Há quarenta anos Hollywood tenta
levar o musical da Broadway Cats para
os cinemas. Agora que uma adaptação finalmente chegou aos cinemas entendemos o
porque da demora. Dirigido pelo mesmo Tom Hooper que quase conseguiu estragar Os Miseráveis (2013), essa adaptação de Cats já estava sendo execrada desde
antes do lançamento por conta do visual bizarro dos gatos humanoides e é fácil
bater no filme por conta disso (eu mesmo o farei nos próximos parágrafos), mas
mesmo ignorado todo o aspecto estranho e sinistro da computação gráfica (o que
é bem difícil, por sinal) que envolve os atores, o que sobra é um musical sem
ritmo e sem impacto, que gera mais vergonha do que encantamento.
Na trama, os gatos Jellicles
fazem sua reunião anual para decidir quem será enviado para uma vida melhor. A
gata Victoria (Francesca Hayward) conhece o bando e se junta aos demais gatos.
É esse mínimo fiapo de trama que vai situar os números musicais do filme, no
qual cada número é praticamente a apresentação de um dos gatos. Essa falta de
qualquer coisa que malmente representa um arco narrativo já estava presente no
musical de teatro, é verdade, mas no teatro isso causa menos incômodo já que
essa sucessão de atrações sem muita trama já existia em antigas formas
teatrais, como o vaudeville.