sexta-feira, 17 de abril de 2020

Crítica – Final Fantasy VII Remake



Análise Crítica – Final Fantasy VII Remake

Resenha Crítica – Final Fantasy VII Remake
Faz mais de uma década que espero por este Final Fantasy VII Remake. A expectativa por uma reimaginação do jogo com toda a força dos consoles atuais começou no lançamento do Playstation 3, em 2005, quando a Sony recriou a abertura de Final Fantasy VII usando motores gráficos do console para mostrar todo o poder do aparelho. O público tomou aquele tech demo como um indicativo de que o remake estava a caminho, mas nunca veio. Só dez anos depois, em 2015, o jogo foi finalmente anunciado.

Após cinco anos de espera finalmente temos ele em mãos. Em geral um jogo com tanto hype, tanta espera, pode não ser capaz de dar conta das altas expectativas ou de estar à altura de um game que de tornou praticamente sagrado na memória afetiva dos jogadores. Final Fantasy VII Remake, no entanto, entrega tudo aquilo que esperamos por 15 anos. Quando escrevi sobre a demo do jogo, mencionei que carregava uma grande promessa e o produto final entrega isso. Uma reimaginação grandiosa, com música e visuais impressionantes, personagens carismáticos e um sistema de combate veloz, que reproduz nas batalhas o senso de poder e grande escala da trama.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Drops – O Rei Tigre e Eu


Resenha Crítica – O Rei Tigre e Eu

A série documental A Máfia dos Tigres virou febre nas últimas semanas graças à insana história real que conta. Quando escrevi sobre ela, mencionei que o último episódio andava rápido demais, que muitas tramas ficavam relegadas a serem explicadas via cartelas de texto e que talvez fosse melhor ter um episódio adicional. Pois a Netflix de fato fez um episódio adicional para a série neste O Rei Tigre e Eu, mas é menos uma extensão da série e mais um complemento com entrevistas em que alguns dos participantes falam de suas vidas pós-série.

Apresentado por Joel McHale (de Community) funciona como uma espécie de talk-show remoto, já que, por conta da pandemia, cada participante fala de sua respectiva casa. Os participantes são, na maioria, coadjuvantes da série, ex-funcionários de Joe Exotic. Considerando que muitos dos protagonistas tem seus crimes, suspeitas de crimes e contradições reveladas, era de se imaginar que figuras como Carole Baskin ou “Doc” Antle não participariam, sendo Jeff Lowe o único dos personagens principais presentes.

O problema, no entanto, é que o episódio falha em nos dar um entendimento maior sobre aquelas pessoas ou os eventos mostrados na série. A fala dos ex-funcionários só diz coisas que o documentário já mostrou sobre Exotic, que ele é um ególatra instável que trata mal todos a sua volta. A única revelação significativa vem da entrevista com o gestor de campanha de Joe, que conta que o suicídio de Travis, um dos maridos de Joe, teria sido acidental, com Travis aparentemente sem saber que a arma estava carregada.

O episódio tem alguns momentos de humor graças as reações e perguntas inesperadas de McHale a esse elenco de figuras pitorescas. Em programas como The Soup e The Joel McHale, o ator fez uma carreira em cima de comentar as cenas mais insólitas de programas de televisão e reality shows, então ele tem bastante jogo de cintura para lidar e extrair humor das interações com esses sujeitos insólitos.

Ainda assim, esse o Rei Tigre e Eu não consegue afastar a sensação de um produto apressado, feito a toque de caixa para capitalizar em cima da febre que a série virou, mas sem efetivamente oferecer muito conteúdo ao espectador.

Nota: 5/10

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Drops – Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica


Crítica Drops – Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica


Review – Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
Situado em um mundo de fantasia no qual a magia foi substituída por tecnologia, a produção da Pixar Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica conta a história de dois irmãos elfos que, no aniversário de 16 anos do caçula, Ian, recebem um presente deixado anos atrás pelo falecido pai. Um cetro mágico com uma joia capaz de trazer de volta, durante um dia, uma pessoa morta. Ao tentarem realizar o feitiço algo dá errado e apenas a parte inferior do corpo do pai (as pernas) são trazidas de volta. Agora os dois precisam correr contra o tempo para completarem o feitiço e poderem passar algum tempo com o pai.

