O final da quarta temporada de Better Call Saul mostrava Jimmy (Bob
Odenkirk) assumindo o nome de Saul Goodman e uma reação perplexa de Kim (Rhea
Seehorn) indicava que a relação dos dois seria testada nesta temporada. É
exatamente isso que acontece ao longo do quinto e penúltimo ano de Better Call Saul conforme Jimmy se
sedimenta como um advogado de criminosos passando a trabalhar para os cartéis
de drogas, a começar por Lalo Salamanca (Tony Dalton).
Se na temporada anterior haviam
alguns problemas de ritmo pelo fato das tramas de Jimmy não terem nenhuma
relação com as tramas de Mike (Jonathan Banks), aqui as coisas fluem muito
melhor já que o fato de Saul estar trabalhando para Lalo acaba por envolvê-lo
nos planos de Gus (Giancarlo Esposito) para derrubar os Salamanca. Ao mesmo
tempo, o trabalho de Kim para um grande banco a coloca diante de alguns dilemas
morais que a fazem reavaliar suas prioridades como advogada.
Como eu já falei em um texto sobre o quarto episódio desta temporada, um dos melhores atributos da série é como ela consegue
dizer muito sobre seus personagens sem precisar falar explicitamente. Através
da composição de planos, de simbologias ou do trabalho sutil de expressão
facial dos atores podemos perceber muito sobre o que está acontecendo ou o que
aquelas situações significam para aqueles personagens.