Já em seu letreiro inicial o
terror A Possessão de Mary abre com
um poema do século XVIII sobre os perigos do mar. Ao evocar o folclore marítimo
e dos Estados Unidos de séculos atrás, é difícil não pensar nos trabalhos de
Robert Eggers, que trabalhou esses temas nos ótimos A Bruxa (2016) e no recente O Farol (2020). A Possessão de Mary,
no entanto, sequer consegue chegar perto do efeito dos filmes de Eggers e cria
uma trama de possessão sem personalidade.
Na trama, o pescador David (Gary
Oldman) decide deixar de trabalhar para os outros e comprar um barco para si.
Em um leilão David se vê fascinado por um velho barco que foi encontrado
abandonado e decide comprá-lo para transformar a embarcação em um veículo
turístico. Para testar o navio, David decide fazer uma viagem até as Bahamas
acompanhado da esposa, Sarah (Emily Mortimer), das duas filhas, do namorado da
filha mais velha e do marinheiro Mike (Manuel Garcia-Rulfo). Aos poucos, coisas estranhas começam a acontecer.