O Framboesa de Ouro, premiação que celebra os piores filmes do ano, tinha planejado fazer sua primeira cerimônia ao vivo em 2020, mas a pandemia do coronavírus levou ao cancelamento desses planos e os vencedores foram anunciados via internet. Como era de se imaginar, o musical Cats foi o grande vencedor levando seis Framboesas, incluindo o de pior filme e pior diretor, colocando Tom Hooper no seleto grupo de pessoas que ganharam um Oscar e um Framboesa, como Halle Berry e Sandra Bullock. Além de Cats, há de se destacar a vitória de John Travolta como pior ator e Eddie Murphy vencendo o prêmio de redenção por Meu Nome é Dolemite. Confiram abaixo a lista completa de indicados com os vencedores destacados em negrito.
terça-feira, 24 de março de 2020
Conheçam os vencedores do Framboesa de Ouro 2020
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Notícias
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 23 de março de 2020
Crítica – O Preço do Talento
Escrito pelo ator Shia Labeouf a
partir de suas próprias experiências com o pai, este O Preço do Talento é uma história quase que autobiográfica sobre um
astro mirim preso em uma complicada (e por vezes abusiva) relação com o pai.
Dirigido pela israelense Alma Har’el, em seu primeiro longa de ficção, o filme
surpreende pelo cuidado e complexidade com o qual trata esse relacionamento
entre pai e filho.
Na trama, Otis (Lucas Hedges) é
um ator problemático, com vícios em drogas e bebidas, que é levado para
reabilitação depois de um acidente de carro. Como parte de sua terapia, Otis
começa a escrever sobre os motivos que levaram a seus vícios e então fala de
sua juventude ao lado do pai, James (Shia Labeouf). O arco imita, de certa
forma, a própria vida de Labeouf, que escreveu O Preço do Talento quando estava na reabilitação.
Como um astro-mirim, Otis (Noah
Jupe) conta com a constante presença do pai nos sets de filmagem e passa a
maior parte do tempo com ele. Jupe é ótimo em construir a vulnerabilidade de
Otis, que percebe que as ações de James não são compatíveis com o que se espera
de um bom pai, mas ainda assim não é capaz de dizer como se sente ou mesmo de
confrontar os erros e irresponsabilidades do pai.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 19 de março de 2020
Rapsódias Revisitadas – O Sétimo Selo
Famoso pela imagem do cavaleiro
que joga xadrez com a Morte, O Sétimo
Selo, do sueco Ingmar Bergman, é uma ponderação sobre a existência humana,
nossos medos, anseios, nossa relação com o divino e nossa busca por um
propósito no mundo. É uma trama que consegue ser densa, mas, ao mesmo tempo,
oferece momentos de leveza suficientes para que tudo não se torne insuportável.
A trama se passa durante o
período em que a Peste Negra se espalhava pela Europa medieval e a Igreja
controlava as populações pelo medo de ir para o inferno. O cavaleiro Antonius
Block (Max Von Sydow) está retornando para casa depois das cruzadas e durante a
viagem recebe a visita da Morte (Bengt Ekerot). Block propõe um desafio à
Morte, eles irão disputar uma partida de xadrez e, caso vença, a morte o
deixará em paz. Assim, Block segue em sua viagem para casa, sendo
recorrentemente visitado pela Morte para que continuem sua partida.
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Drama,
Rapsódias Revisitadas
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terça-feira, 17 de março de 2020
Crítica - Mega Man X Legacy Collection 2
Eu cresci sendo fã dos games do Mega Man desde seus primeiros
jogos em 8 bits, conhecendo o personagem pela primeira vez em Mega Man 3. A geração seguinte de
consoles apresentou uma nova versão do personagem em Mega Man X, que se passava em um futuro ainda mais distante e
trazia novos elementos de jogabilidade. Passei a gostar mais da série X do que
a principal e joguei tudo que saiu do personagem no Super Nintendo e
Playstation, pulei Mega Man X7 e só
retornei ao robô em Mega Man X8. Com
tanto passado com esses jogos, fiquem bem empolgado com a possibilidade de ter
novamente todos os jogos nas duas coletâneas formadas por Mega Man X Legacy Collection e Mega
Man X Legacy Collection 2, então irei analisar agora a segunda.
