terça-feira, 28 de abril de 2020

Crítica – Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion


Análise Crítica – Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion


Review – Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion
Produzido pela WB Animation, fui assistir este Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion esperando algo com a mesma qualidade dos longas animados que a Warner faz para o universo DC. O filme de fato entrega a brutalidade das lutas que se espera de um Mortal Kombat, mas deixa a desejar no desenvolvimento dos personagens.

A trama reconta a história do primeiro Mortal Kombat sob a perspectiva do ninja Scorpion. Antes Hanzo Hasashi, o ninja vivia com sua família até que todos foram mortos pelos membros do clã Lin Kuei e seu líder, Sub-Zero. No submundo, Hasashi jurou lealdade ao feiticeiro Quan Chi, sendo transformado em um poderoso espectro infernal para se infiltrar na ilha de Shang Tsung, onde o torneio Mortal Kombat estaria acontecendo, para roubar o amuleto que permitiria libertar o deus Shinnok e para ter sua vingança contra Sub-Zero.

O início é competente em mostrar a vida pregressa de Hanzo e o impacto que a morte de sua família causa nele. O problema é que tudo começa a se mover muito rápido após a aliança dele com Quan Chi e sua transformação em Scorpion. A partir desse ponto, no entanto, o personagem não é nada mais que uma eficiente máquina de matar. Não há muito esforço em tentar entender o que significa para o personagem essa existência como uma cria infernal ou como ele aprendeu a usar suas novas habilidades. O foco em Scorpion também acaba fazendo os demais combatentes (ou seriam kombatentes?) parecer menos hábeis, já que Liu Kang, Sonya e Johnny Cage precisam ser constantemente salvos pelo ninja infernal.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Crítica – Resgate


Resenha Crítica – Resgate


Review – Resgate
Considerando que as produções originais da Netflix constantemente entregam produtos meia-boca, não esperava muita coisa quando fui assistir este Resgate. No entanto, encontrei um filme que consegue entregar competentes cenas de ação, ainda que a trama em si seja uma coleção de lugares-comuns.

A trama é centrada em Tyler (Chris Hemsworth), um ex-militar que se tornou mercenário. Tyler é contratado para resgatar Ovi (Rudhraksh Jaiswal), filho de um poderoso criminoso indiano que foi sequestrado por um rival. Inicialmente parece uma missão simples, mas logo ele encontra complicações que irão testar seu senso de honra e dever.

O protagonista é o típico herói de ação durão em busca de redenção por um trauma do passado. É bem óbvio desde o início que Tyler e Ovi irão forjar um laço de amizade que aproximará os dois personagens e fará Tyler correr riscos que vão para além de seus deveres como mercenário. É bem clichê, mas funciona porque Hemsworth e Jaiswal tem uma boa química e constroem um sentimento genuíno e crível entre os dois. Toda a trama que serve de pano de fundo, por outro, lado, envolvendo as diferentes forças que estão atrás do garoto, são desnecessariamente confusas e se complicam mais do que deveriam com o intento de inserir constantes reviravoltas.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

O divisivo final de Final Fantasy VII Remake



Quando escrevi a crítica de Final Fantasy VII Remake, elogiei o fato de ser uma reimaginação excelente tanto em termos visuais quanto em termos de jogabilidade e trama. Apontei, porém, a bagunça que eram os últimos momentos da trama e como essas escolhas criavam vários problemas ao tentar explicar coisas que não precisavam de explicação. Eu vou tentar analisar os desdobramentos desse final, então o texto a seguir contem SPOILERS do final do jogo.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Crítica – Better Call Saul: 5ª Temporada

Análise Crítica – Better Call Saul: 5ª Temporada



Review – Better Call Saul: 5ª Temporada
O final da quarta temporada de Better Call Saul mostrava Jimmy (Bob Odenkirk) assumindo o nome de Saul Goodman e uma reação perplexa de Kim (Rhea Seehorn) indicava que a relação dos dois seria testada nesta temporada. É exatamente isso que acontece ao longo do quinto e penúltimo ano de Better Call Saul conforme Jimmy se sedimenta como um advogado de criminosos passando a trabalhar para os cartéis de drogas, a começar por Lalo Salamanca (Tony Dalton).

Se na temporada anterior haviam alguns problemas de ritmo pelo fato das tramas de Jimmy não terem nenhuma relação com as tramas de Mike (Jonathan Banks), aqui as coisas fluem muito melhor já que o fato de Saul estar trabalhando para Lalo acaba por envolvê-lo nos planos de Gus (Giancarlo Esposito) para derrubar os Salamanca. Ao mesmo tempo, o trabalho de Kim para um grande banco a coloca diante de alguns dilemas morais que a fazem reavaliar suas prioridades como advogada.

