sexta-feira, 10 de abril de 2020

Lixo Extraordinário – Tubarão 4: A Vingança


Crítica - Tubarão 4: A Vingança


Review Crítica - Tubarão 4: A VingançaApesar de ter visto Tubarão (1975) inúmeras vezes, nunca tive interesse em ver nenhuma das muitas continuações que o filme recebeu, nenhuma delas contando com a direção de Steven Spielberg, que comandou o original. Nos últimos anos, no entanto, comecei a ver Tubarão 4: A Vingança aparecendo em muitas listas de piores filmes de todos os tempos, inclusive no infame ranking dos 100 filmes com notas mais baixas no IMDb, então isso ativou minha curiosidade mórbida e achei que poderia ser uma boa pauta para essa coluna. Fui assistir sem ver qualquer outra das continuações, então se há algum detalhe ou referência ao segundo ou terceiro filme, não sei dizer.

Na trama, Ellen Brody (Lorraine Gary), a viúva do xerife Brody (Roy Scheider), protagonista do primeiro filme, começa a ter sonhos envolvendo um tubarão e teoriza que um tubarão está vindo para atacar ela e os filhos como vingança por Brody ter matado o tubarão do primeiro filme. O sentimento dela ganha força quando o filho mais novo é morto por um tubarão ao realizar reparos marítimos na costa de sua cidade. Ellen então avisa o filho mais velho, que trabalha nas Bahamas como biólogo marinho, para ter cuidado e viaja até a morada do filho para ficar de olho nele. Logicamente, um tubarão, o mesmo que teria matado o filho mais novo, aparece nas Bahamas.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Crítica – Você Não Estava Aqui


Resenha Crítica – Você Não Estava Aqui


Review – Você Não Estava Aqui
Quem conhece a obra do diretor britânico Ken Loach sabe que ele costuma mostrar as agruras da classe média trabalhadora, os problemas sociais de seu país e as consequências da falta de um Estado voltado para o bem-estar social. Neste Você Não Estava Aqui, Loach trata da precarização do trabalho e como a ideia de trabalhar como “empreendedor individual” para uma empresa ao invés de como funcionário vende uma ideia de liberdade e empreendedorismo que não se verifica na prática, resultando em ainda mais exploração do trabalhador.

A trama acompanha Ricky (Kris Hitchen), que começa a trabalhar em uma empresa de entregas que presta serviço para corporações de comércio eletrônico como Amazon e outras. Ricky, no entanto, não é funcionário, é um empreendedor contratado que recebe por entrega feita e precisa arcar sozinhos com todos os custos de sua função. O carro que faz entregas não é da empresa, mas dele, a manutenção do veículo e todo resto é de responsabilidade dele. De início tudo isso é apresentado ao protagonista como algo libertador, que vai dar a ele a possibilidade de ter um negócio próprio, trabalhar o número de horas que quiser. Aos poucos, no entanto, a realidade desse trabalho vai se mostrando cada vez mais cruel.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

5 Contra 1: Filmes sobre Jornalismo


Melhores filmes sobre jornalismo

Aproveitando que ontem, 7 de abril, foi o dia do jornalismo, aproveitei para listar cinco bons filmes sobre o tema e um muito ruim. Foi uma lista difícil porque tem muitos bons exemplares e escolher apenas cinco significou abrir mão de alguns que eu gosto muito, mas, bem, parte da diversão de fazer listas também reside em experimentar o desapego. Vejam a lista completa e contem quais são os seus filmes favoritos sobre o tema.


terça-feira, 7 de abril de 2020

Crítica – Coffee & Kareem


Análise Crítica – Coffee & Kareem


Review – Coffee & Kareem
Fui assistir a este Coffee & Kareem, produção original da Netflix, sem esperar muita coisa, já que parecia mais uma comédia de ação sobre uma dupla de personalidades opostas e, bem, é isso mesmo, embora consiga apresentar alguns momentos de diversão.

Na trama, o policial Coffee (Ed Helms) tenta se aproximar de Kareem (Terrence Little Gardenhigh), filho de sua nova namorada Vanessa (Taraji P. Henson). Kareem logicamente não gosta do novo padrasto, mas quando o garoto testemunha uma execução do tráfico, terá que recorrer a Coffee para sobreviver e proteger a mãe.