A segunda coleção nos leva de Mega Man X5 ao Mega Man X8. Os elementos adicionais são os mesmos da primeira
coleção, como filtros, tamanho de tela e galerias. Os X Challenges também estão
presentes aqui, mas lamentavelmente são praticamente os mesmos da primeira
coleção com apenas algumas variações, então se você jogou todos na primeira,
não há muito motivo para fazê-los aqui. Essa segunda leva de jogos já não tem a
mesma consistência dos anteriores e demonstram como a franquia estava começando
a se desgastar.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 16 de março de 2020
Crítica - Mega Man X Legacy Collection
Eu cresci sendo fã dos games do Mega Man desde seus primeiros
jogos em 8 bits, conhecendo o personagem pela primeira vez em Mega Man 3. A geração seguinte de
consoles apresentou uma nova versão do personagem em Mega Man X, que se passava em um futuro ainda mais distante e
trazia novos elementos de jogabilidade. Passei a gostar mais da série X do que
a principal e joguei tudo que saiu do personagem no Super Nintendo e
Playstation, pulei Mega Man X7 e só
retornei ao robô em Mega Man X8. Com
tanto passado com esses jogos, fiquem bem empolgado com a possibilidade de ter
novamente todos os jogos nas duas coletâneas formadas por Mega Man X Legacy Collection e Mega
Man X Legacy Collection 2, então irei analisar as duas a começar pela primeira coleção.
A primeira coletânea vai do Mega Man X ao Mega Man X4. Como muitas coleções recentes, ela permite escolher
entre formatos de tela e também alguns filtros, como o que reproduz os efeitos
de uma televisão de tubo ou o que suaviza os pixels. Devo dizer que a suavização de pixels funciona bem para os jogos de Playstation da coleção (aqui
apenas o X4), mas não muito bem para
os de Super Nintendo, com os pixels
constantemente “tremendo” na tela. Como em muitas coletâneas recentes, o jogo
oferece uma ampla galeria de artes e imagens dos games, uma playlist com as
músicas de todos os jogos disponíveis na coleção, além do curta animado Day of Sigma.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 13 de março de 2020
Reflexões Boêmias – Better Call Saul e a noção de "menos é mais"
Sempre que escrevo sobre alguma temporada de Better Call Saul
menciono o quanto a série (assim como Breaking
Bad antes dela) é cuidadosa na construção de seus planos e na condução de
seus atores de modo a usá-los para comunicar muita coisa sobre seus
personagens, seus estados de ânimo e seus arcos dramáticos, sem que
efetivamente precise dizer muita coisa. Isso me veio muito à mente quando
assisti o quarto episódio da atual quinta-temporada da série, intitulado Namastê. Como vou analisar muitas cenas
de um episódio que foi ao ar recentemente, aviso que o texto pode conter
SPOILERS da atual temporada.
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Reflexões Boêmias,
Séries
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 12 de março de 2020
Crítica – Troco em Dobro
Quando vi os primeiros trailers
para este Troco em Dobro, tive uma
impressão familiar com os nomes dos personagens. Minha memória logo me levou à
série dos anos oitenta Spenser For Hire e
então me dei conta de que tanto a série quanto Troco em Dobro eram adaptações dos romances criados por Robert
Parker e estrelados pelo durão investigador Spenser.
Aqui, Spenser (Mark Wahlberg) é
um ex-policial que sai da cadeia cinco anos depois de agredir um oficial
superior ao vê-lo bater na esposa. No dia em que sai da prisão, o capitão
Boylan (Michael Gaston), o superior que Spenser agrediu, é morto em
circunstâncias misteriosas. Spenser é considerado o principal suspeito, mas ao
lado do colega Falcão (Winston Duke, o M’Baku de Pantera Negra), irá tentar desvendar o crime.
Chama a atenção a inconsistência
tonal do filme. Por um lado ele parece querer se levar a sério como uma
narrativa hard boiled de um sujeito
desencantado com o sistema e resolve agir por conta própria para fazer justiça.