Como eu já falei em um texto sobre o quarto episódio desta temporada, um dos melhores atributos da série é como ela consegue dizer muito sobre seus personagens sem precisar falar explicitamente. Através da composição de planos, de simbologias ou do trabalho sutil de expressão facial dos atores podemos perceber muito sobre o que está acontecendo ou o que aquelas situações significam para aqueles personagens.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Crítica – Sergio


Análise Crítica – Sergio


Review – Sergio
Na primeira cena deste Sergio, vemos o protagonista gravando um vídeo institucional da ONU explicando o valor e a importância da diplomacia e da organização. Essa imagem é retomada na cena final junto com uma cartela de texto que explica que a morte do diplomata no Iraque acabou com as negociações de paz e afundou a região no caos, dando origem ao Estado Islâmico. Com esses elementos era de se imaginar que o filme se concentraria na vida profissional do brasileiro Sergio Vieira de Mello e sua importância no campo diplomático, no entanto, essa acaba sendo uma parcela muito pequena da trama, a despeito de suas intenções em falar da ONU e da importância do diálogo.

A narrativa começa com a chegada de Sergio (Wagner Moura) ao Iraque para intermediar a saída das forças militares da coalizão liderada pelos Estados Unidos na invasão ao país e o governo temporário do Iraque. A intenção de Sergio é devolver a soberania nacional aos iraquianos, mas os estadunidenses tem outros planos. Apesar desse ser o ponto de partida, o que poderia funcionar como um tenso drama político, a trama salta entre vários tempos e lugares para mostrar o trabalho diplomático dele em lugares como Camboja e Timor Leste, sua relação amorosa com a argentina Carolina (Ana de Armas) e seu sofrimento sob os escombros do prédio da ONU no Iraque após o atentado a bomba que eventualmente o mataria.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Crítica – Freud


Resenha Crítica – Freud


Review – Freud
Narrativas policiais são calcadas no uso da razão e raciocínio lógico para desvendar crimes. Esse gênero narrativo já recorreu a personagens com metodologias baseadas em diferentes campos do conhecimento, inclusive aqueles que tentam compreender o funcionamento da mente humana. Nesse sentido, o gênero já recorreu mais de uma vez à figura de Sigmund Fred, o pai da psicanálise, como esse investigador arguto capaz de resolver crimes tão complicados que parecem até sobrenaturais. No cinema ele já chegou a se aliar a Sherlock Holmes em Visões de Sherlock Holmes (1976) e agora é levado para a televisão na minissérie alemã Freud.

A trama se baseia em um período da vida do médico sobre o qual há pouco registro, então a narrativa tenta imaginar o que teria acontecido com Freud (Robert Finster) nessa lacuna. Nesse sentido, acompanhamos Freud enquanto ele tenta defender suas ideias sobre o inconsciente enquanto se envolve com um mistério envolvendo a misteriosa Fleur Salomé (Ella Rumpf), que sob o transe hipnótico aparentemente consegue prever crimes. Onde muitos pensam existir uma conexão sobrenatural, Freud suspeita de haver um problema relacionado ao inconsciente da jovem mulher.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Crítica – Final Fantasy VII Remake



Análise Crítica – Final Fantasy VII Remake

Resenha Crítica – Final Fantasy VII Remake
Faz mais de uma década que espero por este Final Fantasy VII Remake. A expectativa por uma reimaginação do jogo com toda a força dos consoles atuais começou no lançamento do Playstation 3, em 2005, quando a Sony recriou a abertura de Final Fantasy VII usando motores gráficos do console para mostrar todo o poder do aparelho. O público tomou aquele tech demo como um indicativo de que o remake estava a caminho, mas nunca veio. Só dez anos depois, em 2015, o jogo foi finalmente anunciado.

Após cinco anos de espera finalmente temos ele em mãos. Em geral um jogo com tanto hype, tanta espera, pode não ser capaz de dar conta das altas expectativas ou de estar à altura de um game que de tornou praticamente sagrado na memória afetiva dos jogadores. Final Fantasy VII Remake, no entanto, entrega tudo aquilo que esperamos por 15 anos. Quando escrevi sobre a demo do jogo, mencionei que carregava uma grande promessa e o produto final entrega isso. Uma reimaginação grandiosa, com música e visuais impressionantes, personagens carismáticos e um sistema de combate veloz, que reproduz nas batalhas o senso de poder e grande escala da trama.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Drops – O Rei Tigre e Eu


Resenha Crítica – O Rei Tigre e Eu

A série documental A Máfia dos Tigres virou febre nas últimas semanas graças à insana história real que conta. Quando escrevi sobre ela, mencionei que o último episódio andava rápido demais, que muitas tramas ficavam relegadas a serem explicadas via cartelas de texto e que talvez fosse melhor ter um episódio adicional. Pois a Netflix de fato fez um episódio adicional para a série neste O Rei Tigre e Eu, mas é menos uma extensão da série e mais um complemento com entrevistas em que alguns dos participantes falam de suas vidas pós-série.

