Quando falamos em Adam Sandler,
logo vêm à mente as péssimas comédias que ele faz. No entanto, ao longo de sua
carreira, Sandler demonstrou que pode entregar ótimas interpretações quando
trabalha com bons diretores a exemplo de sua colaboração com Paul Thomas
Anderson em Embriagado de Amor (2002)
ou com Noah Baumbach em Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe (2017). Dirigido pelos irmãos Safdie, responsáveis
pelo excelente Bom Comportamento
(2017), este Joias Brutas é mais um
caso de Sandler colaborando com diretores competentes e entregando uma boa
interpretação.
Na trama, Sandler é Howard, um
dono de joalheria no distrito dos diamantes de Nova Iorque. Howard sempre tem
um esquema para tentar faturar alto, mas está atolado em dívidas por conta de
seu vício em apostas. Com cobradores violentos em seu encalço para que pague o
que deve, Howard corre contra o tempo para vender uma rara opala multicolorida
e assim levantar o dinheiro que precisa.
A impressão de alguém correndo
contra o tempo é construída pelo modo como os Safdie filmam, com a câmera em
constante movimento enquanto acompanha Howard, raramente ficando parada e mesmo
quando fica a montagem fica incumbida de dar esse senso de velocidade. Com isso
fica a impressão de que Howard sempre tem algum lugar para ir e algum problema
para resolver ou do qual fugir. Como um tubarão, o protagonista está sempre se
deslocando para algum lugar em busca de uma presa mais valiosa e ficar parado pode significar sua destruição.