já que o primeiro é um drama baseado em uma história real e o segundo é uma ficção de terror, mas não deixa de ser curioso que dois filmes com ambientação parecida estreiem no mesmo dia.

A trama é centrada em Norah (Kristen Stewart), uma engenheira mecânica que fica presa em uma instalação submarina de perfuração em um dos pontos mais profundos do oceano. Depois que um aparente terremoto destrói parte do complexo, ela e mais alguns sobreviventes precisam achar alguma maneira de escapar.

O início tenta criar algum suspense acerca do que está acontecendo, mas como alguns letreiros durante os créditos iniciais já falam que criaturas estranhas estavam sendo avistadas ao redor da instalação, então fica óbvio desde o início que eles não estão diante de um desastre natural, mas de algum horror abissal saído das profundezas. A falta de qualquer construção de atmosfera e tensão é um problema que acompanha o filme em sua integralidade, já que ao invés de ir trabalhando o suspense o filme opta pelo choque fácil de jogar a esmo sustos surpresa na tela.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Crítica – Adoráveis Mulheres

Análise Crítica – Adoráveis Mulheres


Review – Adoráveis Mulheres
Eu não estava lá muito empolgado por essa nova versão de Adoráveis Mulheres. A versão de 1994 protagonizada por Winona Ryder continua a se sustentar muito bem hoje e a única coisa que dava a impressão de que não seria um produto caça-níqueis era a presença de Greta Gerwig, responsável pelo ótimo Lady Bird (2018), como diretora e roteirista do longa.

A trama acompanha a saga da família March durante a Guerra de Secessão dos Estados Unidos. A filha mais velha, Jo (Saiorse Ronan), serve como a narradora da história contando os percalços dela, de suas irmãs e da mãe depois que o pai vai servir na guerra. Nesta versão Gerwig opta por desenvolver a trama de maneira não linear, o que inicialmente parece um mero floreio feito para diferenciar esta versão das demais, mas conforme o filme avança consegue justificar o seu uso.

Considerando que é uma adaptação de uma obra literária que já recebeu várias adaptações em filme e série, logicamente há pouco a ser dito aqui que outras versões já não tenham dito sobre esta história, mas é tudo tão bem conduzido que é difícil não se deixar envolver mais uma vez pelas March.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Crítica – Kursk: A Última Missão


Análise Crítica – Kursk: A Última Missão


Review – Kursk: A Última Missão
Kursk: A Última Missão é um daqueles filmes sobre tragédias reais feito para levar o público às lágrimas que sempre chega aos cinemas ao menos uma vez por ano. É tão quadrado e preso aos lugares-comuns desse tipo de produção que chega ser uma surpresa ver o nome de alguém como Thomas Vinterberg na cadeira de diretor.

A trama é centrada em Mikhail (Matthias Schoenarts), um dos oficiais a bordo do submarino nuclear Kursk. Quando um exercício de treinamento dá errado e um torpedo explode dentro do submarino, cabe a Mikhail liderar os sobreviventes enquanto esperam o resgate. Enquanto isso, Tanya (Lea Seydux), esposa de Mikhail, tenta conseguir informações com as autoridades russas, que teimam em não admitir que não estão devidamente equipados para o resgate.

A narrativa segue a estrutura padrão desse tipo de filme, com um começo que mostra esses personagens como maridos e pais de família (um deles é recém-casado, inclusive) na esperança que isso seja suficiente para angariar simpatia do público, já que o texto nunca se esforça para dar personalidades discerníveis a cada um deles ou mesmo ao próprio Mikhail, figura central da trama, mostrado apenas como um pai de família, como se isso bastasse em termos de construção de personagem.

Vencedores do Globo de Ouro 2020



A 77ª Premiação do Globo de Ouro aconteceu ontem, 05 de janeiro, apresentada pelo comediante Ricky Gervais. Celebrando produções do cinema e da televisão a premiação trouxe algumas surpresas como as vitórias de Taron Egerton por Rocketman e de Awkwafina por The Farewell. No cinema, o maior vencedor foi Era Uma Vez em...Hollywood, de Quentin Tarantino, levando três prêmios enquanto que Coringa e 1917 ficaram empatados com dois Globos cada. Nas séries, Fleabag, Sucession e Chernobyl ficaram com dois prêmios cada um. Confiram abaixo a lista completa de indicados com os vencedores destacados em negrito.