É a típica dupla de personalidades antagônicas, com Coffee sendo um policial manso que deixa qualquer um pisar nele e Kareem sendo um adolescente desbocado que não leva desaforo. Ao longo do filme eles aprenderão um com o outro e resolverão as diferenças entre eles. Tudo bem previsível, assim como a revelação de quem estava por trás de tudo também é muito previsível.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Crítica – A Máfia dos Tigres


Análise Crítica – A Máfia dos Tigres


Review – A Máfia dos TigresA realidade muitas vezes pode ser mais bizarra e absurda do que qualquer roteiro de ficção. A minissérie documental A Máfia dos Tigres é um claro exemplo disso. O documentário acompanha um grupo de donos de “zoológicos” que exibem primordialmente grandes felinos como tigres, leões e leopardos. Coloco o termo entre aspas porque apesar dos personagens chamarem seus negócios de zoológicos, eles são mais circos, nos quais os animais são explorados (e maltratados em muitos casos) para o entretenimento alheio e não para serem preservados ou estudados.

Entre os personagens principais está Joe Exotic, um sujeito, como o próprio nome diz, exótico. Um caipira que ostenta um mullet descolorido é amante de tigres e de armas de fogo, assumidamente gay e polígamo, Joe já tentou ser candidato a presidente dos EUA e também governador do estado de Oklahoma. Joe tem uma violenta rixa com Carole Baskin, uma hippie velha que também é dona de um viveiro de grandes felinos, diz ser defensora dos direitos desses animais, inclusive propondo leis que deem ao governo mais supervisão e controle sobre quem pode lidar com esses animais, mas, paradoxalmente, seu viveiro também é aberto a visitação e ela também permite que o público interaja com os animais, não sendo muito diferente de outros circos do gênero, exceto, talvez, por seu tratamento dos animais não ser tão negligente.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Drops – O Rei Leão (2019)


Análise Drops – O Rei Leão (2019)

Review Drops – O Rei Leão (2019)
Nossa seção de textos curtos falará brevemente hoje sobre a nova versão de O Rei Leão. De todos os remakes dessa onda recente da Disney, era o que menos despertou meu interesse. Se outros remakes tinham a justificativa de revisar certas ideias do original que não se sustentam tão bem hoje ou a da mudança de animação para live-action, O Rei Leão não possui nenhuma dessas justificativas. A narrativa se sustenta tranquilamente bem ainda hoje e o filme segue sendo uma animação, ainda que com um visual fotorrealista.

Esse realismo, aliás, é um dos problemas do filme. Preso a uma representação realista dos corpos dos animais, as expressões físicas dos personagens ficam extremamente limitadas e em muitos momentos soam deslocadas do trabalho de dublagem, já que a emoção das vozes não é percebida nos rostos e corpos deles. Isso fica ainda mais evidente nos números musicais, que perdem suas cores, sua energia e sua dimensão lúdica em prol de...bem, de nada, já que a estética ultrarrealista em nada agrega às canções e não compensa os elementos que são perdidos. O resultado mostra como o realismo é muitas vezes superestimado no audiovisual.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Crítica – Notas de Rebeldia


Análise Crítica – Notas de Rebeldia

Review – Notas de RebeldiaNotas de Rebeldia, produção original da Netflix, é um daqueles filmes feitos sob medida para fazer seu espectador se sentir bem. Um feel good movie como dizem os críticos gringos. Não faz nada muito fora do traçado que estamos acostumados a encontrar nesse tipo de filme, mas o elenco consegue nos conectar com os personagens.

Na trama, Elijah (Mamoudou Athie) é um jovem que trabalha no restaurante popular do pai, Louis (Courtney B. Vance), mas que sonha em se tornar um mestre sommelier, um especialista em vinhos. Seu sonho o coloca em rota de colisão com o pai, que imaginava que Elijah herdaria seus negócios, que estão na família há gerações. Os custos do curso também deixam Elijah em dúvida se conseguirá ou não alcançar seu sonho.