É uma trama sobre luto e seguir em frente depois de uma grande perda, sobre amor fraterno e também sobre como a tecnologia muitas vezes nos aliena do mundo a nossa volta e nos faz perder o encantamento pelas maravilhas ao nosso redor. A estrutura de road movie nem sempre dá tempo para que as ideias sejam plenamente desenvolvidas, já que obriga os personagens a estarem sempre em movimento, mas ainda assim consegue encontrar momentos significativos de conexão emocional entre seus protagonistas.

terça-feira, 14 de abril de 2020

Crítica – Bad Boys Para Sempre




Análise Crítica – Bad Boys Para Sempre

Review – Bad Boys Para SempreDepois do péssimo Os Bad Boys II (2003) eu não tinha interesse em ver mais nenhum filme com esses personagens. O fato de ser uma continuação feita quase vinte anos depois também não inspirava confiança, já que não parecia ainda haver demanda por essa franquia. O que me fez ter um mínimo de curiosidade em relação a este Bad Boy Para Sempre foi saber que o diretor Michael Bay não voltaria para esse terceiro. A ausência de Bay fez maravilhas pelos Transformers no bacana Bumblebee (2017), então imaginei que esse daqui também pudesse se beneficiar da troca de diretores. Isso, no entanto, não acontece, já que a dupla de diretores Adil e Bilall parece bem preocupada em emular o estilo de Bay, ainda que o resultado não seja o desastre que é o segundo filme, um patamar baixo a superar, convenhamos.

Na trama, a poderosa traficante Isabel Aretas (Kate del Castillo) foge da prisão determinada a se vingar de todos que a colocaram na cadeia e destruíram sua família. Uma dessas pessoas é Mike (Will Smith) e quando ele é baleado, Marcus (Martin Lawrence) sai da aposentadoria para ajudar o amigo. Não há muito mais em termos de trama e isso, em si, não seria um problema, o que incomoda é a quantidade de furos, coisas mal explicadas e reviravoltas que se pretendem a serem algo bombástico, mas resultam em cenas risíveis.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Crítica – Um Amor, Mil Casamentos




Análise Crítica – Um Amor, Mil Casamentos

Review – Um Amor, Mil CasamentosAo propor tentar entender os múltiplos desdobramentos possíveis de um mesmo evento, imaginei que este Um Amor, Mil Casamentos teria algo similar a filmes como Corra Lola, Corra (1998) ou De Caso Com o Caso (1998), que também mostram como um evento pode ter resultados muito diferentes se mudarmos um pequeno elemento neles. De certa forma, Um Amor, Mil Casamentos faz isso, mas aproveita tão pouco o potencial criativo de sua premissa que o uso dessas “realidades alternativas” soa despropositado.

Na trama, Jack (Sam Claflin) precisa lidar com vários problemas ao mesmo tempo durante o casamento da irmã, Hayley (Eleanor Tomlinson). Ele precisa ser manter longe da sua ex-namorada megera, Amanda (Freida Pinto), ao mesmo tempo em que precisa impedir que Marc (Jack Farthing), um ex-namorado de Hayley que entrou de penetra, estrague a festa. Durante o casamento Jack também vai buscar se reaproximar de Dina (Olivia Munn), uma amiga de Hayley por quem se apaixonou anos atrás, mas que por conta de várias circunstâncias nunca pode efetivamente se relacionar com ela.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Lixo Extraordinário – Tubarão 4: A Vingança


Crítica - Tubarão 4: A Vingança


Review Crítica - Tubarão 4: A VingançaApesar de ter visto Tubarão (1975) inúmeras vezes, nunca tive interesse em ver nenhuma das muitas continuações que o filme recebeu, nenhuma delas contando com a direção de Steven Spielberg, que comandou o original. Nos últimos anos, no entanto, comecei a ver Tubarão 4: A Vingança aparecendo em muitas listas de piores filmes de todos os tempos, inclusive no infame ranking dos 100 filmes com notas mais baixas no IMDb, então isso ativou minha curiosidade mórbida e achei que poderia ser uma boa pauta para essa coluna. Fui assistir sem ver qualquer outra das continuações, então se há algum detalhe ou referência ao segundo ou terceiro filme, não sei dizer.