MELHOR FILME DE DRAMA

1917 (Vencedor)


MELHOR FILME DE MUSICAL OU COMÉDIA

JoJo Rabbit


MELHOR ATRIZ EM FILME DE DRAMA

Cynthia Erivo - Harriet
Scarlett Johansson - História de um Casamento
Saoirse Ronan - Adoráveis Mulheres
Charlize Theron - O Escândalo
Renée Zellweger - Judy (Vencedor)


MELHOR ATOR EM FILME DE DRAMA

Christian Bale - Ford vs Ferrari
Antonio Banderas - Dor e Glória
Joaquin Phoenix - Coringa (Vencedor)
Jonathan Pryce - Dois Papas


MELHOR ATRIZ EM FILME MUSICAL OU COMÉDIA

Awkwafina - The Farewell (Vencedor)
Ana de Armas - Entre Facas e Segredos
Cate Blanchett - Cadê Você, Bernadette?
Beanie Feldstein - Fora de Série
Emma Thompson - Late Night


MELHOR ATOR EM FILME MUSICAL OU COMÉDIA

Daniel Craig - Entre Facas e Segredos
Roman Griffin Davis - Jojo Rabbit
Leonardo DiCaprio - Era Uma Vez em... Hollywood
Taron Egerton - Rocketman (Vencedor)
Eddie Murphy - Meu Nome é Dolemite


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Kathy Bates - Richard Jewell
Annette Bening - The Report
Laura Dern - História de um Casamento (Vencedor)
Jennifer Lopez - As Golpistas
Margot Robbie - O Escândalo


MELHOR ATOR COADJUVANTE

Tom Hanks - Um Lindo Dia na Vizinhança
Anthony Hopkins - Dois Papas
Al Pacino - O Irlandês
Joe Pesci - O Irlandês
Brad Pitt - Era Uma Vez em...Hollywood (Vencedor)


MELHOR DIREÇÃO

Bong Joon-ho - Parasita
Sam Mendes - 1917 (Vencedor)
Todd Phillips - Coringa
Martin Scorsese - O Irlandês
Quentin Tarantino - Era Uma Vez em... Hollywood


MELHOR ROTEIRO

Noah Baumbach - História de um Casamento
Bong Joon-ho e Han Jin-won - Parasita
Anthony McCarten - Dois Papas
Quentin Tarantino - Era uma Vez em... Hollywood (Vencedor)
Steven Zaillian - O Irlandês


MELHOR FILME ANIMADO

O Rei Leão
Link Perdido (Vencedor)
Toy Story 4


MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

The Farewell
Os Miseráveis
Parasita (Vencedor)
Retrato de Uma Jovem em Chamas


MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL

Adoráveis Mulheres
Coringa (Vencedor)
1917
Brooklyn - Sem Pai Nem Mãe


MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

"Beautiful Ghosts" (Cats)
"I'm Gonna Love Me Again" (Rocketman(Vencedor)
"Into the Unknown" (Frozen 2)
"Spirit" (O Rei Leão)
"Stand Up" (Harriet)


MELHOR SÉRIE DE DRAMA

Big Little Lies - (HBO)
The Crown - (Netflix)
Killing Eve - (BBC America)
The Morning Show - (Apple TV Plus)
Succession - (HBO) (Vencedor)


MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL

Barry - (HBO)
Fleabag - (Prime Video) (Vencedor)
The Kominsky Method - (Netflix)
The Marvelous Mrs. Maisel - (Prime Video)
The Politician - (Netflix)


MELHOR MINISSÉRIE OU FILME PARA TV

Catch 22
Chernobyl (Vencedor)
Fosse/Verdon
The Loudest Voice


MELHOR ATRIZ EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV

Michelle Williams - Fosse/Verdon (Vencedor)
Helen Mirren - Catherine the Great
Merritt Wever - Inacreditável
Kaitlyn Dever - Inacreditável
Joey King - The Act


MELHOR ATOR EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV

Christopher Abbott - Catch-22
Sacha Baron Cohen - The Spy
Russell Crowe - The Loudest Voice (Vencedor)
Jared Harris - Chernobyl
Sam Rockwell - Fosse/Verdon


MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE DRAMA

Jennifer Aniston - The Morning Show
Olivia Colman - The Crown (Vencedor)
Jodie Comer - Killing Eve
Nicole Kidman - Big Little Lies
Reese Witherspoon - The Morning Show


MELHOR ATOR EM SÉRIE DE DRAMA

Brian Cox - Succession (Vencedor)
Kit Harington - Game of Thrones
Rami Malek - Mr. Robot
Tobias Menzies - The Crown
Billy Porter - Pose


MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL

Christina Applegate - Dead to Me
Rachel Brosnahan - The Marvelous Mrs. Maisel
Kirsten Dunst - On Becoming a God in Central Florida
Natasha Lyonne - Russian Doll
Phoebe Waller-Bridge - Fleabag (Vencedor)


MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL

Michael Douglas - The Kominsky Method
Bill Hader - Barry
Ben Platt - The Politician
Paul Rudd - Living with Yourself
Ramy Youssef - Ramy (Vencedor)


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV

Patricia Arquette - The Act (Vencedor)
Helena Bonham Carter - The Crown
Toni Collette - Inacreditável
Meryl Streep - Big Little Lies
Emily Watson - Chernobyl


MELHOR ATOR COADJUVANTE EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV

Alan Arkin - O Método Kominsky
Kieran Culkin - Succession
Andrew Scott - Fleabag
Stellan Skarsgård - Chernobyl (Vencedor)
Henry Winkler - Barry

sábado, 4 de janeiro de 2020

Crítica – Perdidos no Espaço: 2ª Temporada


Análise Crítica – Perdidos no Espaço: 2ª Temporada


Review – Perdidos no Espaço: 2ª Temporada
Quando escrevi sobre a primeira temporada de Perdidos no Espaço mencionei como a série criava um envolvente universo de ficção-científica no qual a inteligência, conhecimento e engenhosidade dos personagens eram as principais armas que tinham para resolver problemas. Essa segunda temporada segue desenvolvendo os pontos fortes de sua estreia, mas também reproduz alguns de seus problemas.

O segundo ano termina no momento em que o primeiro encerrou, com a família Robinson sendo transportada a um ponto desconhecido do espaço. Encontramos John (Toby Stephens), Maureen (Molly Parker) e os demais vivendo em uma pequena ilha de um planeta tomado por água. Sem recursos, a família começa a se acostumar à rotina do lugar, mas Maureen sabem que a vida ali não é sustentável a longo prazo e traça um plano arriscado para conseguir energizar a nave e deixar o planeta.

Tal como na primeira temporada o universo em si é o principal obstáculo e ameaça aos personagens. Viajando por planetas alienígenas que não são adaptados à vida humana, os Robinsons tem sua capacidade de sobrevivência testada a todo momento e precisam combinar os conhecimentos de cada um de maneiras engenhosas para se manterem vivos. É uma série que nos lembra da importância da ciência, de como a inteligência humana tornou nossa vida, tal como a conhecemos, possível e o quão longe nossa espécie pode chegar se for capaz de cooperar e produzir conhecimento. Uma mensagem importante e necessária em tempos de obscurantismo e negação da ciência como vivemos hoje.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Reflexões Boêmias - Melhores filmes de 2019


Reflexões Boêmias - Melhores filmes de 2019


Com 2019 acabando, é inevitável fazer um balanço do que passou e ponderar sobre os filmes que assistimos. Anteriormente listamos nossos piores filmes do ano, agora falaremos sobre aqueles que consideramos os melhores. A lista leva em conta os filmes que tiveram lançamento comercial no Brasil em 2019.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Reflexões Boêmias: Piores Filmes de 2019


Filmes ruins de 2019


Com todo final de ano que chega, faz parte fazer um balanço de tudo que passou, incluindo dos filmes assistidos. O ano de 2019 nos brindou com muita coisa boa, mas também muita coisa ruim. Essa lista é justamente sobre isso, refletir sobre o que 2019 teve de pior. A nossa lista leva em conta os filmes que foram lançados comercialmente no Brasil neste ano. Confiram abaixo as piores e mais dolorosas experiências audiovisuais que tivemos esse ano.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Crítica – Dois Papas


Análise Crítica – Dois Papas


Review – Dois Papas
Dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles e produzido pela Netflix, este Dois Papas é mais um daqueles filmes que visa premiações e que tenta passar uma mensagem sobre a necessidade de nos abrirmos para o diálogo, mesmo com aqueles que pensam diferente de nós. O longa não diz nada que outros filmes com a mesma temática já tenham dito, mas ao menos consegue dar nuance suficiente aos seus personagens para conseguir funcionar.