Por outro há uma clara intenção de tentar fazer graça com todas essas
convenções, funcionando mais como uma comédia de ação. Essas duas abordagens
mais brigam entre si do que se mesclam em um todo coeso e em muitos momentos
temos a impressão de que o filme não sabe exatamente o que quer ser.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 11 de março de 2020
Crítica – Bloodshot
Um soldado é usado como cobaia em
um experimento que injetará algo em seu corpo que o tornará indestrutível e
depois tem as memórias manipuladas para ser usado como uma arma viva pelas
pessoas que o criaram. Essa é a origem do herói Wolveri...hã? Esse não é um
filme do Wolverine? Tem certeza? A premissa é a mesma. Então tá, é um filme
sobre um sujeito desmemoriado que reganha sua consciência e se recusa a ser
usado, se voltando contra aqueles que o usaram. Essa é a jornada de Jason Bour...hein?
Também não é um filme do Bourne? Bem, não, isso é a trama básica de Bloodshot, baseado no quadrinho de mesmo
nome, que nunca consegue ir além de ser uma colcha de retalhos de histórias que
já vimos antes.
Ray (Vin Diesel) é um soldado
aparentemente morto em ação. Ele acorda em um laboratório e descobre que foi
usado como cobaia em um experimento que implantou nanomáquinas em seu corpo que
praticamente o tornam imortal. Ele não se lembra do passado, mas começa a ter flashbacks do assassinato da esposa e
parte em uma jornada de vingança. No percurso, começa a suspeitar que o Dr.
Harting (Guy Pearce), o cientista responsável por seus aprimoramentos, talvez o
esteja manipulando.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 10 de março de 2020
Crítica – A Maldição do Espelho
Eu realmente não entendo o que
acontece com alguns filmes russos que chegam ao Brasil, como A Sereia (2019) ou Os Guardiões (2017). Este A Maldição do Espelho é mais um que tem
um lançamento bizarro, chegando aqui dublado em inglês e com legendas em
português. Aqui, mais que qualquer outro caso desses, a dublagem é um problema
por conta da péssima qualidade, já que os dubladores parecem apenas estar lendo
as falas de seus personagens sem muita expressividade. Não que uma boa dublagem
ou o acesso ao áudio original pudessem salvar o desastre que é o filme.
A trama é focada nos irmãos Olya
(Angelina Strechina) e Artyom (Daniil Izotov). Depois que a mãe deles morre em
um acidente de carro, os dois são mandados para um colégio interno sediado em
uma antiga mansão. Bisbilhotando pelos cantos antigos da propriedade, Olya,
Artyom e outros estudantes encontram um antigo espelho com marcas satânicas que
serviria para invocar a lendária Rainha de Espadas, que concederia desejos a
quem invocasse em troca da vida das pessoas que a invocaram. O que os
adolescentes fazem? Invocam a criatura, claro, e obviamente começam a morrer.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 9 de março de 2020
Crítica – Castlevania: 3ª Temporada
Depois do final da segunda temporada, imaginei que Castlevania
pudesse não retornar para um terceiro ano. Afinal, Drácula foi eliminado e a
história desses personagens, em tese, tinha chegado ao fim. Fiquei temeroso que
essa terceira não tivesse muito a dizer, mas felizmente ela mantem o padrão de
qualidade das outras duas.
Depois da morte de Drácula,
Trevor (Richard Armitage) e Sypha (Alejandra Reynoso) vivem juntos caçando os
monstros que sobreviveram à batalha contra Drácula. Alucard (James Callis) vive
sozinho no castelo de seu pai, guardando o local para que ninguém possa usá-lo.
Alucard é eventualmente encontrado por uma dupla de jovens caçadores de
vampiros e os toma como aprendizes. A vampira Carmilla (Jaime Murray), que
escapou do castelo de Drácula, consegue retornar ao seu reino e junto com suas
principais tenentes vampiras trama uma maneira de dominar a região antes
controlada por Drácula.
A temporada segue o mesmo ritmo
deliberado das outras e se você não se agrada com a natureza slow burn da trama, esse terceiro ano
não irá te converter em um amante da série. Ainda assim, esse ritmo se
justifica pelo cuidado que o texto tem em desenvolver seus personagens,
inclusive os antagonistas, e nos faz entender a maneira como eles veem o mundo
e porque se tornaram desse jeito. Assim, mesmo personagens que poderiam soar
unidimensionais, como o implacável mestre da forja Isaac (Adetokumboh M'Cormack),
nos fazem perceber a humanidade e vulnerabilidade que existe para além de sua
crueldade.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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