sexta-feira, 3 de abril de 2020

Drops – O Rei Leão (2019)


Análise Drops – O Rei Leão (2019)

Review Drops – O Rei Leão (2019)
Nossa seção de textos curtos falará brevemente hoje sobre a nova versão de O Rei Leão. De todos os remakes dessa onda recente da Disney, era o que menos despertou meu interesse. Se outros remakes tinham a justificativa de revisar certas ideias do original que não se sustentam tão bem hoje ou a da mudança de animação para live-action, O Rei Leão não possui nenhuma dessas justificativas. A narrativa se sustenta tranquilamente bem ainda hoje e o filme segue sendo uma animação, ainda que com um visual fotorrealista.

Esse realismo, aliás, é um dos problemas do filme. Preso a uma representação realista dos corpos dos animais, as expressões físicas dos personagens ficam extremamente limitadas e em muitos momentos soam deslocadas do trabalho de dublagem, já que a emoção das vozes não é percebida nos rostos e corpos deles. Isso fica ainda mais evidente nos números musicais, que perdem suas cores, sua energia e sua dimensão lúdica em prol de...bem, de nada, já que a estética ultrarrealista em nada agrega às canções e não compensa os elementos que são perdidos. O resultado mostra como o realismo é muitas vezes superestimado no audiovisual.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Crítica – Notas de Rebeldia


Análise Crítica – Notas de Rebeldia

Review – Notas de RebeldiaNotas de Rebeldia, produção original da Netflix, é um daqueles filmes feitos sob medida para fazer seu espectador se sentir bem. Um feel good movie como dizem os críticos gringos. Não faz nada muito fora do traçado que estamos acostumados a encontrar nesse tipo de filme, mas o elenco consegue nos conectar com os personagens.

Na trama, Elijah (Mamoudou Athie) é um jovem que trabalha no restaurante popular do pai, Louis (Courtney B. Vance), mas que sonha em se tornar um mestre sommelier, um especialista em vinhos. Seu sonho o coloca em rota de colisão com o pai, que imaginava que Elijah herdaria seus negócios, que estão na família há gerações. Os custos do curso também deixam Elijah em dúvida se conseguirá ou não alcançar seu sonho.

É um conflito bem típico de legado familiar versus traçar seu próprio caminho, assim como também traz o elemento do popular versus erudito, ambas premissas bastante comuns dentro da lógica do drama familiar hollywoodiano. Tudo é relativamente previsível, dos encaminhamentos da jornada do protagonista, passando pelos conflitos e soluções destes, é bem similar a produtos com as mesmas características. Tematicamente também se encaixa em elementos que já vimos inúmeras vezes, falando sobre a necessidade de acreditar em si mesmo ou seguir seus próprios sonhos, sem nada muito diferente.

terça-feira, 31 de março de 2020

Rapsódias Revisitadas – Memórias do Subdesenvolvimento




Crítica – Memórias do Subdesenvolvimento

Review – Memórias do SubdesenvolvimentoMisturando ficção e relato documental, Memórias do Subdesenvolvimento propõe uma reflexão sobre o estado de subdesenvolvimento da América Latina e também sobre a Cuba pós-revolução castrista. Lançado em 1968 e dirigido por Tomáz Gutiérrez Alea a partir de um romance escrito por Edmundo Desnoes, é também um experimento de linguagem audiovisual, tentando encontrar maneiras de transmitir sua mensagem ser recorrer a uma estrutura narrativa cinematográfica clássica. Na verdade, o texto parece menos interessado em contar uma história com início, meio e fim e mais em nos fazer seguir o fluxo de consciência de seu protagonista.

A película é centrada em Sérgio (Sérgio Corrieri), um intelectual da classe alta cubana que assiste a vitória de Fidel Castro e da Revolução Cubana em 1959. De maneira não linear, o filme mostra a vida de Sérgio desde a revolução até a crise dos mísseis em 1962. Enquanto a esposa do protagonista e outros de seus parentes optam por deixar a Cuba pós-revolução para ir para os Miami, Sérgio opta por ficar na ilha, já que nutre certa identificação com as plataformas da revolução.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Crítica – Ozark: 3ª Temporada


Análise Crítica – Ozark: 3ª Temporada

Review – Ozark: 3ª TemporadaQuando escrevi sobre a segunda temporada de Ozark mencionei como a trama era eficiente em impor dilemas morais aos personagens principais e colocá-los em rumos sombrios. Pois este terceiro padece justamente por não conseguir criar conflitos convincentes graças aos coadjuvantes ruins que insere na narrativa, ainda que o elenco principal seja bom o suficiente para manter o nosso interesse. O texto a seguir pode conter SPOILERS da temporada.