Apresentado por Joel McHale (de Community) funciona como uma espécie de talk-show remoto, já que, por conta da pandemia, cada participante fala de sua respectiva casa. Os participantes são, na maioria, coadjuvantes da série, ex-funcionários de Joe Exotic. Considerando que muitos dos protagonistas tem seus crimes, suspeitas de crimes e contradições reveladas, era de se imaginar que figuras como Carole Baskin ou “Doc” Antle não participariam, sendo Jeff Lowe o único dos personagens principais presentes.

O problema, no entanto, é que o episódio falha em nos dar um entendimento maior sobre aquelas pessoas ou os eventos mostrados na série. A fala dos ex-funcionários só diz coisas que o documentário já mostrou sobre Exotic, que ele é um ególatra instável que trata mal todos a sua volta. A única revelação significativa vem da entrevista com o gestor de campanha de Joe, que conta que o suicídio de Travis, um dos maridos de Joe, teria sido acidental, com Travis aparentemente sem saber que a arma estava carregada.

O episódio tem alguns momentos de humor graças as reações e perguntas inesperadas de McHale a esse elenco de figuras pitorescas. Em programas como The Soup e The Joel McHale, o ator fez uma carreira em cima de comentar as cenas mais insólitas de programas de televisão e reality shows, então ele tem bastante jogo de cintura para lidar e extrair humor das interações com esses sujeitos insólitos.

Ainda assim, esse o Rei Tigre e Eu não consegue afastar a sensação de um produto apressado, feito a toque de caixa para capitalizar em cima da febre que a série virou, mas sem efetivamente oferecer muito conteúdo ao espectador.

Nota: 5/10

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Drops – Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica


Crítica Drops – Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica


Review – Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
Situado em um mundo de fantasia no qual a magia foi substituída por tecnologia, a produção da Pixar Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica conta a história de dois irmãos elfos que, no aniversário de 16 anos do caçula, Ian, recebem um presente deixado anos atrás pelo falecido pai. Um cetro mágico com uma joia capaz de trazer de volta, durante um dia, uma pessoa morta. Ao tentarem realizar o feitiço algo dá errado e apenas a parte inferior do corpo do pai (as pernas) são trazidas de volta. Agora os dois precisam correr contra o tempo para completarem o feitiço e poderem passar algum tempo com o pai.

É uma trama sobre luto e seguir em frente depois de uma grande perda, sobre amor fraterno e também sobre como a tecnologia muitas vezes nos aliena do mundo a nossa volta e nos faz perder o encantamento pelas maravilhas ao nosso redor. A estrutura de road movie nem sempre dá tempo para que as ideias sejam plenamente desenvolvidas, já que obriga os personagens a estarem sempre em movimento, mas ainda assim consegue encontrar momentos significativos de conexão emocional entre seus protagonistas.

terça-feira, 14 de abril de 2020

Crítica – Bad Boys Para Sempre




Análise Crítica – Bad Boys Para Sempre

Review – Bad Boys Para SempreDepois do péssimo Os Bad Boys II (2003) eu não tinha interesse em ver mais nenhum filme com esses personagens. O fato de ser uma continuação feita quase vinte anos depois também não inspirava confiança, já que não parecia ainda haver demanda por essa franquia. O que me fez ter um mínimo de curiosidade em relação a este Bad Boy Para Sempre foi saber que o diretor Michael Bay não voltaria para esse terceiro. A ausência de Bay fez maravilhas pelos Transformers no bacana Bumblebee (2017), então imaginei que esse daqui também pudesse se beneficiar da troca de diretores. Isso, no entanto, não acontece, já que a dupla de diretores Adil e Bilall parece bem preocupada em emular o estilo de Bay, ainda que o resultado não seja o desastre que é o segundo filme, um patamar baixo a superar, convenhamos.

Na trama, a poderosa traficante Isabel Aretas (Kate del Castillo) foge da prisão determinada a se vingar de todos que a colocaram na cadeia e destruíram sua família. Uma dessas pessoas é Mike (Will Smith) e quando ele é baleado, Marcus (Martin Lawrence) sai da aposentadoria para ajudar o amigo. Não há muito mais em termos de trama e isso, em si, não seria um problema, o que incomoda é a quantidade de furos, coisas mal explicadas e reviravoltas que se pretendem a serem algo bombástico, mas resultam em cenas risíveis.