É um conflito bem típico de legado familiar versus traçar seu próprio caminho, assim como também traz o elemento do popular versus erudito, ambas premissas bastante comuns dentro da lógica do drama familiar hollywoodiano. Tudo é relativamente previsível, dos encaminhamentos da jornada do protagonista, passando pelos conflitos e soluções destes, é bem similar a produtos com as mesmas características. Tematicamente também se encaixa em elementos que já vimos inúmeras vezes, falando sobre a necessidade de acreditar em si mesmo ou seguir seus próprios sonhos, sem nada muito diferente.

terça-feira, 31 de março de 2020

Rapsódias Revisitadas – Memórias do Subdesenvolvimento




Crítica – Memórias do Subdesenvolvimento

Review – Memórias do SubdesenvolvimentoMisturando ficção e relato documental, Memórias do Subdesenvolvimento propõe uma reflexão sobre o estado de subdesenvolvimento da América Latina e também sobre a Cuba pós-revolução castrista. Lançado em 1968 e dirigido por Tomáz Gutiérrez Alea a partir de um romance escrito por Edmundo Desnoes, é também um experimento de linguagem audiovisual, tentando encontrar maneiras de transmitir sua mensagem ser recorrer a uma estrutura narrativa cinematográfica clássica. Na verdade, o texto parece menos interessado em contar uma história com início, meio e fim e mais em nos fazer seguir o fluxo de consciência de seu protagonista.

A película é centrada em Sérgio (Sérgio Corrieri), um intelectual da classe alta cubana que assiste a vitória de Fidel Castro e da Revolução Cubana em 1959. De maneira não linear, o filme mostra a vida de Sérgio desde a revolução até a crise dos mísseis em 1962. Enquanto a esposa do protagonista e outros de seus parentes optam por deixar a Cuba pós-revolução para ir para os Miami, Sérgio opta por ficar na ilha, já que nutre certa identificação com as plataformas da revolução.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Crítica – Ozark: 3ª Temporada


Análise Crítica – Ozark: 3ª Temporada

Review – Ozark: 3ª TemporadaQuando escrevi sobre a segunda temporada de Ozark mencionei como a trama era eficiente em impor dilemas morais aos personagens principais e colocá-los em rumos sombrios. Pois este terceiro padece justamente por não conseguir criar conflitos convincentes graças aos coadjuvantes ruins que insere na narrativa, ainda que o elenco principal seja bom o suficiente para manter o nosso interesse. O texto a seguir pode conter SPOILERS da temporada.

A trama continua no ponto onde o ano anterior parou. Os Byrde consolidam a posição deles no lago Ozark inaugurando um cassino que serve de fachada para lavar dinheiro de carteis mexicanos. Marty (Jason Bateman) começa a pensar em estratégias para fugir de tudo isso, enquanto Wendy (Laura Linney) pensa em aproveitar para se consolidarem em uma posição de poder na comunidade local e expandir a presença deles em negócios lícitos. O casal está em desacordo quanto à melhor estratégia e isso começa a causar conflitos ao mesmo tempo em que outras ameaças surgem ao redor deles.

A série sempre teve sua parcela de personagens mal construídos que serviam apenas para ser um obstáculo, a exemplo do agente Petty (Jason Butler Harner), que ficava tão dentro do clichê do policial obsessivo que virava uma caricatura. No entanto essa terceira temporada abusa desse recurso, com a maioria dos novos personagens se comportando de maneira estúpida e caricata ou produzindo reações estúpidas nos personagens. Um exemplo é Erin (Madison Thompson), filha de Helen (Janet McTeer), a advogada do cartel. Erin é uma jovem que quer perder a virgindade a qualquer custo e se envolve com pequenos criminosos de Ozark. A personagem parece saída de uma daquelas comédias adolescentes e destoa do resto da trama.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Rapsódias Revisitadas – Mega Man X7


Crítica – Mega Man X7


Review – Mega Man X7
Eu sinto que estou traindo o propósito dessa coluna. Não estou aqui falando de algo que estou retornando, mas que experimentei pela primeira vez. Não joguei Mega Man X7 quando ele foi originalmente lançado para Playstation 2 e só agora com Mega Man X Legacy Collection 2 eu pus as mãos nele. Então estou retomando uma discussão sobre um produto que foi lançado anos atrás, o que, de certa forma, significa que eu o estou revisitando. Na minha crítica de Mega Man X Legacy Collection 2 me referi a este Mega Man X7 como o pior da franquia e aqui vou tentar ampliar minha explanação do porque penso isso.

Em um game de aventura e plataforma duas coisas que precisam funcionar muito bem são os controles e a câmera e nenhum desses elementos funciona direito aqui. Outros Mega Man X antes e depois tinham controles muito precisos, mas X7 soa desajeitado e escorregadio. O movimento é muito mais lento que outros exemplares da franquia e andar, dar dash ou pular nunca parecem ter uma física precisa de como funcionam, seja nos segmentos 2D ou nos segmentos 3D. A situação, no entanto, é muito pior nos segmentos 3D por conta da câmera.