A trama continua no ponto onde o ano anterior parou. Os Byrde consolidam a posição deles no lago Ozark inaugurando um cassino que serve de fachada para lavar dinheiro de carteis mexicanos. Marty (Jason Bateman) começa a pensar em estratégias para fugir de tudo isso, enquanto Wendy (Laura Linney) pensa em aproveitar para se consolidarem em uma posição de poder na comunidade local e expandir a presença deles em negócios lícitos. O casal está em desacordo quanto à melhor estratégia e isso começa a causar conflitos ao mesmo tempo em que outras ameaças surgem ao redor deles.

A série sempre teve sua parcela de personagens mal construídos que serviam apenas para ser um obstáculo, a exemplo do agente Petty (Jason Butler Harner), que ficava tão dentro do clichê do policial obsessivo que virava uma caricatura. No entanto essa terceira temporada abusa desse recurso, com a maioria dos novos personagens se comportando de maneira estúpida e caricata ou produzindo reações estúpidas nos personagens. Um exemplo é Erin (Madison Thompson), filha de Helen (Janet McTeer), a advogada do cartel. Erin é uma jovem que quer perder a virgindade a qualquer custo e se envolve com pequenos criminosos de Ozark. A personagem parece saída de uma daquelas comédias adolescentes e destoa do resto da trama.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Rapsódias Revisitadas – Mega Man X7


Crítica – Mega Man X7


Review – Mega Man X7
Eu sinto que estou traindo o propósito dessa coluna. Não estou aqui falando de algo que estou retornando, mas que experimentei pela primeira vez. Não joguei Mega Man X7 quando ele foi originalmente lançado para Playstation 2 e só agora com Mega Man X Legacy Collection 2 eu pus as mãos nele. Então estou retomando uma discussão sobre um produto que foi lançado anos atrás, o que, de certa forma, significa que eu o estou revisitando. Na minha crítica de Mega Man X Legacy Collection 2 me referi a este Mega Man X7 como o pior da franquia e aqui vou tentar ampliar minha explanação do porque penso isso.

Em um game de aventura e plataforma duas coisas que precisam funcionar muito bem são os controles e a câmera e nenhum desses elementos funciona direito aqui. Outros Mega Man X antes e depois tinham controles muito precisos, mas X7 soa desajeitado e escorregadio. O movimento é muito mais lento que outros exemplares da franquia e andar, dar dash ou pular nunca parecem ter uma física precisa de como funcionam, seja nos segmentos 2D ou nos segmentos 3D. A situação, no entanto, é muito pior nos segmentos 3D por conta da câmera.

terça-feira, 24 de março de 2020

Conheçam os vencedores do Framboesa de Ouro 2020



O Framboesa de Ouro, premiação que celebra os piores filmes do ano, tinha planejado fazer sua primeira cerimônia ao vivo em 2020, mas a pandemia do coronavírus levou ao cancelamento desses planos e os vencedores foram anunciados via internet. Como era de se imaginar, o musical Cats foi o grande vencedor levando seis Framboesas, incluindo o de pior filme e pior diretor, colocando Tom Hooper no seleto grupo de pessoas que ganharam um Oscar e um Framboesa, como Halle Berry e Sandra Bullock. Além de Cats, há de se destacar a vitória de John Travolta como pior ator e Eddie Murphy vencendo o prêmio de redenção por Meu Nome é Dolemite. Confiram abaixo a lista completa de indicados com os vencedores destacados em negrito.

segunda-feira, 23 de março de 2020

Crítica – O Preço do Talento


Análise Crítica – O Preço do Talento


Review – O Preço do Talento
Escrito pelo ator Shia Labeouf a partir de suas próprias experiências com o pai, este O Preço do Talento é uma história quase que autobiográfica sobre um astro mirim preso em uma complicada (e por vezes abusiva) relação com o pai. Dirigido pela israelense Alma Har’el, em seu primeiro longa de ficção, o filme surpreende pelo cuidado e complexidade com o qual trata esse relacionamento entre pai e filho.

Na trama, Otis (Lucas Hedges) é um ator problemático, com vícios em drogas e bebidas, que é levado para reabilitação depois de um acidente de carro. Como parte de sua terapia, Otis começa a escrever sobre os motivos que levaram a seus vícios e então fala de sua juventude ao lado do pai, James (Shia Labeouf). O arco imita, de certa forma, a própria vida de Labeouf, que escreveu O Preço do Talento quando estava na reabilitação.