Na trama, Ellen Brody (Lorraine Gary), a viúva do xerife Brody (Roy Scheider), protagonista do primeiro filme, começa a ter sonhos envolvendo um tubarão e teoriza que um tubarão está vindo para atacar ela e os filhos como vingança por Brody ter matado o tubarão do primeiro filme. O sentimento dela ganha força quando o filho mais novo é morto por um tubarão ao realizar reparos marítimos na costa de sua cidade. Ellen então avisa o filho mais velho, que trabalha nas Bahamas como biólogo marinho, para ter cuidado e viaja até a morada do filho para ficar de olho nele. Logicamente, um tubarão, o mesmo que teria matado o filho mais novo, aparece nas Bahamas.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Crítica – Você Não Estava Aqui


Resenha Crítica – Você Não Estava Aqui


Review – Você Não Estava Aqui
Quem conhece a obra do diretor britânico Ken Loach sabe que ele costuma mostrar as agruras da classe média trabalhadora, os problemas sociais de seu país e as consequências da falta de um Estado voltado para o bem-estar social. Neste Você Não Estava Aqui, Loach trata da precarização do trabalho e como a ideia de trabalhar como “empreendedor individual” para uma empresa ao invés de como funcionário vende uma ideia de liberdade e empreendedorismo que não se verifica na prática, resultando em ainda mais exploração do trabalhador.

A trama acompanha Ricky (Kris Hitchen), que começa a trabalhar em uma empresa de entregas que presta serviço para corporações de comércio eletrônico como Amazon e outras. Ricky, no entanto, não é funcionário, é um empreendedor contratado que recebe por entrega feita e precisa arcar sozinhos com todos os custos de sua função. O carro que faz entregas não é da empresa, mas dele, a manutenção do veículo e todo resto é de responsabilidade dele. De início tudo isso é apresentado ao protagonista como algo libertador, que vai dar a ele a possibilidade de ter um negócio próprio, trabalhar o número de horas que quiser. Aos poucos, no entanto, a realidade desse trabalho vai se mostrando cada vez mais cruel.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

5 Contra 1: Filmes sobre Jornalismo


Melhores filmes sobre jornalismo

Aproveitando que ontem, 7 de abril, foi o dia do jornalismo, aproveitei para listar cinco bons filmes sobre o tema e um muito ruim. Foi uma lista difícil porque tem muitos bons exemplares e escolher apenas cinco significou abrir mão de alguns que eu gosto muito, mas, bem, parte da diversão de fazer listas também reside em experimentar o desapego. Vejam a lista completa e contem quais são os seus filmes favoritos sobre o tema.


terça-feira, 7 de abril de 2020

Crítica – Coffee & Kareem


Análise Crítica – Coffee & Kareem


Review – Coffee & Kareem
Fui assistir a este Coffee & Kareem, produção original da Netflix, sem esperar muita coisa, já que parecia mais uma comédia de ação sobre uma dupla de personalidades opostas e, bem, é isso mesmo, embora consiga apresentar alguns momentos de diversão.

Na trama, o policial Coffee (Ed Helms) tenta se aproximar de Kareem (Terrence Little Gardenhigh), filho de sua nova namorada Vanessa (Taraji P. Henson). Kareem logicamente não gosta do novo padrasto, mas quando o garoto testemunha uma execução do tráfico, terá que recorrer a Coffee para sobreviver e proteger a mãe.

É a típica dupla de personalidades antagônicas, com Coffee sendo um policial manso que deixa qualquer um pisar nele e Kareem sendo um adolescente desbocado que não leva desaforo. Ao longo do filme eles aprenderão um com o outro e resolverão as diferenças entre eles. Tudo bem previsível, assim como a revelação de quem estava por trás de tudo também é muito previsível.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Crítica – A Máfia dos Tigres


Análise Crítica – A Máfia dos Tigres


Review – A Máfia dos TigresA realidade muitas vezes pode ser mais bizarra e absurda do que qualquer roteiro de ficção. A minissérie documental A Máfia dos Tigres é um claro exemplo disso. O documentário acompanha um grupo de donos de “zoológicos” que exibem primordialmente grandes felinos como tigres, leões e leopardos. Coloco o termo entre aspas porque apesar dos personagens chamarem seus negócios de zoológicos, eles são mais circos, nos quais os animais são explorados (e maltratados em muitos casos) para o entretenimento alheio e não para serem preservados ou estudados.

Entre os personagens principais está Joe Exotic, um sujeito, como o próprio nome diz, exótico. Um caipira que ostenta um mullet descolorido é amante de tigres e de armas de fogo, assumidamente gay e polígamo, Joe já tentou ser candidato a presidente dos EUA e também governador do estado de Oklahoma. Joe tem uma violenta rixa com Carole Baskin, uma hippie velha que também é dona de um viveiro de grandes felinos, diz ser defensora dos direitos desses animais, inclusive propondo leis que deem ao governo mais supervisão e controle sobre quem pode lidar com esses animais, mas, paradoxalmente, seu viveiro também é aberto a visitação e ela também permite que o público interaja com os animais, não sendo muito diferente de outros circos do gênero, exceto, talvez, por seu tratamento dos animais não ser tão negligente.