A trama é baseada na história real dos dois últimos Papas da igreja católica, o Papa Bento XVI/ Joseph Ratzinger (Anthony Hopkins) e o atual Papa Francisco/ Jorge Bergoglio (Jonathan Pryce). Eles tinham posicionamentos opostos em relação a como guiar a igreja, mas ao longo de seu papado Bento percebe que não foi capaz de resolver os problemas internos da instituição que Bergoglio tanto apontava. A narrativa se desenvolve a partir dos diálogos dos dois e da tentativa de Bento em convencer Bergoglio a não se aposentar, pois pensa que ele pode ser o próximo Papa.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Crítica – Pokémon Sword e Shield


Análise Crítica – Pokémon Sword e Shield


Review – Pokémon Sword and Shield
Eu joguei muito Pokémon bem na época que virou febre no início dos anos 2000. Devo ter jogado Pokémon Red/Blue/Yellow do início ao fim uma meia dúzia de vezes e o mesmo para Pokémon Gold/Silver/Crystal e mais algumas para Pokémon Fire Red/ Leaf Green, remakes dos primeiros jogos para Game Boy Advance, além de ter jogado os dois Pokémon Stadium para Nintendo 64. Meu interesse pelos monstrinhos meio que parou por aí e eu nem tive ânimo para jogar Pokémon Ruby/Sapphire até o fim (sim, eu sei que ele saiu antes de Fire Red) e depois não voltei mais para a franquia. Voltei a me interessar com a notícia de que estes Pokémon Sword e Shield sairiam exclusivamente para o Nintendo Switch, o principal console da Nintendo. Longe das limitações dos pequenos portáteis como o 3DS, talvez houvesse potencial para algo com um escopo mais amplo e, de certa forma é exatamente o que acontece.

Como em outros games da franquia, a narrativa é praticamente a mesma. O jogador controla um garoto que deseja se tornar o campeão de sua região, escolhe entre três pokémons iniciais diferentes e depois corre o mundo para coletar insígnias dos diferentes ginásios da região. É básico, é verdade, embora tenham alguns outros elementos como o mistério envolvendo a forma de energia chamada de Dynamax, mas não sai muito o traçado da franquia e não tem problema, ninguém realmente joga Pokémon pela história.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Crítica – The Witcher: 1ª Temporada


Análise Crítica – The Witcher: 1ª Temporada


Review – The Witcher: 1ª TemporadaApesar de ter se tornado famoso nos games, o universo de The Witcher nasceu na literatura pelas mãos do autor Andrzej Sapkowski. É importante lembrar isso porque essa série produzida pela Netflix é baseada nos livros, que tem algumas diferenças em relação aos games.

A trama é centrada em Geralt de Rívia (Henry Cavill). Geralt é um bruxo, um caçador de monstros que passou por uma série de mutações criadas artificialmente para ampliar suas capacidades físicas e ser capaz de enfrentar toda a sorte de criaturas sobrenaturais. O destino de Geralt muda quando ele conhece a maga Yennefer de Vengerberg (Anya Chalotra) e quando é prometido a tutela da jovem princesa Ciri (Freya Allan), uma garota dotada de poderes misteriosos que despertam a atenção de muitas pessoas perigosas.

A série é bem fiel ao universo cinzento dos livros, no qual bem e mal não existem de maneira absoluta e um ser humano comum pode ser mais vil que qualquer criatura sobrenatural. Geralt caminha por esse universo seguindo um código moral próprio, se recusando a matar monstros que não fazem mal a ninguém e preferindo curar ou restaurar criaturas amaldiçoadas a destruí-las. Nesse sentido Geralt é praticamente um protagonista de narrativas noir, um sujeito duro e cínico que tenta sobreviver e preservar a honra em um ambiente de pouca clareza moral.