Como um astro-mirim, Otis (Noah Jupe) conta com a constante presença do pai nos sets de filmagem e passa a maior parte do tempo com ele. Jupe é ótimo em construir a vulnerabilidade de Otis, que percebe que as ações de James não são compatíveis com o que se espera de um bom pai, mas ainda assim não é capaz de dizer como se sente ou mesmo de confrontar os erros e irresponsabilidades do pai.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Rapsódias Revisitadas – O Sétimo Selo


Crítica – O Sétimo Selo


Review – O Sétimo Selo
Famoso pela imagem do cavaleiro que joga xadrez com a Morte, O Sétimo Selo, do sueco Ingmar Bergman, é uma ponderação sobre a existência humana, nossos medos, anseios, nossa relação com o divino e nossa busca por um propósito no mundo. É uma trama que consegue ser densa, mas, ao mesmo tempo, oferece momentos de leveza suficientes para que tudo não se torne insuportável.

A trama se passa durante o período em que a Peste Negra se espalhava pela Europa medieval e a Igreja controlava as populações pelo medo de ir para o inferno. O cavaleiro Antonius Block (Max Von Sydow) está retornando para casa depois das cruzadas e durante a viagem recebe a visita da Morte (Bengt Ekerot). Block propõe um desafio à Morte, eles irão disputar uma partida de xadrez e, caso vença, a morte o deixará em paz. Assim, Block segue em sua viagem para casa, sendo recorrentemente visitado pela Morte para que continuem sua partida.

terça-feira, 17 de março de 2020

Crítica - Mega Man X Legacy Collection 2


Análise Crítica - Mega Man X Legacy Collection 2


Review - Mega Man X Legacy Collection 2Eu cresci sendo fã dos games do Mega Man desde seus primeiros jogos em 8 bits, conhecendo o personagem pela primeira vez em Mega Man 3. A geração seguinte de consoles apresentou uma nova versão do personagem em Mega Man X, que se passava em um futuro ainda mais distante e trazia novos elementos de jogabilidade. Passei a gostar mais da série X do que a principal e joguei tudo que saiu do personagem no Super Nintendo e Playstation, pulei Mega Man X7 e só retornei ao robô em Mega Man X8. Com tanto passado com esses jogos, fiquem bem empolgado com a possibilidade de ter novamente todos os jogos nas duas coletâneas formadas por Mega Man X Legacy Collection e Mega Man X Legacy Collection 2, então irei analisar agora a segunda.

A segunda coleção nos leva de Mega Man X5 ao Mega Man X8. Os elementos adicionais são os mesmos da primeira coleção, como filtros, tamanho de tela e galerias. Os X Challenges também estão presentes aqui, mas lamentavelmente são praticamente os mesmos da primeira coleção com apenas algumas variações, então se você jogou todos na primeira, não há muito motivo para fazê-los aqui. Essa segunda leva de jogos já não tem a mesma consistência dos anteriores e demonstram como a franquia estava começando a se desgastar.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Crítica - Mega Man X Legacy Collection


Análise Crítica - Mega Man X Legacy Collection


Review - Mega Man X Legacy Collection
Eu cresci sendo fã dos games do Mega Man desde seus primeiros jogos em 8 bits, conhecendo o personagem pela primeira vez em Mega Man 3. A geração seguinte de consoles apresentou uma nova versão do personagem em Mega Man X, que se passava em um futuro ainda mais distante e trazia novos elementos de jogabilidade. Passei a gostar mais da série X do que a principal e joguei tudo que saiu do personagem no Super Nintendo e Playstation, pulei Mega Man X7 e só retornei ao robô em Mega Man X8. Com tanto passado com esses jogos, fiquem bem empolgado com a possibilidade de ter novamente todos os jogos nas duas coletâneas formadas por Mega Man X Legacy Collection e Mega Man X Legacy Collection 2, então irei analisar as duas a começar pela primeira coleção.

A primeira coletânea vai do Mega Man X ao Mega Man X4. Como muitas coleções recentes, ela permite escolher entre formatos de tela e também alguns filtros, como o que reproduz os efeitos de uma televisão de tubo ou o que suaviza os pixels. Devo dizer que a suavização de pixels funciona bem para os jogos de Playstation da coleção (aqui apenas o X4), mas não muito bem para os de Super Nintendo, com os pixels constantemente “tremendo” na tela. Como em muitas coletâneas recentes, o jogo oferece uma ampla galeria de artes e imagens dos games, uma playlist com as músicas de todos os jogos disponíveis na coleção, além do curta animado Day of Sigma.